Título: Oblívio
Autor: Filipe Faria
Sinopse: Tomados pelo desânimo, os companheiros enfrentam agora o seu maior desafio e o Oblívio ameaça a própria existência, da mesma forma que parece ser a sua única salvação. Na mais negra hora de Allaryia, a Sombra ergue-se triunfante, mas nem tudo o que parece é, e ainda falta a'O Flagelo jogar a sua última cartada
Opinião: O tão aguardado fim desta saga chega por fim. Após alguns anos a acompanhar e a seguir fielmente as desventuras de Aewyre e companhia, a par das movimentações de Seltor e vilões afins, agarrei no último volume, o único que ainda não tinha lido, e fiquei a saber como tudo terminava. Ou começava.
Isto porque, digam o que disserem, este pode ter sido o último livro desta saga, mas muito dificilmente será o último livro passado em Allaryia. As últimas páginas são um mero prenúncio de algo enorme, um breve vislumbre daquilo que ainda vai acontecer, e a sensação com que fiquei foi uma de "isto não pode acabar assim...". Até porque depois de mais ou menos 500 páginas de um óptimo livro, as últimas 100, o final do final que afinal talvez não seja um final, são bastante fracas. Fiquei desiludido. E mesmo no fim, as últimas 20 páginas começam a salvar o livro... E é então que ele acaba.
Essa é a única razão para eu não decretar este livro como o melhor dos 7. A escrita atinge aqui um nível estável e satisfatório, notando-se uma clara, aliás, claríssima evolução relativamente ao primeiro livro; as personagens continuam absolutamente geniais, de uma forma geral. O enredo até começa por enveredar por bons caminhos, mas sensivelmente a meio do livro, o autor começa a estragar tudo. O fim que vai dando a algumas personagens deixa muito a desejar, a forma como salva (ou não) os companheiros das desgraças em que se metem é demasiado fácil, e acaba por recorrer demasiadas vezes a facilidades narrativas.
E é uma pena. A sério. Tinha tudo para ser um óptimo livro... Tudo! Mas no fim da leitura posso apenas classificá-lo como ligeiramente abaixo de bom, pois foi, acima de tudo, desapontante e anti-climático. Talvez isso também se deva às minhas expectativas, ao facto de andar há um ano para ler este livro e ao ter começado a ler esta saga há tanto tempo, mas a verdade é que a maior parte das minhas expectativas foram defraudadas, e em grande estilo.
Ainda por cima com um fim que promete tanto! Não me parece que as possibilidades de haver uma continuação num futuro próximo sejam muitas, mas ela vai existir, tenho quase a certeza. Ou pelo menos o autor está a pensar nisso. No entanto, não é assim que se acaba uma saga, uma saga tão inovadora no meio literário português, odiada por uns, amada por outros e completamente indiferente e/ou desconhecida à maior parte, uma saga cujos fãs foram acompanhando de forma fiel, sempre à espera do próximo volume...
Lamento, mas Filipe Faria, desapontaste-me. Este livro podia ter sido melhor. É uma boa leitura, e uma conclusão razoável para saga, mas esperava mais, muito mais, e acho que o autor tinha qualidade suficiente para escrever um fim muito mais digno. Fiquei triste, com o folhear das últimas páginas, tanta história e tanta possibilidade terminada assim, quase em cima do joelho. Um livro inteiro de desenvolvimento, de evolução progressiva e constante de urgência e de tensão, e umas últimas páginas tão fracas.
Para não me alongar muito mais, digo que gostei, mas não foi o fim que eu queria, o fim que eu esperava. Tenho dificuldade em ser muito imparcial com esta saga, pois como já o referi, tenho-lhe uma afeição especial, mas este último livro tinha muito potencial e o autor não o aproveitou. Mas não é por isso que deixa de ser um bom livro, que dá finalmente por satisfeita a minha curiosidade em saber como tudo acaba em Allaryia.
Um fim. Não um fim digno, mas um fim.
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