Childhood's End

Título: Childhood's End

Autor: Arthur C. Clarke

Sinopse: Earth has become a Utopia, guided by mysterious 'Overlords' from outer space. Their omnipotent presente has eradicated war and inequality, bringing justice and order to all.

Despite their terrifying form, they live harmoniously amongst the humans for fifty years until, one night, a child dreams a strange dream and begins to develop remarkable powers.

What this signals is more important than anyone could imagine; it reveals the true fate of humanity and the real powers behing the presence of the Overlords. Neither, it seems, have a secure place in the future.

A story vastly ahead of tis time on original publication in 1954, Childhood's End delves deep into the essence of the human race, challenging its autonomy, its purpose and its limits. Astonishingly resonant in a modern world dealing with war, climate change and technological progress, this is classic science fiction at its best.

Opinião: Cada vez mais me convenço da mestria que suspeitava existir em Clarke. Ainda antes de ler o que quer que fosse da sua autoria, já tinha a noção que Arthur C. Clarke era um nome sonante não só da ficção científica, como da literatura em geral.

A primeira vez que ouvi falar do autor, foi associado a Stanley Kubrick, o realizador-génio tão amado quanto odiado. Como co-responsáveis de um dos filmes ex-libris da ficção científica, a única ideia que podia ter, tanto de um como de outro, era no mínimo de respeito profundo.

Anos mais tarde, não há muito tempo, li 2001 - Odisseia no Espaço, romance simultâneo ao filme, e as suspeitas começavam a confirmar-se: génio parecia pouco. Não muito depois li este Childhood's End, um livro diferente mas que cimenta a palavra génio e lhe aponta grandes e brilhantes holofotes.

A história não é extraordinariamente complexa, mas é bem construída e habilmente desenvolvida. O final torna-se ligeiramente previsível, a partir de certa altura, mas só porque faz parte do lento clímax da obra, para o qual o autor começa a levar a narrativa, de forma subtil, a partir de meio do livro.

Para quem conhecer o fim deste livro, assim como o da odisseia espacial do autor, de certeza que terá visto vagas semelhanças, como eu encontrei.

Mas esqueçam o que eu disse relativamente ao fim previsível. O objectivo não era criar nenhum mistério que alguma personagem tivesse que descobrir. E quanto ao resto do livro? Página atrás de página, Clarke surpreendeu-me até em pequenos detalhes. A revelação que mais me chocou - sim, chocou - foi a do aspecto dos Overlords. Garanto-vos que esperava tudo, tudo mesmo, já tinha imagino 580 cenários diferentes... Mas nada me deixou antever o que realmente aconteceu.

Fiquei literalmente de boca aberta. E a explicação final relacionada com o aspecto deles? De Mestre.

Quanto às personagens, enfim, foram todas um pouco eclipsadas pelo intelecto centenas de vezes superior dos Overlords. Com aquelas criaturas fascinantes sempre por perto, mal dei conta da existência dos humanos, nem consegui captar nada de particularmente relevante com eles relacionados.

Portanto, como palavras finais, agradeço a quem me emprestou um livro muito bom de um autor genial, e faço a quem ler esta crítica o que essa pessoa me fez a mim: leiam este livro!