Título: O Barão
Autor: Branquinho da Fonseca
Opinião: Não conhecia o autor, nem o conto O Barão, o primeiro dos três presentes neste livro, até ouvir falar do filme que foi feito a partir dele, e que me pareceu ter um ar agradável, apesar de ainda não o ter visto.
Ao ver que era um filme de terror, português, baseado num conto de um autor português, vi reunidas todas as condições necessárias para captar o meu interesse.
Como tal, quando encontrei o livro com este conto (além do Mãos Frias e d'O Involuntário), não hesitei em adicioná-lo à minha lista de leituras mais imediatas.
O que encontrei foi um típico autor clássico português, em termos da escrita bem trabalhada. Já no que toca à temática, todas as 3 histórias tendem, se não para o Terror, pelo menos para o Fantástico, com laivos de sobrenatural e de bizarro bem presentes.
Tem também os defeitos do costume, diálogos e personagens ingénuas, e situações deveras improváveis de gente que alberga desconhecidos e neles descobre amigos para a vida.
Das 3 histórias, a mais impressionante é definitivamente a primeiro, O Barão, cuja personagem que lhe dá o título é de uma presença notável, sobrepondo-se a quase tudo o resto que constitui o conto. Traços de loucura são bem visíveis nesta personagem imponente, que não consegue, ainda assim, disfarçar algo de frágil e apaixonado.
Uma personagem interessante, mas não o aspecto mais relevante do livro. Esse papel é desempenhado pelo ambiente negro que o autor consegue impor aos 3 contos e que me parece ser uma característica que os separa da literatura portuguesa mais clássica que conheço.
Por fim, não posso afirmar que achei brilhante, mas achei interessante. E fiquei ainda bastante satisfeito por ficar a conhecer mais um bom autor luso.
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