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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Naruto [T2]



Já revelei que Naruto é um guilty pleasure, e até já deixei bem explícito o quão mal dividida a série está em termos de episódios/temporadas/história, portanto não vou continuar por aí. Embora devesse.

Deixem-me antes focar no quanto os fillers e o esticamento de situações já conseguiram testar até a minha paciência. Chega ao ponto de, nos últimos episódios, um tipo ter uma espada enfiada no peito do de outro tipo, lentamente a aumentar a pressão, durante uns cinco ou seis episódios, tudo para dar tempo de mostrar o que todas as personagens estão ao fazer ao mesmo tempo.

É triste, e faz a série perder muitos pontos. Por outro lado, a história está muito mais focada nesta temporada, e é interessante ver que as personagens realmente evoluem. Parecem desenhos demasiado abonecados para terem um desenvolvimento decente, e os constantes exageros da animação para efeitos cómicos levam a acreditar em algo parecido.

No entanto, e espantem-se à vontade, as personagens estão fantasticamente bem construídas, assim como o universo onde vivem. Se esta série falha em alguma coisa, é na estrutura narrativa e no ritmo, que se fosse uma função teria o gráfico mais esquizofrénico possível, mas todos os elementos de caracterização são espectaculares.

Cada informação sobre a personagem é introduzida da forma mais eficaz possível, embora nem sempre da forma mais eficiente. Por muito útil que seja ter um flashback da infância da uma personagem secundária, tanto em termos explicativos como emotivos, fazer esse flashback ocupar 75% do episódio é abusar da sorte.

Para compensar, esta temporada introduz uma das personagens mais espectaculares que já vi, Jirayia, o eremita pervertido cujo manancial de técnicos envolve muitas vezes invocar sapos de todos os tipos, tamanhos e feitios.

Falta ver como é que a história evolui daqui para a frente, e se consegue manter-me interessado. Eu tenho alguma confiança de que no final das cinco temporadas que, supostamente, constituem a série de Naruto original (depois passa-se para Naruto Shippuden, o que quer que seja que isso signifique), tenham uma história relativamente fechada e agradável. Os sinais por agora não estão promissores, mas as personagens em jogo são e estão cada vez melhores, portanto nem tudo é mau.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Naruto [T1]



Falar da primeira temporada desta série é um exercício um bocado abstracto. Apesar de oficialmente ela estar dividida em cinco temporadas, é mais um contínuo de duzentos e qualquer coisa episódios, que servem de prelúdio a Naruto: Shippuden, que já conta com uns quatrocentos episódios sem perspectivas de acabar.

Isto significa que a "primeira temporada" acaba sem acabar. Chegamos ao suposto último episódio e encontramos um dos acontecimentos mais importantes da série a meio. Não faz qualquer sentido. Mas toda a série é altamente palerma, portanto não me vou chatear demasiado com isso.

A verdade é que esta série é praticamente um guilty pleasure meu. A enorme quantidade de fillers, o ritmo tipicamente anime, com confrontos que duram vários episódios (quem é que não se lembra de ver miúdos a correr campo fora durante vários episódios em Oliver e Benji?) e muitos minutos gastos a repetir o que se passou no episódio anterior, efectivamente reduzindo um episódio de vinte e cinco minutos a cerca de dez minutos de coisas novas, são fatais.

E ainda assim a série é divertidíssima. Uma pessoa esforça-se por se abstrair destas falhas, e o que encontra é um mundo vasto e complexo, em que as personagens são verdadeiramente individuais e bem construídas, e os acontecimentos são interessantes.

Entre intrigas e poderes secretos, guerras nas sombras e mortes ao virar da esquina, sempre pontuados pela vida pessoal de várias personagens, a série é puro entretenimento. As lutas são fascinantes de ver, mais que não seja para descobrir as várias técnicas ninja que cada pessoa usa, que são invariavelmente originais.

Não fossem os fillers e a quantidade de tempo perdida em coisas que não interessa, esta podia ser uma excelente série. Assim é apenas gira de ver, vá. Dá para um tipo se distrair. Só é pena que depois de vinte episódios ainda se esteja a contar a história do terceiro ou quarto livro (só para terem noção do ritmo).