quarta-feira, 8 de julho de 2015

Orquídea Negra


Argumento: Neil Gaiman
Arte: Dave McKean
Tradução: José de Freitas e João Miguel Lameiras


Opinião: A inconfundível arte de Dave McKean é bonita o suficiente para dar valor a qualquer livro em que apareça. O tipo consegue fugir às normas da ilustração da BD com um estilo muito característico e ao mesmo tempo cinematográfico e onírico, quase abstracto.

O argumento de Neil Gaiman por cima disso ainda melhora a coisa. Se bem que, reparem, por muito espectacular que Gaiman seja, este livro em específico quem ganha é McKean. A história é interessante, sim, e demonstra novamente que autores consagrados e semi-alternativos a trazerem de volta personagens semi-esquecidos é a melhor coisa de sempre, mas nada se compara às sequências oníricas que McKean espalha pelas páginas.

Até porque a história, apesar de interessante, é confusa e extremamente estranha, ao ponto de me ter deixado a perguntar "mas que raio?" e não no bom sentido.

Foi bom ver cameos de outras personagens de DC, assim como é fácil de apreciar a mensagem ecologista e tudo o mais, mas nunca é uma história que cative. Começa bem, e deixou-me logo em pulgas, mas depois acalma e torna-se num livro morno. Discreto.

Não tem menos valor por isso, apenas não me agradou tanto. Podia ter-se tornado mais envolvente, mas a personagem principal, a titular Orquídea Negra, nunca é suficientemente próxima do leitor. E nem sei se por culpa de Gaiman, se por culpa de McKean. O que acontece é que não há nada onde o leitor se possa agarrar. A personagem principal é completamente alienígena, os vilões são, enfim, vilões, e pouco mais há de relevante.

Portanto, digo-vos: esperava mais. Mas vale bem a pena, de qualquer forma. Abençoado sejas, Dave McKean.

2 comentários:

Optimus Primal disse...

Eu achei bem fraca como quase tudo do Gaiman

Rui Bastos disse...

Neste caso o argumento estava assim assim... Mas a arte é inegavelmente impressionante.