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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Living Will #2


Argumento: André Oliveira
Arte: Joana Afonso


Opinião: Estou rendido. Ganharam, André Oliveira e Joana Afonso. A arte continua impecável, o jogo de cores é fantástico, e desta vez até a história brilhou.

Aquilo que podia ser apenas mais uma história banal de alguém a resolver erros do passado torna-se exactamente isso, só que interessante. O ritmo emocional está muito bem conjugado com o que se vai mostrando, e acaba por ser uma história com um pequeno final feliz, no meio de uma série de histórias tristes.

Gostei que o foco tenha sido mais ou menos dividido entre Will, o idoso que conhecemos no volume anterior, e Betty, uma nova personagem que parece ter mais ou menos as mesmas motivações de Will. Não se conhecem, não interagem, e as suas histórias não se cruzam, mas não deixa de ser uma forma de marcar a história como uma exploração da idade, da memória e da solidão.

O desenvolvimento da história acontece da melhor maneira, e até parece meio inesperado e sem contexto suficiente, mas tudo encaixa perto do final. Se isto não é sinal de uma história bem contada, não sei o que poderá ser. Ainda para mais com a vantagem de ter a arte de Joana Afonso, que se está a revelar uma tremenda mais valia nesta história, ao contar tanto, ou mais, do que aquilo que os diálogos e a narração conseguem sequer fazer imaginar.

A fasquia agora fica bem alta, portanto espero bem que a qualidade se mantenha. Só que não estou muito preocupado, porque muito sinceramente, estou confiante que isto só pode, e só vai, melhorar.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Living Will #1


Argumento: André Oliveira
Arte: Joana Afonso


Opinião: Esta pequena BD já há muito que olhava para mim. A arte de Joana Afonso é um dos melhores chamativos que conheço, e o baixo preço (que é relativo, pois isto é minúsculo) convenceu-me.

O que descobri foi um dos poucos casos em que é legítimo julgar um livro pela capa. Talvez o melhor caso possível: o traço típico da artista, estilizado mas realista o suficiente, com os detalhes certos nos sítios certos que obrigam a focar onde é preciso, parece indicar um livro visualmente extraordinário. E é exactamente esse o caso.

Em termos de argumento não é mau, mas é uma parte demasiado curta de uma história que não é propriamente original, e portanto é difícil de fazer grandes julgamentos. Mas pesa o facto de estar em inglês - uma daquelas escolhas que continuo a achar difíceis de justificar, obras portuguesas escritas em inglês - e o facto de alguns dos diálogos serem estranhos.

Ou seja, no fim salvam-se os desenhos, com um excelente uso da cor para determinar o tom e o ambiente, e uma excelente caracterização de cada uma das personagens e situações. É possível perceber claramente o que se passa através dos desenhos, pelo menos em termos emotivos, que é o ponto forte desta pequena história.

Aliás, esta BD só tinha beneficiado de não ter diálogos: o traço de Joana Afonso é forte e expressivo o suficiente para contar a história só por si, como a artista já provou noutras alturas.

Não tinha expectativas formadas para esta leitura, para além do aspecto visual, e fiquei agradavelmente surpreendido. Falta-me agora continuar a comprar os outros livros e acompanhar a história de Will, o triste viúvo que decide fazer alguma coisa com o tempo que lhe resta...