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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Batman: Gótico (Batman #5)


Argumento: Grant Morrison
Arte: Klaus Janson, Steve Buccellato
Tradução: José de Freitas, Filipe Faria


Opinião: A minha impressão deste livro é que não ia ser grande coisa. A capa parecia-me banal, o título pouco chamativo, e a sinopse pouco avançava que me cativasse por aí além. Mas assim que comecei a ler, mudei de opinião. Isto é interessante!

Grant Morrison é um bom contador de histórias, e claramente muito bom a representar o Batman. A personalidade do Cavaleiro das Trevas, embora não seja o ponto alto, é sem dúvida uma das coisas mais bem feitas nesta BD.

O ponto alto é fácil de apontar, e dá-me uma nova opinião da capa: o ambiente. O gótico, que assenta tão bem neste super-herói, é o foco não só da arquitectura mas de praticamente todos os panéis, muito escuros, mas muito detalhados, ominosos e grandiosos.

A falha vem na história em si, que é deveras interessante, mas não para o Batman. Nem sequer para a DC, que sempre foi mais virada para a ficção científica mais dura. É que esta é uma história que envolve um oculto muito estranho e que fica muito por explicar. Não me agradou, essa parte. Especialmente o facto do Batman aceitar tão bem essa versão dos factos.

De resto só tenho a apontar a enorme coincidência que é o vilão ser quem é, e isso estar ligado de forma tão íntima à infância de Bruce Wayne e à origem do Batman. Eu não teria feito essas ligações, mas eu também não teria contado uma história do Batman que envolve ele aceitar que o vilão é um tipo que fez um pacto com o Diabo para ser imortal durante três séculos.

No fim não é uma má leitura, e a arte realmente ganha muitos pontos a seu favor, portanto não liguem demasiado aos defeitos que apontei, e pelo menos experimentem!

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Asilo Arkham (Batman #4)


Argumento: Grant Morrison
Arte: Dave McKean
Tradução: João Miguel Lameiras


Opinião: Um livro incrível a todos os níveis. Um argumento espectacular e uma arte de cortar a respiração. Asilo Arkham é sem dúvida um dos livros mais arrepiantes que já li na minha vida. Ter o Batman no Asilo, rodeado de vilões a obrigado a interagir com eles, nos seus vários níveis de insanidade, é fascinante.

Apercebi-me foi que no mundo do Batman, ser maléfico é igual a ser louco. Interessante. Mas comentários filosóficos à parte, regressemos ao livro. Acho fascinante que um dos aspectos que funciona melhor, as aparições escassas e semi-escondidas do Batman, só exista porque McKean odiava desenhar o Batman e passou o livro inteiro a evitá-lo.

De resto, aquilo que tenho a dizer é que todos os aspectos deste livro são excelentes. O contacto com vários dos super-vilões é fantástico, incluindo um dos melhores (e mais assustadores) Jokers que já vi. A narrativa que Morrison conta nos interstícios da viagem de Batman pela loucura, a viagem do fundador do Asilo pela loucura, também é interessante, cativante, e nunca parece deslocada ou desnecessária.

Ambos os autores conseguem fazer com que essa história também seja precisa e que também faça todo o sentido estar a contá-la.

O sentido de narrativa que tanto Morrison como McKean revelam é mais do que suficiente para que texto e desenho contem a sua própria história, e ainda uma terceira, quando conjugados. Mas mais do que isso, aquilo que senti foi que estava a fazer uma visita aos bastidores. Como se estivesse habituado a ver um Joker saltitão pela rua fora, ou uma Poison Ivy insinuante, e de repente se desligassem as câmaras e os holofotes e eu os visse realmente pela primeira vez. Não os super-vilões que matam milhares, mas as pessoas por detrás.

E, lá está, isso é fascinante. É um encontro imediato com a realidade - não a nossa, mas a do Batman. Consegue ser uma realidade assustadora (este é, sem dúvida, um livro de terror), mas também credível. Não é difícil de acreditar que aquele sítio existe mesmo, com aquelas pessoas lá dentro. A forma como falam, a forma como agem, a aparência que têm, tudo lhes dá um relevo impressionante. É um excelente trabalho de Morrison e McKean, que vale muito, mas muito a pena ler.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Liga da Justiça: Terra Dois (Super-Heróis DC Comics #1)

Título: Liga da Justiça: Terra Dois

Argumento: Grant Morrison
Desenho: Frank Quitely e Ed McGuinness
Cores: Laura DePuy, Wildstorm FX e Dave McCaig
Arte-final: Dexter Vines
Tradutor: Pedro Miranda

Sinopse: Eles são os mais poderosos super-vilões que o mundo já conheceu: Ultra-Homem, Coruja, Super-Mulher, Johnny Quick e Anel de Poder - o Sindicato do Crime da Amérika! Nunca ninguém conseguiu ameaçar o reino de corrupção global que controlam... até à chegada duma equipa de super-heróis que parecem ser o reflexo distorcido da sua imagem, vindos dum universo paralelo perverso - a Terra 2! Serão eles capazes de derrotar esta "Liga da Justiça", e assim evitar que o Mal perfeito e estável do seu mundo caia, vítima da tirania da Liberdade, da Lei e do Bem?

Opinião: Antes de começar de facto a minha opinião sobre este livro, queria só dizer que acho que a noção de "introdução" ainda escapa a muita gente. Neste livro há uma. De José Hartvig de Freitas. Uma introdução que eu comecei a ler, contentíssimo, até que cheguei a um parágrafo bastante especial: naquelas linhas, foi-me contada TODA a história do que eu ia ler a seguir.

Hum... O que raio se passou? Que pessoa é que escreve uma introdução em que dedica um parágrafo a contar TODO o enredo? Que editor, ou seja lá o que for, é que deixa passar isso para um livro que vai publicar? É que nem sei! Nem sei!

Mas passemos a coisas interessantes. Logo uma das primeiras cenas é uma nave espacial a despenhar-se, de onde sai um Luthor com uma armadura de aspecto perigoso, e que diz uma das primeiras linhas de diálogo mais badass de sempre: "Tu és humana. Eu sou Luthor. Agora... Onde é que posso encontrar o pessoal dos super poderes?"

Fantástico, absolutamente fantástico.

A história do livro tem um Luthor bonzinho, de um mundo alternativo, a visitar o nosso, para pedir ajuda à Liga da Justiça para derrotar o Sindicato do Crime, uma Liga da Justiça maléfica.

É uma história com potencial que teve uma grande importância na altura, por causa da história dos universos paralelos, que permite aos argumentistas resolverem problemas narrativos, fazerem reboots e companhia limitada, sem qualquer tipo de problemas. Como costuma dizer um amigo meu "a DC, quando tem alguma história que corre mal, ou quando alguém morre, ou assim, BAM, universo paralelo, problem solved".

Bem, é um bocado isso. Ou parece, a mim que não acompanho os comics.

Mas confesso que fiquei desapontado com esta história. Não sei se é por não me conseguir situar numa mentalidade em que isto é completamente inovador, mas o argumento pareceu-me demasiado simples. Quase infantil.

Talvez tenha essa ideia em parte por causa de alguns pormenores que não têm nada a ver com a história, mas com a mitologia da DC em geral.

Por exemplo, foi a primeira vez que li uma BD com um Lanterna Verde em acção, e embora tenha momentos bons, como usar macacos voadores, à là Oz (a bruxa era verde e tudo!), acho sempre que aquele anel é completamente idiota. Quer dizer, o super poder. Podem criar o que lhes apetecer, com a força de vontade. Um bocadinho overpowered, não? É como o Super-Homem, que é praticamente um deus entre mortais.

E depois, claro, têm que ter algum tipo de fraqueza ridícula. O Super-Homem tem os pedaços do seu planeta natal, e o Lanterna Verde tem... amarelo. A sério. A fraqueza dele é o amarelo. Não consegue fazer nada a coisas amarelas, e pode ser derrotado se alguém lhe despejar um balde de tinta amarela em cima, porque ele fica sem poderes. Nem sei o que dizer.

Isto foi tudo relativamente à primeira história, mas a segunda também é interessante. Tem até um enredo mais interessante, ainda que seja bastante confusa e comece, literalmente, a meio da acção, sem que se explique nada, o que talvez seja por causa de falta de contexto de alguns números atrás, ou algo do género.

Nem vou comentar é a forma aleatória como tudo acontece. No fim não se percebe grande coisa, mas talvez seja culpa da tal falta de contexto. Mas hey, há uma equipa diferente, uma Liga da Justiça africana, pelo que percebi, bastante original e interessante. Gostava de saber mais.

No fim, o livro fica a saber a pouco. Nenhuma das histórias é realmente extraordinária, e fica a faltar aquela satisfação de se ter lido uma boa história de super heróis, o que é pena, tendo em conta o potencial que havia para aqui.