quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O Assassinato de Roger Ackroyd


Um livro que me serviu para reavivar a memória, pois já há algum tempo que me tinha esquecido como a personagem de Poirot é fascinante.

Neste livro, é-nos apresentado um Poirot já aposentado, mas que mantém tudo o que lhe é característico, desde o excepcional uso das suas "celulazinhas cinzentas", a sua obsessiva mania de ter tudo impecavelmente arrumado e organizado, o cofiar do seu aprumado bigodinho, os pequenos entraves que enfrenta relativamente ao inglês, o manter as suas teorias secretas praticamente até ao fim... tudo aquilo que nos atrai, nesta personagem.

Quanto à história em si, é-nos relatada não por Hastings, o fiel companheiro de Poirot, mas por Dr. Sheppard, uma personagem interessante que nos revela uma surpresa no final, surpresa essa que eu, confesso, já esperava, em parte. Houve uma certa passagem, logo no início do livro, que me levantou algumas dúvidas, mas a verdade é que não deixa de ser absolutamente fantástico, a forma como a autora nos conduz, a todo o momento, para o assassino, através de pequenas pistas, que depois da revelação do assassino nos fazem pensar: "então era isso que aquilo significava!".

Roger Ackroyd morre, em circunstâncias estranhas, e toda a gente na casa, e alguns fora dela, são suspeitos. Praticamente todos tinham motivo, e oportunidade. Cria-se uma autêntica trama de intriga e de suspeitas, que parece não atar nem desatar. Tirando, claro, para Poirot, que desde o princípio, como é, aliás, seu hábito, parece saber toda a verdade. Nunca, ou pelo menos muito raramente, Poirot fica confuso, ou sem saber o que fazer ou pensar. Transmite sempre confiança, e até uma certa arrogância (se bem que merecida) quanto à sua pessoa, às suas capacidades, e ao seu conhecimento daquilo que se passa.

Este livro tem uma história, e uma apresentação fenomenal, quase ofuscando a personagem que é Poirot. Sim, o ponto de destaque neste livro não é o famoso detective belga (embora continue em boa-forma), mas sim a história em sim. Um livro de leitura quase obrigatória, para quem gosta de policiais!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

The Dream Hunters


"Um monge vivia em solidão, guardando o seu templo ao lado de uma montanha. O templo era muito pequeno, e o monge era um jovem monge e a montanha não era das mais bonitas ou impressionantes do Japão."

Assim começa a belíssima história contada por Neil Gaimen (famoso escritor de Coraline e Stardust) e fenomenalmente ilustrada em quadradinhos por P. Craig Russel.

O conto, sobre um jovem monge que vivia em paz no seu pequeno templo sem que nada a perturbasse, vê-se uma noite importunado por bizarras e misteriosas criaturas batendo-lhe à porta, fruto de uma aposta entre uma raposa e um texugo. No entanto, tendo perdido ambos, desistiram e voltaram às suas tocas.

Paralelamente, o Grande Senhor de uma aldeia próxima, que tinha de tudo para ser feliz, vivia a maior das infelicidades. O Grande Senhor tinha medo. Vivia amedrontado todos os dias da sua vida.

Procurando então por meios místicos acabar com a sua horrível sina, recorre à ajuda de três magas, que lhe explicam que a única maneira de viver sem medo e em paz seria matar um jovem monge que vivia feliz num pequeno templo, e que nada temia. No entanto, teria de o matar à distância e sem lhe causar dor. O Grande Senhor procedeu ao envio dos seus demónios com a finalidade de espiarem o monge, que por sua vez estavam a ser espiados pela raposa, que entretanto se apaixonara perdidamente pelo jovem monge.

Preocupada, a raposa conta ao monge o perigo que este corre, e os dois partem numa inesperada jornada em busca do rei dos sonhos, o único que poderia salvar o monge do destino que o Grande Senhor lhe reservara.

Uma banda-desenhada colossal, que ultrapassa as barreiras da nossa imaginação, num casamento perfeito entre a força da arte gráfica e a magia das palavras.

O Japão é um Lugar Estranho


Todos nós, fãs de anime e manga ocidentais, temos a mania de que sabemos imenso acerca da cultura japonesa e que facilmente compreendemos o seu ponto de vista. Ora bem, este livro veio provar-me que não sabemos absolutamente nada.

Peter Carey (o próprio escritor), ao dar-se conta da obsessão do filho, Charley, por banda desenhada e animação japonesa, depara-se consigo próprio a ser progressivamente puxado para o mesmo mundo misterioso, perfeito e aparentemente incompreensível aos olhos ocidentais. Perguntando-se sucessivamente ao ver anime "o que me estará a escapar nesta imagem que a um japonês seria óbvio?" e partilhando as suas questões com o filho, decide levá-lo numa viagem a Tóquio, onde, em vez de visitarem museus e templos, procurariam conhecer o que Charley chamou de "Verdadeiro Japão" ou por outras palavras, a verdadeira essência desse povo misterioso, e as suas ligações directas ao manga.

Tendo tido, inclusivamente o prazer de se encontrarem com vários famosos realizadores de anime, incluindo o quase inalcançável e também extremamente venerável Hayao Miyazaki (produtor de filmes premiados como "A Viagem de Chihiro", "O Castelo Andante" e mais recentemente "Ponyo à Beira-Mar"), pai e filho foram-se dando conta de que todas as suas conclusões sobre a cultura japonesa estavam aparentemente erradas, e de que de facto, o Japão é sem dúvida um lugar estranho.

As Dez Figuras Negras


Já há muito tempo que não lia nada da rainha do suspense, e este livro soube-me bem. Logo ao início, uma premissa intrigante deixa-me em pulgas: 10 pessoas, aparentemente sem qualquer ligação entre si, reunidas na mesma casa, para umas supostas férias.

Chegados à casa, todos eles são acusados de um rol de crimes, mas crimes especiais, crimes que não são punidos pela Lei, ou praticamente impossíveis de se provarem como crimes. Aquilo a que eu chamaria "crimes perfeitos". Algumas das vezes não propriamente crimes em que se agarra numa faca e se mata alguém, mas sim crimes morais, crimes que não são condenados, porque não são verdadeiramente ilegais.

Depois desse acontecimento, começam a morrer pessoas. Uma a uma, as pessoas na ilha vão morrendo, seguindo, de forma arrepiante, uma antiga lengalenga infantil.

Do princípio ao fim, não se faz a mais pálida ideia de quem é o assassino. Eu, pessoalmente, confesso que só descobri mesmo no último capítulo, e foi porque ele confessou. Toda a história é genial, e embora não apareça nenhum dos famosos detectives de Agatha Christie, como o peculiar Poirot ou a intrépida Miss Marple, a verdade é que este é, sem dúvida, um dos melhores livros desta autora.

A forma como os acontecimentos se desenrolam, chegando até a alturas em que nos parece impossível ocorrer outro crime, mas ele, no entanto, acontece. De destacar, o arrepiante pormenor das 10 figuras negras em cima da mesa, que vão desaparecendo à medida que as pessoas vão morrendo, que apenas aumenta o mistério que envolve toda a situação.

Com um final simplesmente soberbo, não sei que mais dizer acerca deste livro, a não ser: leiam!!

domingo, 27 de dezembro de 2009

Os Melhores Contos de Howard Phillips Lovecraft - 1º Volume


O 1º Volume de uma colectânea dos melhores contos de Howard Phillips Lovecraft, este livro além de ser visualmente perfeito,com um estilo que encaixa perfeitamente na escrita de Lovecraft, tem uma tradução excelente, e umas introduções verdadeiramente magistrais de Fernando Ribeiro, vocalista dos Moonspell.

Todos os contos são completamente fascinantes, e o autor criou um autêntico mundo cósmico, onde vai buscar mitos, criaturas, e objectos, todos eles arrepiantes e assustadores.

Aquilo que mais me impressionou na escrita deste autor, foi a forma como mesmo usando uma escrita cuidada, e de certa forma erudita, com palavras algo complicadas, e uma escrita sempre muito bem estruturada, consegue imprimir um certo ritmo à história.

Dei por mim a acompanhar as fugas das personagens, como se estivesse mesmo ao lado delas. Conseguia perceber os seus sentimentos de urgência, de pânico, de terror puro. Lovecraft tem uma escrita que transmita na perfeição o ambiente da história e os sentimentos das personagens, além de, como já disse, conseguir manipular o ritmo da história à sua vontade, sem alterar em nada a sua escrita. Não tenho a certeza se é através de uma escolha de palavras perfeita, das descrições espectaculares, ou do desenvolvimento muito bem pensado, mas a verdade é que o autor consegue fazer da história aquilo que quer.

Se a personagem está a fugir de um terror cósmico, em pânico, sente-se verdadeiramente que isso acontece. Ao lermos as suas palavras conseguimos perceber exactamente aquilo que a personagem está a sentir, conseguimos capturar na perfeição o ambiente que o rodeia, quer através das extensas descrições de horrores interplanetários e inconcebíveis, quer através das poucas palavras atiradas para o meio da narração de uma fuga.

Isto tudo, e ainda não falei da característica mais impressionante das histórias de Lovecraft. O mundo, ou mundos, melhor dizendo, por ele criados. Mundos cósmicos, ou primitivos, anteriores ou ulteriores ao homem, até paralelos ao homem, que encerram segredos e criaturas extraordinárias, estruturas e objectos que não obedecem à nossa geometria, seres que não obedecem às nossas leis da física, da química, ou do que quer que seja.

Existem vários mundos, na mitologia de Lovecraft, desde a era primitiva, antes da chegada do Homem, onde vivia a Grande Raça, seres que dominaram todos os segredos do Universo; até ao mundo dos deuses-demónios, como Nyarlatothep, e Cthulhu; passando pelos planetas do nosso próprio sistema solar, onde vivem estranhos seres capazes de viajar no espaço.

Cada um destes contos é uma pequena obra-prima. Desde aqueles com 50 e tal páginas, até aquele que nem chega às 2 páginas. E ainda há mais 3 volumes!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Rebecca


Começarei este post por dizer que Rebecca foi um dos livros que mais me deu prazer de ler de sempre! E embora não tenha lido assim tantos, já li, de facto bastantes.
A história, impregnando-se na mente do leitor com uma escrita delicada e fluída, é contada na primeira pessoa, por uma jovem, nome da qual, curiosamente nunca chegamos a conhecer, que casa com um elegante e abastado homem, Mr. de Winter, do qual se torna segunda mulher depois da morte trágica da sua primeira mulher, Rebecca, no ano anterior.
Na sequência do casamento, a jovem vai morar com o marido para a lindíssima propriedade de Manderley, casa da família há gerações incontáveis.
No entanto, em vez de boas vindas, a jovem Mrs. de Winter, envergonhada e desajeitada, porém dona de um carácter muito interessante, depara-se com constantes comparações suas à aparentemente perfeita ex-mulher de Mr. de Winter que todos pareciam adorar.
Constantemente assombrada pelo fantasma de Rebecca, cujo espírito ainda paira em tudo em Manderley.

sábado, 7 de novembro de 2009

C. S. Lewis


Quando adolescentes, Lewis e o seu irmão Warren (três anos mais velho que ele) passavam quase todo o seu tempo dentro de casa dedicando-se à leitura de livros clássicos, e distantes da realidade materialista e tecnológica do século XX. Aos 10 anos, a morte prematura da sua mãe fez com que ele ainda mais se isolasse da vida comum dos jovens da sua idade, procurando refúgio nas histórias e fantasias infantis.
A sua educação foi iniciada por um tutor particular, e mais tarde no Malvern College na Inglaterra. Aos 18 anos de idade, foi admitido no University College, em Oxford. Porém, os seus estudos foram interrompidos pelo serviço militar na Primeira Guerra Mundial. Em 1918, retornou a Oxford.
Durante a Primeira Guerra Mundial ele conheceu um outro soldado irlandês chamado Paddy Moore, com quem travou uma amizade. Os dois fizeram uma promessa: se algum deles falecesse durante o conflito, o outro tomaria conta da família respectiva. Moore faleceu em 1918 e Lewis cumpriu com o seu compromisso.
Ensinou no Magdalene College, em Oxford, onde conheceu vários escritores famosos, como Tolkien, T. S. Eliot, G. K. Chesterton e Owen Barfield. Foi também professor de leitura Medieval e Renascentista na Universidade de Cambridge.
É bastante conhecida a sua influência sobre personalidades ilustres da época, dentre elas Margaret Tatcher. Os seus livros foram lidos pelos seis últimos presidentes americanos e muitos dos seus pensamentos, citados nos seus discursos.
Foram vendidas mais de 200 milhões de cópias dos 38 livros escritos por Lewis, os quais foram traduzidos para mais de 30 línguas, incluindo a série completa de Nárnia. Entre 1996 e 1998, quando foi celebrado o seu centenário, foram escritos cerca de 50 novos livros sobre a sua vida e os seus trabalhos, completando mais de 150 livros desde o primeiro, escrito em 1949 por Chad Walsh: "C. S. Lewis: O Apóstolo dos Cépticos". Sendo respeitado até pelos que não concordam com a sua abordagem.
É autor de inúmeros livros, entre eles a série infantil intitulada As Crónicas de Nárnia, que converteu milhões de admiradores.

As Aventuras de João Sem Medo



As aventuras fantásticas e intemporais de um João Sem Medo, natural de Chora que Logo Bebes, um aventureiro que foge de um país cinzento, conhece a diversidade do mundo, enfrenta o seu próprio medo... tudo isto, num tom maravilhoso e divertido, que faz deste um livro inesquecível, pelas mãos de José Gomes Ferreira, que me surpreendeu pela positiva com esta fantástica obra portadora de uma grande mensagem que me ficará gravada na memória, merecendo uma segunda leitura.

Nada mais a acrescentar, um livro obrigatório.

sábado, 31 de outubro de 2009

O Talentoso Mr. Ripley


"O Talentoso Mr. Ripley", é o livro que dá início à Riplíada, como lhe chama a autora, e, apesar das suas poucas 200 páginas, demorei o que me pareceu uma pequena eternidade a lê-lo, não porque não tenha gostado, mas porque não tive tempo.

O livro contra a história de Tom Ripley, um jovem que ganha a vida com pequenos actos de vigarice, e que é contactado pelo Sr. Greenleaf, um respeitável milionário, cujo filho, Dickie Greenleaf, fugiu às suas responsabilidades para com a empresa da família, e foi viver para Itália, onde persegue o sonho de ser pintor.

O Sr. Greenleaf pede a Tom, que era amigo de Dickie, para ir ter com ele a Itália, e o convencer a voltar. Tom vê neste pedido uma oportunidade para viver à grande e à francesa, e aceita, planeando nunca convencer Dickie a voltar.

Com o passar do tempo, Dickie e Tom tornam-se grandes amigos, e Tom está a conseguir cumprir o seu objectivo. Está a viver à custa dos Greenleaf, sem fazer absolutamente nada de especial. Tudo corre na perfeição.

Até que surgem problemas, na consequência dos quais, Tom acaba por matar Dickie, num acto impulsivo. A partir desse dia, faz-se passar por Dickie, como forma de encobrir o seu crime, e também para poder usar o seu dinheiro e estatuto. Como se torna evidente ao longo de todo o livro, o fim não é o fim habitual de um criminoso.

Achei simplesmente magistral a forma como a autora, Patricia Highsmith, combina a mente do criminoso semi-acidental, semi-destinado, que é Tom Ripley, com tudo aquilo que se passa à sua volta. Os medos de Tom, quer o de ser descoberto, como o simples medo de não aguentar manter a farsa por muito tempo. A autora tem um tipo de escrita que varia entre uma certa leveza na história, e uma forte componente psicológica, o que parece uma estranha mistura, que está muito bem conseguida neste livro!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Morte no Nilo


Este foi o livro usado para a 5ª leitura conjunta do fórum Estante de Livros, na qual participei, e devo dizer que adorei a experiência!

Quanto ao livro, é aquilo a que a rainha do suspense já nos habituou, se bem que com um importante pormenor muito diferente daquilo que é normal: o primeiro crime dá-se praticamente a meio do livro, e temos, até lá, uma forte importância dada à história das personagens e aos relacionamentos entre elas.

Poirot, como não podia deixar de ser, está presente, e é espectacular a forma como ele parece já conhecer toda a história, antes sequer do crime ocorrer. É algo que sempre me fascina nesta personagem.

Bem, a história gira em volta de Linnet Ridgeway, uma jovem rica, que casa com o noivo da melhor amiga. Partem os dois num cruzeiro pelo Nilo, e a eles juntam-se-lhes todo um rol de personagens, que conseguem estar praticamente todas ligadas a Linnet.

Durante os primeiros capítulos, a grande dúvida que aparece na mente do leitor, não é propriamente quem é que vai matar, mas sim quem morre, resposta que só obtemos tendo já avançado um belo número de capítulos.

É interessante, a forma como a autora relaciona todas as personagens, como nos faz imaginar o crime até ao último momento e, como nos dá indícios para imaginarmos, quase um por um, que todas as pessoas no barco são o assassino. É também de realçar, a forma magistral como a autora combina a história de todas as personagens, o seu percurso, e as suas acções na altura do crime.

Um livro a ler, para quem gosta de policiais, especialmente porque "inova" dentro do género, e porque é um livro da Agatha Christie!

P.S. - não posso deixar de agradecer aos membros do fórum que participaram na leitura conjunta, foi realmente uma experiência muito agradável!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Luna Clara & Apolo Onze


Sem dúvida, um dos livros mais imprevisiveis que já me passou pelas mãos desde Alice no País das Maravilhas. Porém, na minha opinião, Luna Clara & Apolo Onze, de Adriana Falcão já best-seller no Brasil não lhe fica nada atrás.

A história é sobre duas vidas paralelas. De um lado, em Desatino do Norte, vive Luna Clara, uma menina de doze anos que mora com a mãe e que nunca conheceu o pai, devido ao angustioso desencontro dos seus pais logo após o casamento e nunca mais se encontraram. Luna passa os seus dias esperando à beira da estrada, o tão esperado regresso do seu pai, que traria de novo a chuva a Desatino do Norte.
Em contra-partida, do outro lado, em Desatino do Sul, está Apolo Onze, filho de Apolo Dez. A cidade de Apolo Onze está em festa há treze anos, desde o dia do seu nascimento. Todos na cidade se revezam entre o trabalho (afinal não é nada fácil organizar uma festa dessas), o descanso e as brincadeiras da festa. Apolo tem desejos de desejos, nunca descobriu nada no mundo que desejasse, mas quer descobrir.
Ao longo da história, ao cabo de inúmeras coincidências, as vidas dessas duas cidades e tal como as de Luna Clara e Apolo Onze vão-se cruzando e gerando inúmeros desencadeamentos acontecimentos.

Luna Clara e Apolo Onze, um livro inteligente, interessante, cheio de vida, de sonhos. Adriana Falcão reinventa a forma de contar uma história, reinventa a linguagem, reinventa a realidade. Este é um bom exemplo do tipo de livros que nos surpreendem, emocionam. Numa única palavra se descreve esta obra: “encontro”, uma vez que Luna Clara e Apolo Onze nos levam ao interior de nós mesmos, ou melhor, nos leva a um lugar de nós mesmos que ainda não conhecíamos. Um livro para o público juvenil, mas capaz de tocar qualquer pessoa. Uma boa escolha para quem procura uma leitura diferente e sensível.

domingo, 11 de outubro de 2009

A Malinche


Este livro chamou-me a atenção por retratar a mesma altura, a mesma história, e as mesmas personagens que os grandes livros (nos dois sentidos): Orgulho Asteca/Sangue Asteca.

A grande diferença, é que a personagem principal, Malinalli, é retratada de duas maneiras completamente diferentes. Nos livros Asteca, é descrita como uma traidora do seu povo, alguém com mau carácter, que alterava as traduções que tinha que fazer, a seu bel-prazer, para satisfazer os seus propósitos, e que tudo o que queria era poder.

Já neste, é retratada como uma criança que é abandonada, se sente traída pela própria mãe, e que nunca gostou dos sacrifícios que o seu povo praticava. Daí ter-se juntado aos espanhóis, tudo o que queria era ajudar o seu povo. Vemos também como era uma mulher bondosa, embora perturbada pelo seu passado.

Ou seja, "A Malinche" é uma versão mais romanceada da história de Malinalli. Isso tirou-me logo algum prazer à leitura, pois esta Malinalli não corresponde em nada, à Malinalli dos livros Asteca, que simplesmente adorei. Mas tenho que admitir que o livro tem os seus méritos.

A autora tem uma escrita muito lírica, e nota-se, por alguns pormenores, que fez um bocado de investigação antes de escrever. A história é uma nova perspectiva a esta situação. Há aquela que todos conhecemos, que é a versão dos espanhóis, a versão dos Mexíca, através do livro de Gary Jennings, e agora, a versão de Malinalli, aquela "uniu" os dois povos, ao servir de tradutora, e ao ter tido filhos com espanhóis, e que ao mesmo tempo se manteve à parte de ambas.

Um pequeno e bom livro, aconselhado àqueles que tenham o seu interesse pela cultura Asteca!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Guia Prático Para Cuidar de Demónios


Quando li "Comédia de Terror", fiquei instantaneamente apaixonado por este livro. Combina um dos meus géneros literários favoritos, o terror, com algo que também gosto muito, a comédia. E já tinha lido várias opiniões positivas.

Conclusão, tive que o comprar e ler.

E não me arrependi. Hilariante do princípio ao fim, consegue contar uma história (exagerada, e, bem analisada, ridícula) de forma descontraída, e interessante. A história gira em volta de Travis, um homem de quase 100 anos, que se mantém com a aparência e o vigor dos 20 anos, e Catch, um demónio antigo, que gosta de comer todas as pessoas que encontra.

Sem que Catch saiba, Travis anda há vários anos à procura de uma maneira de se ver livre do demónio, e encontra finalmente essa oportunidade em Pine Cove, uma pequena localidade. Claro que nem tudo vai correr bem, Travis vai perder algum do controlo que mantém sobre Catch, e este vai criar os seus próprios planos para se ver livre de Travis.

Uma (quase quase) épica batalha final depois, dizemos adeus ao demónio, olá a um Travis com a sua aparência real, e a pequenas reviravoltas interessantes.

A escrita do autor, é, acima de tudo, cómica. Pode-se tornar algo confusa, devido à quantidade de personagens e histórias paralelas que se desenrolam, mas acaba por estar tudo ligado, sendo, por isso, fácil de desemaranhar os novelos de confusão que se possam formar.

Foi um livro para rir do princípio ao fim, com algumas coisas que me agradaram imenso, como a referência a Howard Phillips Lovecraft, um dos melhores escritores de terror de sempre, através de uma personagem chamada Howard Phillips, que embora seja americano, gosta de falar com o sotaque britânico e acredita nos Antigos (os Deuses utilizados em muitas das histórias de Lovecraft).

Um livro a ler, não para quem procura uma trama profunda com uma escrita extraordinária, mas sim para quem procura passar um bom bocado, talvez descomprimir, ou até mesmo para incentivar a ler aqueles que não gostam!

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O Perfume


Como já a Arisu disse, na sua opinião, arrepiantemente soberbo, é provavelmente a melhor maneira de descrever este livro. E não chega.

Aliado a uma história de uma originalidade inimaginável, temos uma qualidade de escrita impressionante. Os capítulos curtos, de acontecimentos rápidos, ajudam ao suspense, mantendo-nos agarrados do princípio ao fim.

O livro conta a história de Grenouille, nascido em Paris, com destino a morrer, mas que, por, quem sabe, sorte, sobrevive. Desde cedo nota que tem uma espécie de "dom" especial. O seu nariz. A sua capacidade olfactiva é absolutamente extraordinária, conseguindo cheirar pessoas a quarteirões de distância, ou conseguindo-se embriagar nalgum aroma particularmente agradável.

Junta ainda a isto, a sua mais do que excelente memória, e dedica-se à criação de uma "biblioteca de odores". Com o passar dos anos, inicia uma busca pelo perfume perfeito, e pela capacidade de extrair o aroma do que muito bem lhe apetecer. Torna-se perfumista, e parte para Grasse, onde descobre, finalmente, como produzir o aroma perfeito.

Pessoalmente, acho que a utilização dos odores para as descrições, apenas as torna mais ricas e realistas. Numa Paris do séc. XVIII, coisa que não falta são aromas, desde os mais delicados, ao puro fedor. E Grenouille delicia-se com isso, aprendendo os cantos à casa. Caminha no escuro, apenas com a ajuda do seu nariz, torna-se um perfumista exemplar, ao criar os mais belos perfumes, sem a utilização de uma única fórmula, apenas com a ajuda do seu poder olfactivo, e da sua poderosa memória.

Arrepiante, é certo, as mortes (ou não fosse este livro a História de um assassino), são sempre motivadas pelo odor, pelo desejo de possuir aquele cheiro tão absolutamente magnífico, e pela capacidade de produzir o aroma perfeito. Um livro que não é excessivamente pesado, é pequeno, lê-se rapidamente, e não é tão forte como muitas críticas dizem. Ah, e o final? Arrepiante. Sangrento. Excelente.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Visto do Céu


Susie Salmon é uma adolescente normal de 14 anos. Anda no liceu, lê a Vogue, gosta de um rapaz, tem uma família que a ama, mesmo que nem sempre a compreenda.
Porém Susie tem uma pequena particularidade, foi brutalmente violada e assassinada por um vizinho, e agora está no Céu.
O Céu, onde pode ter tudo o que quiser, não pode no entanto ter o que ela e todos os habitantes do Céu mais desejam: a vida.
Entre as conversas com Holly, a sua amiga do Céu, e as estranhas diversões no mesmo, Susie vai espreitando para a Terra, observando silenciosamente a sua família, sofrendo pela sua morte, os colegas da escola que comentando a sua morte a tornaram na rapariga mais popular da escola, e o assassino tentando apagar as pistas do seu crime, assim como o próprio corpo de Susie.
Um livro perturbador, realista, espiritual, e de uma precisão imensa, e de uma reflecção profunda sobre a mente e os sentimentos humanos, Visto do Céu de Alice Sebold, é já um poderoso candidato a clássico.

Trailler do filme inspirado no livro:

domingo, 27 de setembro de 2009

A Sociedade das Trevas


O terceiro livro desta pentalogia escrita por Anthony Horowitz, "A Sociedade das Trevas" consegue retomar algum do interesse perdido no livro anterior, "A Estrela Maldita". Ao contrário desse, que achei mau, este retoma o razoável do primeiro livro, "O Portão do Corvo", embora tenha alguns aspectos que eu não tenha gostado.

A primeira coisa, é que toda a história dos outros dois livros, simplesmente desaparece durante grande parte do livro, que conta a história de Jamie e Scott, dois gémeos com poderes especiais. Matt, Pedro, Richard, o Nexus, os dois portões, os Velhos, pouco são falados durante grande parte do livro. Foi uma quebra brutal no ritmo da história.

A própria história deste livro tem um seguimento algo descontínuo, com uma estranha visita ao passado distante, que se cruza com o futuro não muito distante, para combater aqueles que já foram derrotados e que têm que ser derrotados outra vez. A ideia em si não é má, mas, pessoalmente, achei que ficou mal-contada, e que podia ter tido uma explicação mais decente.

Um grande ponto a favor deste livro, e que me impede de o classificar como o mau, é o último capítulo, a jeito de epílogo. É provavelmente o melhor capítulo de todo o livro. Desculpem por avançar pormenores da história, mas cá vai: Depois de na estranha visita ao passado, ficarmos a conhecer a última dos Cinco, Scar, no último capítulo assistimos a uma rapariga, Scarlett Adams, a partir de avião para Hong Kong. Está descoberta a última dos Cinco. Qual não é a minha surpresa, choque mesmo, ao descobrir que ela é a filha do presidente da Nightrise, que é a tal Sociedade das Trevas mencionada no título, e que quer impedir os Cinco de fazerem o seu trabalho, e ajudar os Velhos. A última dos Cinco, é filha do presidente dessa corporação.

Só por esse capítulo, desculpo as asneiras todas ao longo do livro. Para não falar nos erros de tradução, que podia ter sido mais cuidada.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Jules Verne


Jules Verne (ou, como é, na minha opinião, erradamente chamado por cá, Júlio Verne) nasce em Nantes, a 8 de Fevereiro de 1828, e morre em Amiens, a 24 de Março, de 1905. Um dos mais famosos escritores de todos os tempos, Verne é o autor mais traduzido em todo o mundo, segundo estatísticas da UNESCO, tendo escrito mais de 80 livros, que foram traduzidos para 148 línguas.

Verne é tido como um dos primeiros e principais precursores da ficção científica, tendo descrito nos seus livros, muito detalhadamente, coisas como o submarino, as botijas de oxigénio para o mergulho, uma Paris do séc. XX, uma viagem espacial, entre muitas outras coisas, várias delas, antes mesmo de serem inventadas, ou de acontecerem.

Embora seja um dos "pais" da ficção científica, o género que mais escrevia, e que misturava com a ficção científica, era a aventura. Quase todos os seus livros são sobre viagens, ou sobre destinos longínquos para a maior parte das pessoas. Há quem diga que a sua infância vivida perto do porto e das docas, o terá influenciado para esse género literário.

O seu livro mais conhecido, é "A Volta ao Mundo em 80 Dias", a par com "As 20.000 Léguas Submarinas", e "Viagem ao Centro da Terra", mas o primeiro foi "5 Semanas em Balão", publicado em 1862, depois de Verne dar início à sua carreira literária, ao associar-se ao experiente editor, Hetzel, que trabalhava com nomes como Alfred de Brehat, Victor Hugo, George Sand e Erckmann-Chatrian.

Há vários livros editados depois da sua morte, por seu filho, Michel, que chegou mesmo a escrever alguns capítulos que faltavam. Além disto, existem inúmeras adaptações cinematográficas e televisivas das suas obras, que também servem de inspiração para muitas outras coisas.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Gregory Maguire

Nascido a 9 de Junho de 1954, em Albany, Nova Iorque, recebeu um bacharelato em artes, da State University of New York at Albany, e um doutoramento em literatura inglesa e americana da Tufts University. Entre 1979 e 1985, foi professor e co-director da Simmons College Center for the Study of Children's Literature. Em 1987, foi um dos co-fundadores da Children's Literatura New England. É também um membro da National Children's Book and Literacy Alliance. Maguire é casado com o pintor Andy Newman, e juntos adoptaram 3 crianças.

Gregory Maguire é um conhecido escritor americano de livros para crianças e para adultos. Já escreveu 21 livros para crianças, mas é mais conhecido pelos seus livros para adultos, que são, na sua grande maioria, histórias conhecidas de toda a gente, contadas de outra perspectiva, ou de outra maneira. É o caso do primeiro, "Wicked", "A Bruxa de Oz" em português, que conta a história da Bruxa Má do Oeste, personagem de "O Feiticeiro de Oz", de L. Frank Baum. Lançou também "Confessions of an Ugly Stepsister", que conta a história da Cinderela, a partir da perspectiva das suas meias-irmãs; "Lost", uma história de mistério, que conta com o fantasma de Jack o Estripador; "Mirror, Mirror", a história da Branca de Neve, recontada; "Son of a Witch", ou "O Herdeiro de Oz", na versão portuguesa, a continuação de "A Bruxa de Oz", que conta a história de Liir, o filho da Bruxa de Oz; e, por fim, "A Lion Among Men", com a tradução ainda não prevista para Portugal, que é o 3º livro da série de "A Bruxa de Oz".

Praticamente todos os seus livros chegaram aos tops de vendas, "Wicked" já foi adaptado a musical, e já se prometeu um filme, em 2010, e "Confessions of an Ugly Stepsister" foi adaptado para um filme de televisão. O autor tem causado alguma polémica por causa da sua homossexualidade, e das várias menções a esse tema nos seus livros, quer sejam leves, óbvias, ou praticamente imperceptíveis.

domingo, 20 de setembro de 2009

Roderick Gordon e Brian Williams


Roderick Gordon, descendente de vários escritores e poetas, como RD Blackmore, Philip Doddridge, e Matthew Arnold, além de dois paleontologistas e conhecidos excêntricos, William e Frank Buckland, nasceu em Londres, e por lá ficou até à universidade. Trabalhou em finanças corporativas, na cidade, até 2001, e mudou-se recentemente, com a família, para o Norte de Northfolk.

Brian Williams cresceu em Zâmbia, até se mudar para Liverpool com a sua família, nos anos 70. Frequentou a The Slade School of Fine Art, e, depois de se graduar, continuou a pintar, escrever, e a fazer filmes, o que englobava trabalhar nos seus próprios filmes, bem como ser Director Artístico e actor, numa série de produções do Reino Unido. Actualmente vive em Hackney.

Juntos, lançaram "The Highfield Mole" em 2005, que só mais tarde viria a adquirir o nome de "Tunnels", ou "Túneis - O Segredo da Cidade Eterna", na versão portuguesa. O livro teve um imediato sucesso, sendo apontado por vários críticos como o sucessor de Harry Potter, e a próxima grande saga literária.

Em 2008, chega-nos "Deeper", ou "Túneis - A Aventura na Planície Assombrada", que continuou com o estrondoso sucesso do primeiro livro. Por fim, em 2009, os autores lançam "Freefall", ainda sem tradução em português, e anunciam o quarto livro da série "Closer", para 2010.

sábado, 19 de setembro de 2009

A Estrela Maldita


O segundo livro desta saga de 5 livros iniciada com "O Portão do Corvo", "A Estrela Maldita" segue o mesmo estilo, rápido, com poucas descrições, e de frases curtas. No entanto, não houve um aumento gradual dos elementos sobrenaturais, pois essa passagem já tinha acontecido no primeiro livro.

Ora o que acontece, é que logo desde o início que temos situações estranhas, e recurso aos poderes marados e afins. A história adensa-se um pouco, descobre-se outro dos Cinco, surge um novo inimigo, surgem novos aliados, e surge um novo portão.

Mas, embora o outro fosse razoável, não hesito em classificar este como mau. A história não tem um percurso natural, parece-me algo forçado em várias partes, a escrita torna-se confusa, e os acontecimento parecem desconexos, e torna a história pouco atractiva. É como se o autor quisesse despachar as coisas para que conseguisse lá meter tudo o que queria meter. E isso, como é óbvio, estraga a história.

Portanto, o primeiro, é, muito sinceramente, melhor. E agora vamos lá ver o que sai do terceiro...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O Portão do Corvo


Anthony Horowitz, um autor normalmente mais virada para a acção e o suspense, entra no mundo da fantasia, com esta colecção, iniciada pelo "O Portão do Corvo". E safou-se bem. Mantendo o suspense que lhe é característico, Horowitz consegue ir dando pequenas pistas ao longo de grande parte do livro, para, de repente, tudo descambar.

É dessa forma que ele escreve a história de Matt, um rapaz de 14 anos cujos pais morreram quando ele tinha apenas oito anos, num acidente de viação. Fica a viver com a meia-irmã da mãe, Gwenda Davis, e o seu companheiro Brian, mas tudo o que lhes interessa, é o dinheiro deixado a Matt. Ele sempre soube que era diferente das outras pessoas, mas optou sempre por ignorar esse facto. Infeliz, encontra um amigo num pequeno patife, que o leva a praticar vários delitos, coisas menores, como pequenos assaltos, e afins. Mas tudo mudo quando os dois assaltam um armazém e tudo corre mal...

Bruxas, energia nuclear, misteriosos assassinatos, os Velhos, Matt, antigas crenças, uma sociedade secreta. Tudo ingredientes que Horowitz consegue juntar, misturar e fazer deles o que quiser, mantendo um certo interesse na história. Honestamente, não achei o livro óptimo, mas gostei, é razoável e dá para entreter. O suspense está realmente muito bem conseguido, embora por vezes me tenha parecido algo exagerado. O estilo de escrita, em si, não me atrai. Frases curtas, por vezes parágrafos inteiros com frase de 3 ou 4 palavras, o que não me agrada lá muito.

Mas tirando isso, é um livro relativamente bom, e aconselhado, em especial, para quem não gosta muito de ler. É um livro que prende logo no início, tem uma história interessante, e é de leitura rápida e fácil.

sábado, 12 de setembro de 2009

Oliver Twist



Se estão a ler este post, decerto já ouviram falar das aventuras e desventuras do jovem Oliver Twist. E, ou querem conhecer a minha opinião acerca desta obra do intemporal Charles Dickens, ou querem saber se vale mesmo a pena lê-lo. Ora, então sem mais demoras aqui têm a minha opinião, que provavelmente nem fará jus suficiente a esta magnifica obra com a qual me detive esta semana e meia: Acho que como critica a este livro basta dizer que fiquei absolutamente fã de Dickens, que passou a ser de longe um dos meus escritores preferidos, senão mesmo o eleito entre todos os outros.

Sobre a história:
Órfão à nascença, depois da morte prematura da sua mãe ao dar à luz, Oliver Twist é forçado a viver num albergue de mendicidade, que tinha como senhor absoluto o terrível Sr. Bumble, que sujeitava os rapazes a incansáveis maus tratos e a passar fome. Desesperado, embora determinado, Oliver consegue fugir para Londres. Sem dinheiro e completamente sozinho, é sequestrado para o mundo do crime pelo sinistro Fagin, cabecilha de um bando de ladrões. Envolvido por um bando de patifes, o bom Oliver é preso por um crime que não cometeu. A vida do rapaz muda quando conhece o Sr. Bownlow, o alvo do roubo, lhe dá comida, roupas, abrigo e afecto. Porém, Twist é novamente raptado pelo grupo de ladrões de Fagin, que estava com medo que os denunciasse ao Sr. Bownlow. Com efeito, os ladrões tentaram impregnar o espírito do roubo ao rapaz, embora sem sucesso. Como tentativa desesperada de levar o sempre honesto Oliver a tornar-se bandido, o bando de Fagin monta um esquema de assalto, envolvendo o rapaz sem ele saber. Na sequência do assalto, Twist decide tentar avisar alguém residente na mansão, e esbarra, acidentalmente com os donos da casa, que disparam sobre ele, sem saberem que se tratava de uma criança.
Vendo-se em perigo, o pequeno foge da casa com os ladrões, mas estes deixam-no para trás e Oliver fica ao acolhimento da família que vivia na casa do assalto durante algum tempo, mas sempre na esperança de voltar a ver Sr. Bownlow, decide contar com a ajuda das boas donas da casa para encontrar o seu antigo bem-feitor. Reencontrando Oliver, Sr. Bownlow faz de tudo para encontrar as origens do rapaz, e factos reveladores e inesperados acabam por vir ao de cima.

Leitura absolutamente deliciosa.