quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Naruto [T1]



Falar da primeira temporada desta série é um exercício um bocado abstracto. Apesar de oficialmente ela estar dividida em cinco temporadas, é mais um contínuo de duzentos e qualquer coisa episódios, que servem de prelúdio a Naruto: Shippuden, que já conta com uns quatrocentos episódios sem perspectivas de acabar.

Isto significa que a "primeira temporada" acaba sem acabar. Chegamos ao suposto último episódio e encontramos um dos acontecimentos mais importantes da série a meio. Não faz qualquer sentido. Mas toda a série é altamente palerma, portanto não me vou chatear demasiado com isso.

A verdade é que esta série é praticamente um guilty pleasure meu. A enorme quantidade de fillers, o ritmo tipicamente anime, com confrontos que duram vários episódios (quem é que não se lembra de ver miúdos a correr campo fora durante vários episódios em Oliver e Benji?) e muitos minutos gastos a repetir o que se passou no episódio anterior, efectivamente reduzindo um episódio de vinte e cinco minutos a cerca de dez minutos de coisas novas, são fatais.

E ainda assim a série é divertidíssima. Uma pessoa esforça-se por se abstrair destas falhas, e o que encontra é um mundo vasto e complexo, em que as personagens são verdadeiramente individuais e bem construídas, e os acontecimentos são interessantes.

Entre intrigas e poderes secretos, guerras nas sombras e mortes ao virar da esquina, sempre pontuados pela vida pessoal de várias personagens, a série é puro entretenimento. As lutas são fascinantes de ver, mais que não seja para descobrir as várias técnicas ninja que cada pessoa usa, que são invariavelmente originais.

Não fossem os fillers e a quantidade de tempo perdida em coisas que não interessa, esta podia ser uma excelente série. Assim é apenas gira de ver, vá. Dá para um tipo se distrair. Só é pena que depois de vinte episódios ainda se esteja a contar a história do terceiro ou quarto livro (só para terem noção do ritmo).

2 comentários:

Anónimo disse...

Realmente li a manga toda e o ritmo consegue ser bem melhor que o da série que está cheia de fillers muitas vezes um pouco a mais que nem sequer servem para contar histórias secundárias e sim para ir buscar histórias que deturpam um pouco a lógica da série.

No entanto, a banda sonora é algo original que a manga nunca conseguirá reproduzir.
Por norma, são fenomenais as bandas sonoras dos animes, mas a desta série é fortíssima.

Hōyō (Abraço)

FBF

Rui Bastos disse...

Aquilo é emocionante de ver, é preciso sermos sinceros! Mas pronto, tem esses problemas... Concordo que a música é um ponto forte!

Abraço