Autor: Jerry Spinelli
Tradutora: Maria João Berkeley Cotter
Opinião: É um livro para jovens. Entre o infantil e o juvenil, A Menina das Estrelas até é um livro acima da média, tendo em conta o público-alvo, e foi uma leitura que gostei de fazer. Passa uma mensagem bonita e interessante, e não está mal escrito de todo.
Infelizmente o livro é demasiado juvenil para me agradar completamente. As personagens são fracas, e as mais interessantes acabam por se tornar clichés baratos ou personagens tão burras que deixam de ser realistas.
A (mais ou menos) protagonista, a Stargirl, é uma personagem interessante que, à sua própria maneira, causa o caos na escola onde acabou de chegar, com o seu espírito livre e as suas acções estranhas e intrinsecamente bondosas.
Estamos a falar de uma rapariga que canta os parabéns a toda a gente, durante a hora de almoço, e que quando chega a uma aula, põe uma toalhinha na mesa e um jarro com uma flor. Estas e outras coisas são o que causam estranheza, e que por um lado a ostracizam e por outro lhe dão uma aura de mistério e fascínio inigualável naquela escola.
É por isso que a história de amor que vive soa a um facilitismo narrativo para arrancar lagriminhas e compaixão dos jovens leitores. Além de ser semi-aleatório, na altura em que surge, só começa porque a Stargirl, o tal espírito livre que parece ter uma personalidade livre das restrições sociais que nos atingem a todos, acha que um certo rapaz é giro. E é isto. Não há cá conhecê-lo, nem falar com ele, nada.
Esse rapaz, por sua vez, é uma personagem inconstante, que narra o livro e tem o dom de ser tão imprevisível e idiota como um adolescente normal. O que não é bom, porque torna-se extremamente aborrecido vê-los como casal e depois a desmoronarem por motivos idiotas. Isso já não é realista.
No fim, é uma leitura rápida, que dá para entreter, mas não passa disso. Provavelmente saboreia-se melhor com menos idade do que eu, e com menos cepticismo do que aquele que eu tenho.
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