Título: Ensaio sobre a cegueira
Autor: José Saramago
Sinopse: Um homem fica cego, inexplicavelmente, quando se encontra no seu carro no meio do trânsito. A cegueira alastra como "um rastilho de pólvora". Uma cegueira colectiva. (...) Personagens sem nome. Um mundo com as contradições da espécie humana. Não se situa em nenhum tempo específico. É um tempo que pode ser ontem, hoje ou amanhã. As ideias a virem ao de cima, sempre na escrita de Saramago. A alegoria. O poder da palavra a abrir os olhos, face ao risco de uma situação terminal generalizada. A arte da escrita ao serviço da preocupação cívica.
Opinião: Como falar sobre uma obra transcendental? O que me faz pensar que estou à altura de criticar um Nobel da literatura?
Nada, penso. Mas quando um grande homem escreve, é para todos os que o quiserem entender.
É disso exemplo José Saramago e Ensaio sobre a cegueira, lançado em 1995 e adaptado ao teatro e ao grande ecrã.
Demorei bastante tempo a acabar o livro, tendo começado com bastante entusiasmo, mas testes e trabalhos práticos sobrepuseram-se e a leitura foi sendo deixada de lado.
Quando finalmente entrei de férias há cerca de uma semana e meia, decidi recomeçar a ler tudo de novo por respeito tanto ao autor como à obra.
Com esta, duas obras de José Saramago passam a constar da minha biblioteca mental, e penso poder já arriscar afirmar que se trata do meu escritor favorito.
Na verdade, nunca nenhuma narrativa penetrou tanto no meu âmago. Saramago, projecta profundamente em nós a dor, o sofrimento, a mágoa, a ignorância, o medo, o amor.
Em Ensaio Sobre a Cegueira, uma obra extremamente crítica, um abre olhos para a sociedade, todas as fraquezas humanas são exploradas intrinsecamente. A cegueira da humanidade que tristemente a descreve.
Julgo que posso resumir a obra nesta fortíssima citação do final: "Penso que não cegámos, penso que estamos cegos. Cegos que, vendo, não vêem."
3 comentários:
Ai Saramago, Saramago... A minha professora de Português diz que não conseguiu passar da segunda página deste livro o.o
Esta tua opinião, bem como a outra, das Intermitências, deixa-me ainda mais empolgado para pegar em Saramago! Intermitências da Morte, não tarda :D
A tua stora é doida. Pega-te logo à primeira.
Ó Rui...professora de Português????por favor é urgente, urgente mandá-la pastar, é urgente mandá-la mudar de profissão, mais do que urgente é uma obrigação de cidadão!
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