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terça-feira, 26 de abril de 2011

Os Subterrâneos da Liberdade: Árduos Tempos


Título: Os Subterrâneos da Liberdade (Vol. 1): Árduos Tempos

Autor: Jorge Amado

Sinopse: Os ásperos tempos, primeiro volume da trilogia, traz a instauração do regime ditatorial do Estado Novo, o comportamento das forças políticas, os ideais proclamados e os primeiros movimentos de resistência. Publicada pela primeira vez em 1954, a obra, dividida nos volumes "Os ásperos tempos", "Agonia da noite" e "A luz no túnel", é a sua forma de protesto e crítica ao Governo Vargas.

Opinião: Há muito que esta crítica esperava ser feita, tal como há algum tempo que já acabei este monumental primeiro volume da trilogia Os Subterrâneos da Liberdade. O tempo é pouco, mesmo em férias e o blog vai sendo sem querer deixado para trás. Não é mesmo nada justo e eu já tinha saudades de aqui escrever.

Quanto a Ásperos tempos, as expectativas eram altas, sendo Jorge Amado um dos meus autores preferidos, e a temática da história também se me afigurava bastante atraente.

Numa belíssima lírica narrativa, Jorge Amado não desilude, e penetra mais uma vez, no âmago das emoções humanas, neste relato do que foi a ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas no Brasil.

Focada principalmente na luta operária do Partido Comunista Brasileiro, trabalhando e sofrendo na clandestinidade pela queda do governo de Vargas, a história abraça também outras personagens da baixa burguesia à elite multimilionária de São Paulo.

Jorge Amado consegue assim manipular na perfeição pontos de vista, ideologias, sentimentos e romances variados numa única época histórica.

Inicialmente escrito pelo autor como um único volume, Os Subterrâneos da Liberdade foi dividido em três volumes pela editora, compondo assim uma trilogia com o mesmo nome.

Quanto à recente re-edição pela editora Dom Quixote, só tenho a apelar para que não a comprem. Jorge Amado nunca aprovaria o valor exorbitante de 25€ que é pedido pelo livro, e pô-lo à venda a esse preço, julgo ser uma afronta e falta de respeito pelo escritor.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Mar Morto


Título: Mar Morto
Autor: Jorge Amado

Sinopse: Escrito em 1936, quando Jorge Amado tinha apenas 24 anos, "Mar Morto" conta a história da beira do cais da Bahia, como diz o escritor, na frase que abre o livro. E a frase é uma verdadeira carta de intenções. Nenhuma outra obra sintetizou tão bem o mundo pulsante do cais de Salvador, com a rica mitologia em torno de Iemanjá. Personagens como o jovem mestre de saveiro Guma parece, prisioneiros de um destino traçado há muitas gerações: o dos homens que saem para o mar e que um dia serão levados por Iemanjá, deixando mulher e filhos a esperar, resignados.

Opinião: Já vem longa a minha paixão por Jorge Amado, desde que aos treze anos li Os Capitães da Areia, um romance que marcou - e continua a marcar, uma vez que ainda lhe dou uma vista de olhos de quando em vez - a minha juventude. Mar Morto, em cuja história consigo ver muitas das peripécias d'Os Capitães da Areia, só conseguiu acalentar a minha admiração por Jorge Amado.

A vida dos marítimos do cais da Bahia é o tema central da obra, numa viagem lírica e trágica através da luta diária destes trabalhadores pela sobrevivência.

Na minha opinião, Mar Morto, é na íntegra, um livro sobre a morte. Todas as personagens que compõem a história - do jovem Guma ao velho Francisco - estão em constante contacto com a morte, aprendendo em simultâneo a esperá-la e a respeitá-la.

É este o destino dos marítimos do da Bahia, esperar a morte, que os abraçará na pele de Yemanjá, a deusa dos mares, a mais bela mulher do mundo.

Esta é também a história de todos os pobres e oprimidos, das prostitutas aos operários, e às viúvas com oito filhos para alimentar.

Uma obra completa, repleta de uma beleza de levar às lágrimas. Mal posso esperar por ler mais deste génio da literatura que foi Jorge Amado.