Título: O Mundo Perdido
Autor: Arthur Conan Doyle
Tradutor: J. Lima da Costa
Sinopse: Sherlock Holmes nunca foi, ao contrário do que poderia naturalmente julgar-se, um personagem que agradasse ao seu criador Sir Arthur Conan Doyle. As preferências deste inclinaram-se sempre para o Professor Challenger e a tal ponto que chegou a pôr umas barbas postiças para ficar parecido com o cientista que era "o mais alto produto da moderna cultura europeia". Existem, aliás, fotografias que mostram essa extravagância... Desafio terrível mas à medida exacta do génio do Professor Challenger... e do génio de Conan Doyle que, nesta sua faceta desconhecida entre nós, sabe rodear toda a história de um humor muito subtil, de suspense e de uma lógica tão insuperável que até o próprio Watson notaria estar a ler um escritor muito conhecido do seu amigo Sherlock Holmes...
Opinião: Este livro só teve um pormenor verdadeiramente desagradável: a minha edição tem 16 páginas a menos. É verdade. Chego quase a meio e a cada duas páginas tinha duas em branco, num total de 16 pedacinhos de história desaparecidos. Por sorte conheço alguém que tem exactamente a mesma edição, só que inteira, e que me emprestou o livro para eu ler o que me faltava.
Tirando isso foi uma leitura mais do que agradável, bastante diferente dos seus policiais, com o mais que famoso Sherlock Holmes. Já esperava que assim fosse. Conan Doyle era um escritor de uma enorme qualidade que não se devia querer ver preso a uma personagem e a um estilo de literatura.
E pelos vistos não era grande fã daquele que é provavelmente o detective mais conhecido do mundo. Como diz na sinopse, as suas preferências caíam mais para o protagonista deste "O Mundo Perdido", o irascível Professor Challenger, que é sem dúvida a melhor personagem de toda a obra. As semelhanças deste com Sherlock ainda são bastantes, apesar das diferenças serem demasiado acentuadas para os poder classificar como parecidos. Challenger, tal como Sherlock, é dotado de um cérebro absolutamente brilhante e não deixa nada ao acaso. Mas depois é baixo e encorpado, ferve em pouca água e tem uma arrogância desmedida, enquanto que Sherlock é alto e escanzelado, sempre calmo e tem apenas uma arrogância natural que disfarça bastante bem.
Pessoalmente prefiro o Sherlock Holmes. A sua calma fria e o seu método lógico são absolutamente fascinantes... Mas Challenger não lhe fica nada atrás. Posso até dizer que é das melhores personagens que já vi num livro. Até a forma como lida com a pequena expedição que ficou de ir até ao mundo perdido por ele descoberto é simplesmente... nem sei, hilariante? Genial? Enfim. Este mundo perdido está caracterizado de forma excelente, com dinossauros e outros bichos que tais a espreitarem atrás de cada árvore e cada planta, também elas verdadeiros artefactos pré-históricos.
Com um final algo acelerado como único grande defeito (tirando as páginas em falta, mas enfim, isso já não foi culpa do autor), "O Mundo Perdido" torna-se um grande livro, bastante diferente daquilo que é mais conhecido em Conan Doyle, mas sem deixar de ser uma história bem escrita, com boas personagens e contada como deve ser. Resumindo, uma obra que merece ser lida.
2 comentários:
Pois, 16 páginas a menos...O meu tinha-as todas...É lixado xD
Então e um comentário a sério, hã, hã?
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