Sempre que faço a critica de um grande clássico da literatura, sinto-me como se tivesse uma grande responsabilidade em mãos. Por mais que tenha gostado ou não da obra, é sempre algo de quase religioso. É este o caso.
Jane Eyre, da grande Charlotte Brontë, não é só um clássico bastante apreciado por muitos, como passou também a ser um dos meus livros preferidos. A autora, através de uma escrita activa e suave como uma melodia, relata-nos as aventuras e desventuras de Jane, que passou também a ter lugar nas minhas personagens a recordar, cujo carácter e pensamento se adequa tão facilmente aos tempos contemporâneos, que por vezes quase me esqueci de que estava a ler uma obra do séc. XIX.
Jane Eyre, órfã de pai e de mãe, enquanto criança apenas ansiou um pouco mais de carinho por parte da tia, que contra sua vontade a educa. Menosprezada pela família adoptiva, Jane é enviada para um colégio interno, onde encontra a oportunidade de se fazer valer enquanto pessoa, e mais tarde, triunfar enquanto preceptora numa sociedade britânica profundamente selectiva e superficial, onde inclusivamente encontrará o amor, a amizade e a traição.
Sempre tentando fazer o correcto e o sensato, Jane Eyre, rapariga de profundos pensamentos e convicções, graças à sorte ou às suas próprias decisões, acaba por conquistar pouco a pouco, o que pretende ser seu.




