Título: Um padre em 1839
Autor: Jules Verne
Tradutor: Luisa Mellid-Franco e Irene Fialho
Sinopse: Uma bruxa, um assassino e um padre maldito são, aqui, os peões do Mal face à inocência de uma jovem ajudada por um improvisado detective, Jules Deguay, cuja grande missão é descobrir assassinos impunes, vingar a morte das suas vítimas e agitar os hábitos cúmplices de um polícia e da Justiça. Como geralmente acontece com os primeiros romances, também este regista uma importante componente autobiográfica.
Opinião: Este livro foi-me emprestado, o que faz dele a chamada improbabilidade estatística, já que [gabar] eu sou o orgulhoso dono de 51 livros deste autor, todos em edições lindas, e incluindo praticamente todos os livros mais famosos [/gabar]. Ou seja, a probabilidade de alguém me emprestar um livro de Verne, por eu não o ter, é baixa. E no entanto, cá aparece este, ainda por cima um de que eu nunca tinha ouvido falar.
Escrito aos 19 anos, "Um Padre em 1839" é o primeiro romance escrito por Verne, ou pelo menos iniciado, já que não está acabado. E nota-se claramente. A escrita ainda não é nada comparada com o que ainda chegou a ser, e até o próprio estilo, mais próximo dos romances ingleses da altura, está bastante longe das célebres "Viagens Extraordinárias".
No entanto é um bom livro. Nada que chegue aos calcanhares de livros como "20.000 léguas submarinas", ou "Miguel Strogoff" e outros mais reconhecidos, mas é na mesma um bom livro. Semi-livro, vá, que isto de não estar acabado deixa praticamente tudo em aberto. Eu pessoalmente não aprecio estas brincadeiras de livros a meio, nem de histórias que ficam pelo caminho, mas este está desculpado por ser a primeira tentativa de um jovem Verne...
O livro em si é um bocado mais fantasioso e dark do que aquilo que eu esperava. Foi mesmo uma pequena surpresa, embora eu já soubesse que Verne escreveu uns livros deste estilo, nunca tinha de facto lido um... O resultado é agradável, embora, como é óbvio, não dê para analisar assim tão bem quanto isso, com este livro, fruto da mente de um Verne de 19 anos, ainda com muito para amadurecer, tanto em termos de ideias como em termos de escrita.
Só é pena é estar inacabado. Fiquei bastante curioso para saber o desenvolvimento da história. Mas pronto, não há-de ser nada, dá sempre para imaginar o meu próprio fim, suponho. Enfim, leiam, que Jules Verne é sempre agradável.
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