Título: Booze, Broads, & Bullets
Autor: Frank Miller
Opinião: O formato deste livro é um pouco diferente dos volumes anteriores. Enquanto que os primeiros 5 números tinham uma única narrativa, este Booze, Broads, & Bullets colecciona vários one-shots, histórias mais pequenas entre as 3 e as 30 páginas.
E pensam que isto prejudicou a qualidade, de algum forma? Antes pelo contrário, este novo formato permitiu a Miller contar vários tipos de histórias, de várias formas, dando asas à sua imaginação e presenteando-nos com algumas pequenas pérolas.
Um dos melhores exemplos disso é Just Another Saturday Night, a primeira história, sobre Marv, como não podia deixar de ser, sendo ele a personagem que para mim é a mais bem conseguida. Há violência e a história avança de forma interessante, deixando algumas dicas sobre o passado de Marv. Aguçou o apetite e foi a entrada perfeita neste livro.
Depois vieram Fat Man and Little Boy, duas personagens absolutamente geniais e das quais me esqueço sempre de falar: têm o ar mais criminoso da história do crime, mas são mais eloquentes e faladores que qualquer académico que conheçam. A história é curta e serve apenas para exibir um pouco as duas personagens, sempre hilariantes, mas acaba por ser bastante representativa do que são as duas personagens, criminosos demasiado eloquentes que gastam demasiado tempo a falar e pouco a pensar.
Em The Customer is Always Right podemos ver o exemplo perfeito do que pode ser o amor em Sin City: violento, traiçoeiro, intenso e inesperado. A brevidade da história, pequena mesmo para os padrões deste livro, é um ponto a seu favor, pois adiciona-lhe uma brusquidão que se enquadra muito bem com a história de amor fugaz e intenso que quer contar.
Silent Night é simplesmente soberbo. Praticamente sem diálogos, é mais uma história sobre Marv, muito focada nos desenhos e com o contraste entre o preto e o branco acentuado pela expressividade que cada vinheta precisa de ter, para contar a história sem palavras. O coração doce de Marv, escondido debaixo de uma autêntica máquina de guerra, não é propriamente uma surpresa, mas não deixa de impressionar pelo contraste que faz com o aspecto e as atitudes da personagens, um contraste quase tão forte como o preto e o branco que contam a história. Fenomenal!
A próxima história, And Behind Door Number Three..., é que não beneficia com a brevidade, sendo apenas demasiado rápida e servindo como mero pretexto para mostrar como as prostitutas de Sin City têm mais poder do que é normal, e não hesitam em fazer justiça pelas suas próprias mãos, muitas vezes de formas bastante violentas.
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