Título: Jerusalém
Autor: Gonçalo M. Tavares
Sinopse: “Como as substâncias se separavam logo à partida, entre as que avançavam com a vontade própria e as que esperavam com a obediência estática (e nisso dividiam-se como alguns homens). Os sapatos eram a obediência pura, a escravidão mesquinha, enojavam-lhe naquele momento; a sabujice destes materiais em relação ao homem. Nenhum cão é tão sabujo como estas substâncias. Não há possibilidade de diálogo entre substâncias que nascem logo em campos opostos, em campos, não inimigos, que isso seria pensar na possibilidade de elevação do homem que agarra na arma para combater; ali, pelo contrário, o afastamento não era entre substâncias inimigas ou entre dois predadores que se preparam para combater por um pequeno território; tratava-se simplesmente de passividade absoluta de um lado, e do outro energia forte, que constrói ou destrói, mas que modifica sempre. Não somos uma coisa que espera, murmura Mylia, enquanto avança a passos fortes para a igreja.”
Opinião: É suposto este ser o grande livro desta saga de Gonçalo M. Tavares, O Reino, e que ganhou os grandes prémios da literatura. Pois bem, crucifiquem-me oh críticos profissionais e fãs acérrimos, mas não achei nada de especial.
Acredito que tenha a ver com o facto de ser um género de literatura que não aprecio, demasiado poético e filosófico e moderno e não sei quê, pois consigo ver que Tavares é um bom escritor. Apenas não me agradam por aí além, estes livros.
Jerusalém continua praticamente na mesma onda dos outros 2 livros anteriores, um livro e uma história que servem como meros veículos para transmitir ideias. Não que isso seja mau, a literatura, em parte, serve para isso mesmo, mas a mim pessoalmente não me agradam por aí além livros assim.
Para ser sincero, esperava gostar mais deste autor. Talvez tenha começado pelas suas obras menos indicadas aos meus gostos. Ainda acho que vou delirar com o Viagem à Índia, apesar destes livros não me estarem a deixar satisfeito.
Consigo apreciar as personagens e as situações peculiares, mas tirando isso... Talvez seja demasiado novo, se bem que não gosto muito desse argumento. Acho apenas que não foi a altura certa para me iniciar nesta saga, nem as obras certas para me iniciar neste autor.
Já vislumbrei o próximo livro e parece-me seguir uma estrutura mais linear, mais focada na história. A verdade é que este autor ainda não me convenceu, e vou terminar a leitura da safa com o Aprender a Rezar na Era da Técnica, não muito confiante de que esse último livro me impressione, depois destes 3 primeiros.
4 comentários:
Do Gonçalo M. Tavares só li este "Jerusalém" e não gostei assim tanto. Mas também li o "Uma viagem à Índia" e gostei imenso. Acho que fazes bem em arriscar outros géneros deste autor.
Boas leituras
O único livro que li dele até agora, e detestei o início, pareceu-me demasiado confuso e abstracto, mas depois, entrei na história e até gostei!
Espero que gostes mais do "Viagem à Índia", porque é um autor a manter debaixo de olho!
http://metaforaderefugio.blogspot.pt/2012/06/jerusalem-goncalo-mtavares-by-jorge.html
Patrícia, o "Uma viagem à Índia" é a minha grande esperança para este autor...
E Jorge, alguém vai ter que mo emprestar, provavelmente :D
A minha mãe, portanto xD
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