Título: Mensagens do Futuro
Autores: Arthur C. Clarke, Brian Aldiss, Edmond Hamilton, Isaac Asimov, James Tiptree Jr., Kate Wilhelm, Mark Clifton, Robert Sheckley, Robert Silverberg, Ron Goulart
Tradutor: Eurico Fonseca
Tradutor: Eurico Fonseca
Opinião: Antes de me debruçar sobre qualquer um dos contos reunidos neste antologia, quero mencionar 2 coisas. Não se deixem enganar pelo nome do autor que vem escarrapachado na capa. Mensagens do Futuro não é um livro de Isaac Asimov, ainda que contribua com um conto, mas sim uma colectânea de contos editada por ele, Martin Greenberg e Joseph Oladner, e que inclui contos de Arthur C. Clarke, Brian Aldiss, Robert Silverberg e todos os outros nomes sonantes mencionados ali em cima.
A segunda coisa é a genialidade e a criatividade por detrás deste livro. Como Asimov explica na introdução, o conceito é bastante simples: os contos aqui reunidos têm todos em comum a particularidade de terem uma pergunta como título e de serem, no fundo, a ilustração dessa pergunta, com a ficção científica a servir de pano de fundo perfeito para questões que atormentam a Humanidade há bastante tempo.
O primeiro conto Como é aquilo por lá?, é de Edmond Hamilton, um pioneiro da ficção científica norte americana, como diz Asimov na introdução que o antecede. Não sei se é de facto o melhor de Hamilton, como Asimov também menciona, mas é sem dúvida um óptimo conto e um dos melhores que já li dentro deste género. É acima de tudo um conto desiludido e que tenta mostrar o peso que é tomar consciência da imensidão do Cosmos e de quão fúteis e superficiais são as nossas tentativas de exploração do Universo.
Já em Quem poderá substituir o Homem?, de Brian Aldiss, a interrogação é mais directa e óbvia. Num mundo maioritariamente tecnologicamente avançado acabado de dizimar, quem é que manda? Como é que funciona a sociedade? Os robôs podem-se organizar, mas conseguirão sobreviver? Curto mas incisivo, este conto mostra que o Homem tem um papel importante no mundo, mas que não é, de todo, essencial à sua continuidade. E depois no fim há mais umas implicações, que deixarei incógnitas para não estragar a leitura, perdoem-me.
De seguida vem Que foi que eu fiz?, de Mark Clifton, um conto ao mesmo tempo optimista e negativista. O protagonista começa por combater uma ameaça à Humanidade, e acaba a perguntar-se se a verdadeira ameaça não é, afinal, a própria Humanidade. Uma das interrogações mais actuais que encontrei nesta colectânea, a pergunta que dá o título ao conto é apenas a ponta de um gigantesco iceberg das mais variadas considerações, acompanhadas lentamente, passo a passo. Primeiro a ameaça e a luta desesperada para proteger aquilo que o protagonista julga ter que sobreviver a todos os custos, a Humanidade. Depois uma lenta tomada de consciência, por contraste com a alegada ameaça, de que a Humanidade é uma ameaça por direito próprio. Muito bom.
O quarto conto é daquele que é para mim um dos maiores génios da literatura e que simboliza um dos expoentes máximos da ficção científica: Arthur C. Clarke. Já há muito rendido a este escritor, Quem está aí? apenas cimentou a minha opinião sobre ele, a de que Clarke é genial, genial, genial. Não há grandes interrogação filosóficas ou metafísicas, há, isso sim, uma situação bem contada e descrita, uma muito boa historieta contida em meia dúzia de páginas.
Você sente alguma coisa quando eu faço isto?, de Robert Sheckley, foi provavelmente o conto que achei mais fraco nesta antologia. Não passa de uma metáfora pouco subtil para a a evolução acelerada da tecnologia e dos choques que inevitavelmente vão existir entre pessoas e máquinas. Ou do uso exagerado de tudo o que seja maquinetas. Acho que só falha, em grande parte, porque isso não é o futuro, é o agora e é já algo aceite e ao qual oferecemos pouca resistência, enquanto espécie.
Até agora falei-vos de 5 dos 10 contos de Mensagens do Futuro, e tive apenas uma desilusão, o que me parece uma contagem final bastante positiva. Amanhã falo-vos dos 5 contos que faltam desta que se tornou numa das minhas antologias favoritas, não só pelos contos nela presente, mas pelo conceito que os reuniu a todos no mesmo livro.
A segunda coisa é a genialidade e a criatividade por detrás deste livro. Como Asimov explica na introdução, o conceito é bastante simples: os contos aqui reunidos têm todos em comum a particularidade de terem uma pergunta como título e de serem, no fundo, a ilustração dessa pergunta, com a ficção científica a servir de pano de fundo perfeito para questões que atormentam a Humanidade há bastante tempo.
O primeiro conto Como é aquilo por lá?, é de Edmond Hamilton, um pioneiro da ficção científica norte americana, como diz Asimov na introdução que o antecede. Não sei se é de facto o melhor de Hamilton, como Asimov também menciona, mas é sem dúvida um óptimo conto e um dos melhores que já li dentro deste género. É acima de tudo um conto desiludido e que tenta mostrar o peso que é tomar consciência da imensidão do Cosmos e de quão fúteis e superficiais são as nossas tentativas de exploração do Universo.
Já em Quem poderá substituir o Homem?, de Brian Aldiss, a interrogação é mais directa e óbvia. Num mundo maioritariamente tecnologicamente avançado acabado de dizimar, quem é que manda? Como é que funciona a sociedade? Os robôs podem-se organizar, mas conseguirão sobreviver? Curto mas incisivo, este conto mostra que o Homem tem um papel importante no mundo, mas que não é, de todo, essencial à sua continuidade. E depois no fim há mais umas implicações, que deixarei incógnitas para não estragar a leitura, perdoem-me.
De seguida vem Que foi que eu fiz?, de Mark Clifton, um conto ao mesmo tempo optimista e negativista. O protagonista começa por combater uma ameaça à Humanidade, e acaba a perguntar-se se a verdadeira ameaça não é, afinal, a própria Humanidade. Uma das interrogações mais actuais que encontrei nesta colectânea, a pergunta que dá o título ao conto é apenas a ponta de um gigantesco iceberg das mais variadas considerações, acompanhadas lentamente, passo a passo. Primeiro a ameaça e a luta desesperada para proteger aquilo que o protagonista julga ter que sobreviver a todos os custos, a Humanidade. Depois uma lenta tomada de consciência, por contraste com a alegada ameaça, de que a Humanidade é uma ameaça por direito próprio. Muito bom.
O quarto conto é daquele que é para mim um dos maiores génios da literatura e que simboliza um dos expoentes máximos da ficção científica: Arthur C. Clarke. Já há muito rendido a este escritor, Quem está aí? apenas cimentou a minha opinião sobre ele, a de que Clarke é genial, genial, genial. Não há grandes interrogação filosóficas ou metafísicas, há, isso sim, uma situação bem contada e descrita, uma muito boa historieta contida em meia dúzia de páginas.
Você sente alguma coisa quando eu faço isto?, de Robert Sheckley, foi provavelmente o conto que achei mais fraco nesta antologia. Não passa de uma metáfora pouco subtil para a a evolução acelerada da tecnologia e dos choques que inevitavelmente vão existir entre pessoas e máquinas. Ou do uso exagerado de tudo o que seja maquinetas. Acho que só falha, em grande parte, porque isso não é o futuro, é o agora e é já algo aceite e ao qual oferecemos pouca resistência, enquanto espécie.
Até agora falei-vos de 5 dos 10 contos de Mensagens do Futuro, e tive apenas uma desilusão, o que me parece uma contagem final bastante positiva. Amanhã falo-vos dos 5 contos que faltam desta que se tornou numa das minhas antologias favoritas, não só pelos contos nela presente, mas pelo conceito que os reuniu a todos no mesmo livro.
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