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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O Despertar da Magia (As Crónicas de Gelo e Fogo #4)

Título: O Despertar da Magia
Autor: George R.R. Martin
Tradutor: Jorge Candeias


Opinião: Com a leitura deste livro, tenho oficialmente dois volumes (em inglês) desta saga lidos.

O que tenho a dizer até agora é que não a acho tão estrondosa como dizem. Sim, os livros são bons, as personagens são boas, tem aspectos verdadeiramente fantásticos, um enredo cativante, pormenores deliciosos e tudo isso, mas está longe de ser perfeita.

Confesso, ainda assim, que é das melhores sagas que já li até agora. O próprio mundo em que se desenrola está bem construído, e os acontecimentos algo imprevisíveis são uma constante, o que implica mudanças na direcção do enredo a cada vinte páginas, se for preciso. Isso mantém a curiosidade e o empenho, sem nunca cansar.

Há alguns momentos mais previsíveis, e algumas personagens execráveis, mas pronto, tirando isso, a coisa vai bem.

Achei este livro em particular algo confuso. Parece-me que embora já tenha umas 2000 páginas lidas, a história ainda mal está a começar. E o autor esforça-se por ir introduzindo novas personagens e novos lugares, o que volta e meia dá uma sensação de "começo", uma e outra vez.

Mas as histórias acabam todas por se cruzar, e o que me tem deixado mais curioso é a forma como as aventuras de Jon Snow se vão cruzar com as batalhas entre reis e o percurso de Daenerys. Isto algum dia há-de descambar...

Não que não ande já a descambar, porque anda! Tudo acaba mal para TODA a gente, é ridículo. No meio disto tudo, ainda é o Tyrion (uma personagem fenomenal) quem se vai safando como deve ser, e mesmo assim...

No entanto acho que o enredo se está a revelar demasiado lentamente. Se o ritmo fosse mais rápido, a leitura disto era pura e simplesmente demasiado viciante para largar, mas da forma como está não me afecta muito agora demorar um ou dois meses até pegar no próximo. Porque a sensação que tenho após estes quatro (ou dois, dependendo da língua) livros, é a de que falta qualquer coisa, não sei bem o quê, mas falta. Talvez mais mortes chocantes, que isto anda muito calminho para a ideia que tenho de Martin!

A forma como a magia e o sobrenatural estão a ser introduzidos também é bastante interessante. Não há feiticeiros e magia por dá cá aquela palha, essas coisas vão aparecendo, lentamente, de forma relativamente subtil, e isso dá um grande valor a esta saga, tornando-a de certa forma mais realista e imersiva.

Uma última nota para a mestria com que o autor saltita entre pontos de vista. Essa parte está muito bem conseguida, permitindo criar suspense e controlar o ritmo da história com uma precisão extraordinária. É pena que o Martin tenha decidido ir com calma, mas cheira-me que mais à frente isto acelera e antes de dar por ela já despachei mais 2000 páginas...

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A Fúria dos Reis (As Crónicas de Gelo e Fogo #3)

Título: A Fúria dos Reis
Autor: George R.R. Martin
Tradutor: Jorge Candeias


Opinião: Bem porreiro! O Tyrion é mais do que espectacular, e a história está a evoluir a um bom ritmo. Esta primeira parte é claramente preparatória, com os reis (sim, reiS) a movimentarem-se todos em direcção a um provável clímax gigantesco de batalhas sangrentas e com resultados e consequências muito provavelmente inesperados. O final deste volume já é bastante repentino!

O problema é que com o Martin a seguir tantas personagens, acontece o inevitável: personagens aborrecidas, como a Catelyn, têm mais tempo de antena do que outras mais interessantes, como Davos. Mas até senti a falta de mais alguns capítulos da Daenerys, uma personagem de que não gosto particularmente, mas cuja história parece estar a evoluir num caminho interessante... Só que com um capítulo a cada 200 páginas, é difícil de acompanhar.

E o worldbuilding é bom, muito bom. O mundo de Westeros vai-se desenrolado capítulo atrás de capítulo, bem construído, coerente, multifacetado e interessante. Também gosto de como o autor consegue ter várias frentes narrativas e manter o interesse em todas. A Patrulha a ir pelo Norte acima, as guerras palacianas em Porto Real, a serem triunfalmente ganhas e magistralmente contornadas pelo soberbo Tyrion, os reis, cada um no seu canto, a avançarem em direcção uns aos outros, e até caminhos mais subtis de conflitos de religiões, e a magia a sério a começar a aparecer, disfarçadamente. É uma excelente forma de a introduzir e mal posso esperar pelo próximo!

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A Muralha de Gelo (As Crónicas de Gelo e Fogo #2)

Título: A Muralha de Gelo
Autor: George R.R. Martin
Tradutor: Jorge Candeias

Sinopse: Estes são tempos negros para Robert Baratheon, rei dos Sete Reinos. Do outro lado do mar, uma imensa horda de selvagens começa a formar-se com o objectivo de invadir o seu reino. À frente deles está Daenerys Targaryen, a última herdeira da dinastia que Robert massacrou para conquistar o trono. E os Targaryen sempre foram conhecidos pelo seu rancor e crueldade...

Mais perto, para lá da muralha de gelo que se estende a norte, uma força misteriosa manifesta-se de maneira sobrenatural. E quem vive à sombra da muralha não tem dúvidas: os Outros vêm aí e o que trazem com eles é bem pior do que a própria morte...

Ainda mais perto, na Corte, as conspirações continuam. O ódio entre as várias Casas aumenta e desta vez o sangue mancha os degraus dos palácios e o veludo dos cadeirões dourados. E quando parece que nada poderia piorar, o rei é ferido mortalmente numa caçada. Terá sido um acidente ou um assassinato? Seja como for, uma coisa é certa: a guerra civil vem aí!

Opinião: A Muralha de Gelo é a óptima continuação de A Guerra dos Tronos, sendo que originalmente são apenas um livro. Se no primeiro livro esta divisão fez com que o "final" soubesse a muito pouco, o que acontece neste segundo volume é um início rápido e a entrar na acção de forma estrondosa!

Cativante, de certeza. Viciante, a partir de certa altura. Com a tensão num ponto alto, a vertente política aparece em pleno, bem desenhada e planeada, super interessante e intricada, como deve ser.

É claro que parte do interesse é que os acontecimentos volta e meia são bastante imprevisíveis e chocantes, o que é sempre agradável, especialmente quando os acontecimentos andam a ser guiados pelas mãos de alguém como Martin, capaz de imprimir um carisma extraordinário em algumas das suas personagens.

Não me canso de elogiar o Tyrion, por exemplo. Há mais, mas este sacana desta anão parece agradar a toda a gente, e com razão. Sarcástico, corrosivo, inteligente, constantemente em desvantagem física e moral, mostra-se superior pela sua mente, e é praticamente impossível não simpatizar com ele.

Tirando isso, entre conspirações e decisões difíceis que têm que ser tomadas, uma das coisas que mais me agradou ainda foi o final, em que enfim, aparecem alguns dos meus amigos favoritos. Só tenho é medo que não sejam bem aproveitados, assim como me parece que vai acontecer com os Outros, que servem mais como ameaça latente do que outra coisa, não representando nenhum perigo real.

Esperar para ver, suponho.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A Guerra dos Tronos (As Crónicas de Gelo e Fogo #1)

Título: A Guerra dos Tronos
Autor: George R.R. Martin
Tradutor: Jorge Candeias

A sinopse contém ligeiros spoilers.

Sinopse: Quando Eddard Stark, lorde do castelo de Winterfell, recebe a visita do velho amigo, o rei Robert Baratheon, está longe de adivinhar que a sua vida, e a da sua família, está prestes a entrar numa espiral de tragédia, conspiração e morte. Durante a estadia, o rei convida Eddard a mudar-se para a corte e a assumir a prestigiada posição de Mão do Rei. Este aceita, mas apenas porque desconfia que o anterior detentor desse título foi envenenado pela própria rainha: uma cruel manipuladora do clã Lannister. Assim, perto do rei, Eddard tem esperança de o proteger da soberana. Mas ter os Lannister como inimigos é fatal: a ambição dessa família não tem limites e o rei corre um perigo muito maior do que Eddard temia! Sozinho na corte, Eddard apercebe-se que também a sua vida nada vale. E até a sua família, longe no norte, pode estar em perigo.

Opinião: Finalmente rendido à saga que pôs o leitor comum a ler fantasia, tenho que dizer que desta vez a moda foi bem lançada.

Já ouvi falar muito destes livros, e já sei mais do que aquilo que gostaria (estou sempre à espera de ver uma das personagens a morrer de forma horrenda). Até já tinha visto coisas sobre a série de televisão, e quem fazia de Eddard era o Sean Ben, que para mim será sempre o Boromir. Todos sabemos a fama deste actor, portanto não me surpreendi muito no livro. Mas foi um momento intenso na mesma, filho da mãe do Joffrey...

Bem, desculpem, antes que se percam: o que deu vida a este livro foi o mundo em que a história assente, que me parece bastante bem construído, a história retorcida cheia de politiquices medievais e intrigas que nunca mais acabam, sem se tornarem exageradas, e algumas personagens fascinantes.

É preciso ter em atenção que quando digo "personagens" não me refiro só a pessoas. Os lobos dos irmãos Stark parecem ter alguma relevância, por exemplo; a Muralha, a colossal construção de gelo que protege o reino do que existe do outro lado, é tão imponente e marcante que merece ser vista como uma personagem.

Mas entre os humanos há uns poucos bastante curiosos. O que se destaca, por larga margem, é Tyrion, o anão, engraçadíssimo, acutilante e inteligente. Pertence a uma das famílias mais poderosas, os Lannister, e não é o membro mais adorado, mas consegue lidar bem com isso, pelo menos aparenta, bem como com as dificuldades que já sabe que tem que enfrentar por ter metade da altura de um homem normal.

Eddard Stark (ou Boromir, se quiserem, graças à série este tipo para mim é o Boromir) também é interessante, assim como o seu amigo Robert Baratheon, o actual rei. E mais umas poucas personagens, como o Mindinho, o Varys, enfim, umas poucas.

É claro que no meio disto, há algumas que só conseguiram irritar-me profundamente. Normalmente as personagens femininas. Parece-me, e também já me disseram, que personagens de saia não são o forte deste autor.

De qualquer forma a história é viciante, e isso para mim é mais do que suficiente. A luta pelo poder, as intrigas palacianas e a frente narrativa a oscilar entre a corte do rei Robert, o exílio de Daenerys Targaryen, da antiga dinastia, o Norte dos Stark e onde quer que o Tyrion ande, são aspectos extremamente cativantes e bem desenvolvidos.

Ou seja, acabei por gostar bastante. As personagens, a história, a escrita... Só tenho pena que este livro seja só metade do original, porque mesmo quando estava a chegar à melhor parte, poof, acabou-se-me o livro. Não foi de facto um problema para mim, que tinha o seguinte à mão de semear, mas imagino o que terá sido para quem comprou este livro sozinho, para experimentar a saga, ou algo do estilo. A sensação, bastante desagradável, é a de um livro inacabado.

Já mencionei o Viserys, o irmão da Daenerys? Bem, se fosse mencionar todas as personagens para dizer o que acho de cada uma, nunca mais daqui saía, mas este merece um destaque particular porque é completamente alucinado. Não sei como é que o Martin conseguiu fazer isto, mas parece que cada vez que esta personagem abre a boca, consegue acabar a falar de como lhe roubaram o trono, ou de como o vai reaver, ou de como o seu exército vai esmagar as hordas inimigas, ou sei lá! É incrível! "O que será hoje o pequeno-almoço? Preciso de estar forte para quando for derrotar o Usurpador e conquistar o meu reino de volta!", só faltou isto.

Mas pronto, lê-se bem, e agora vou ter que ler os próximos não é verdade?