quarta-feira, 13 de maio de 2015

O Longo Halloween II (Batman #3)


Argumento: Jeph Loeb
Arte: Tim Sale, Gregory Wright
Tradução: José de Freitas, Filipe Faria

Opinião: O primeiro volume foi bom. Este foi muito, muito bom. Esta colecção do Batman está-me a agradar bastante a valer cada cêntimo que dei por ela. E a dupla Loeb e Sale está a subir cada vez mais na minha consideração.

Depois de vermos A máfia de Batman a ser lentamente dizimada, agora temos mais intervenções de super vilões, todos eles o pináculo da loucura. Há ainda tempo para assistir à queda de Harvey Dent, de Procurador prodígio a... Enfim, a maior parte de vocês já deve saber, mas não quero estragar a leitura a ninguém.

Mas o mais impressionante é ver a forma como a personagem de Bruce Wayne é explorada, mais do que o Batman. Todos os remorsos, medos e demónios claramente à flor da pele da pior forma possível. É fascinante ver como Bruce usa essas suas "fraquezas" como autêntico combustível para a sua vida escondida como Batman.

Há raiva em cada soco e vingança em cada criminoso virado de pernas para o ar. Os remorsos não são por não ter feito nada, é por não conseguir fazer mais. Tanto Batman como Bruce se esforçam ao máximo, mas apenas conseguem ser enganados, de uma forma ou de outra, e acabam quase sempre desiludidos.

Isto reflecte-se em Alfred, o quase omnipresente mordomo, que revela de forma bastante explícita o seu papel de pai substituto para Bruce. A relação que existe entre os dois é forte, mas discreta, e é interessante vê-los a serem tão abertos sobre o assunto num dos momentos mais tocantes de todo o livro.

No entanto não nos podemos esquecer da história "principal" (que não é bem), pois neste volume descobre-se a identidade do assassino, e eu não estava nada à espera! E a forma como tudo descamba para um encontro final de super-vilões? Divinal!

E confirma-se o que disse sobre o outro volume, de que esta história é uma autêntica passagem de testemunho da criminalidade em Gotham: das mãos da máfia para as dos super-vilões. A única coisa que resta é Batman, o Cavaleiro das Trevas, que depois da longa jornada de aceitação que foi esta história, afirma acreditar em si próprio. Ou melhor, ele diz "I believe in Batman.", o que é muito mais intenso, pois mostra como ele tem noção de que o seu alter-ego, mais do que um super-herói, é um símbolo.

O final, em várias partes, é outro aspecto fantástico desta BD, com uma revelação que me deixou completamente chocado, mas que fez todo o sentido (de uma forma retorcida) e me deixou com bastante vontade de ficar a saber mais. É uma pena que seja uma história tão pequena (embora seja bastante grande para o normal dos comics), mas a verdade é que é mais do que suficiente. Não conta demasiado nem mostra demasiado, tanto Loeb como Sale souberam dosear as coisas e o resultado final é algo de extraordinário.

Se ainda não conhecem, leiam, e digam o que acham. Acreditem em mim de que vale muito, muito a pena!

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