terça-feira, 31 de agosto de 2010

Inxalá - Espero por ti na Abissínia

Ora cá está um livro que conseguiu aquilo que há muito um livro não conseguia. Conseguiu que eu não gostasse dele.

Não lhe percebi o propósito, perdi-me nas frases, nos parágrafos, não fazia a mínima ideia do que é que o autor estava a falar, em várias partes do livro...

Enfim, foi o descalabro total. Do que percebi, o narrador está apaixonado. Ou esteve. Não percebi. E está na Abissínia (nome chique para a Etiópia). Ou quer ir para lá, ou vai para lá, ou algo desse género.

Sinceramente nem sei. Passaram-se apenas umas duas semanas, pouco mais, desde que li este livro, e já não faço a mínima ideia de como era a história, se é que tinha uma.

O narrador alterna frequentemente entre a 1ª e a 2ª pessoa do singular, num desfiar de sentimentos e emoções e sei lá mais o quê, sem qualquer tipo de sentido, nem coerência aparente.

Nem consigo dizer nada de jeito sobre este livro... Só vos digo, não aconselho a ninguém. Absolutamente ninguém!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O Último dia de um Condenado

Um relato angustiante na primeira pessoa, de um condenado à morte. A história em si não é nada de especial, é o que poderíamos esperar de alguém condenado à morte: prisão, prisão e mais prisão.

O destaque aqui para aquilo que se sente. O autor, Victor Hugo, consegue transmitir na perfeição todas as emoções do condenado, como a raiva por ter sido preso, o ódio a quem o prendeu, a resignação de que vai morrer, o alívio de saber que a sentença foi adiada quatro dias, a frustração de saber que o recurso falhou...

Tudo isso nos é transmitido de forma quase subconsciente. O facto de ser narrado na primeira pessoa, pelo próprio condenado, facilita essa tarefa, já que lemos, em primeira mão, aquilo que ele está a sentir, e podemos assistir, com facilidade, às suas súbitas mudanças de espírito.

Bem escrito, deu-me vontade de procurar mais coisas deste autor, para ler. É claro, pelo menos pareceu-me, que o autor considera que as condições dos prisioneiros são demasiado duras, pois retrata-as todas a seco, dando uma ideia, se calhar, mais violenta do aquilo que realmente era, se bem que eu não tenho bem ideia de como eram essas condições.

Leiam este, e leiam mais do autor, que eu cá, vou fazer o mesmo!

domingo, 29 de agosto de 2010

O Alienista

Uma história não tão inverosímil como parece à primeira vista. Uma ideia original, bem escrita, com uma história bem construída e bem contada, e que é, afinal, aquilo que se tem realmente passado com a Humanidade, ao longo dos séculos.

Uma espécie de história da loucura humana condensada. A Humanidade é reduzida a uma localidade, e os médicos reduzidos a um único indivíduo, que decide abrir um manicómio, e que fica conhecido como o Alienista.

São descritas as várias fases que se seguem, até que cheguei ao final, com uma vaga sensação de "eu sabia que isto ia acontecer, há 30 páginas atrás", misturado com "eia, que fixe". Inesperado e surpreendente? Nunca. Praticamente todo o enredo é facilmente adivinhável, e eu quase que descobri o final, nas primeiras 30 páginas.

Mas o livro consegue agradar, mesmo assim, e conseguiu-me manter agarrado, de uma forma que eu não estava à espera. Talvez seja a forma praticamente sem folhas como o livro está escrito, ou talvez tenha sido a ideia bizarra que está na sua origem. Provavelmente foi mais essa última, pois é precisamente as ideias estranhas e bizarras que mais me agradam (tanto para ler, como para escrever), especialmente se estiverem bem desenvolvidas, como esta está.

Leiam e vejam por vocês mesmos!

sábado, 28 de agosto de 2010

Carmen

Encontrei neste livro, disfarçado sobre a forma de história sobre um criminoso, uma história de amor.

Uma história de amor entre o tal criminoso, José Navarro, e Carmen, uma cigana. Um amor não completamente improvável, mas difícil.

Ao longo do livro, é o próprio José Navarro que nos conta a sua história, que está indissociavelmente ligada à de Carmen. Conhecem-se ainda novos, e José, a princípio e ao contrário de todos os outros homens, não fica agradado com a sua presença, mas ela, como não podia deixar de ser, escolhe-o precisamente a ele como alvo das suas atenções.

A história desenrola-se, e há até um ou dois momentos em que se arrasta, mas nada de muito grave. Consegue manter-se interessante até ao final, e apesar de não ser propriamente surpreendente, consegue, ao fim e ao cabo, ter um final completamente inesperado.

Quando à escrita, é agradável, não muito fluida, simples, e que peca apenas por alguma precipitação nalgumas partes, provavelmente devido à pequena extensão do livro (mais um conto) que a outra coisa.

Foi uma boa leitura, e uma das melhores desta colecção, e está, por isso, aconselhada.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O Triunfo dos Porcos


Uma edição mais antiga de A Quinta dos Animais, edição essa que o Rui já criticou aqui no blog e que sem dúvida influenciou a minha vontade de o ler, este Triunfo dos Porcos (ou lá como preferirem chamar-lhe) revelou-se, sem sombra de dúvida, a minha praia. À critica política juntou-se-lhe a originalidade e ironia de um mestre como George Orwell, na forma de uma fábula indiscritivelmente soberba.

De facto, ao contrário do Rui, eu não fazia ideia que o livro era uma crítica ao Estalinismo, pelo que foi interessante ir percebendo ao longo do desenrolar da história.

O enredo (o qual jamais me cansarei de elogiar) foca-se na revolução dos animais de uma quinta - liderados pelos porcos - contra os seres humanos que os tratam como escravos.
Assim, uma noite expulsam o proprietário da quinta e passam a viver em liberdade enquanto eles próprios dirigem a quinta. No ínicio tudo parece correr bem e os animais (liderados pelos porcos) sentem-se no paraíso. Mas quando o poder sobe à cabeça de um dos porcos-chefes, as coisas começam a mudar na Quinta dos Animais.

Cinco estrelas, um must read, com a promessa de ler mais de Orwell

A Revolução dos Cravos de Sangue


Um triller passado no pós 25 de Abril em que a anarquia e o caos reinavam na capital Portuguesa.
Nunca tinha lido um livro sobre agentes secretos, por achar o assunto já demasiado "batido" pela sétima arte, mas a verdade é que não me arrependi. O facto de o autor, Gerard de Villiers ser francês despertou-me a curiosidade acerca do ponto de vista de um estrangeiro quanto à n,ossa revolução, e de facto as descrições tanto dos locais como dos hábitos dos portugueses estavam tão pormenorizadas, que frequentemente me esqueci da nacionalidade do autor.

O enredo segue as aventuras do príncipe austríaco (e melhor agente da CIA) Malko Linge, que tem a importante missão em mãos de impedir que o governo português caia nas mãos da KGB. No entanto, nem mesmo o melhor agente da CIA conseguirá impedir que tal aconteça sem provocar danos colaterais. Entre tanto, por entre as ruelas de Alfama que tudo escondem e as vigiadas avenidas lisboetas, a revolução mostra o seu lado mais negro e conturbado.

Bem escrito, gráfico e bastante original, este Revolução dos Cravos de Sangue em tudo me agradou, excepto o lamentável facto de o autor vincar profundamente a sua posição política através do relato da história, fazendo por vezes dos heróis de Abril uns idiotas.
À parte deste pequeno "à parte", julgo que qualquer pessoa interessada pela Guerra Fria devia dar uma vistinha de olhos neste livro.

Doze


Um misto de Teen Drama de má qualidade com o aviso cliché de "Diz Não Às Drogas", foi o que se me afigurou este Doze de Nick McDonell. Felizmente o livro foi-me emprestado, caso contrário iria ficar com pena de ter comprado tal obra.

A história relata-nos através de um narrador omnipresente, o percurso de alguns jovens da glamourosa Upper East Side em Manhatten durante o curto período entre o Natal e o Ano Novo, e como o contacto (directa ou indirectamente) com drogas afecta a sua vida e trás consequências posteriores. Durante a narrativa acompanhamos principalmente White Mike, um dealer que nunca experimentou drogas tabaco ou álcool, uma personagem notoriamente criada à imagem do autor.

Portanto... não gostei deste livro. Talvez o facto de me ter desagradado tanto tenha muito que ver com a péssima tradução, que se arrisca de longe a ser a pior que já me passou pelas mãos. Há que reconhecer também a pouca experiência de Nick McDonell quando o escreveu, uma vez que tinha apenas dezassete anos quando a obra foi publicada.
Embora o final me tenha surpreendido, seria quase um crime aconselhar o livro a alguém.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Cidade Proibida


Um livro que retrata a sociedade actual, mas que mostra uma sua faceta mais escondida, a da homossexualidade.

Ao longo das suas páginas, podemos acompanhar o percurso de Martim e do seu namorado, Rupert, e de mais uma série de personagens, a maioria delas homossexuais.

E o retrato que é feito não é favorável à sociedade, fortemente machista, e cujo meio social mais alto prefere, principalmente, ignorar os homossexuais, mesmo quando estão mesmo ali ao lado, sem se esconderem.

E são ignorados, muitas vezes, por eles próprios! Conhecem-se, em encontros mantidos mais ou menos secretos, e se se voltam a encontrar, alguns dos homens fazem de conta que não conhecem os outros de lado nenhum...

É, antes demais, uma forte crítica à nossa sociedade, principalmente ao pessoal do chamado jet-set, escondido nas suas mansões, com homossexuais mesmo ali ao lado, mas a fazerem-se desentendidos, e a preferirem ignorar, em prol de uma boa imagem, e de manter as aparências, o que é triste.

Sem ter uma acção muito linear, ou demasiado centrada nesta ou naquela personagem, a história apresenta-nos um mundo escondido, uma autêntica cidade proibida, com uma escrita simples e crua, sem papas língua, nem medo de ferir susceptibilidades. E embora tenha, por vezes, alguns momentos que eu, pessoalmente, dispensava, fazem sentido para a história, e estão bem contextualizados, atenuando um pouco a linguagem utilizada.

Não achei um bom livro, mas é razoável... Aconselhado, se gostam de críticas, desaconselhado, se forem pessoas mais sensíveis!

sábado, 14 de agosto de 2010

O Fantasma de Canterville e outros contos


Nem um único conto dos presentes neste livro era o que eu estava à espera. Já li outras coisas deste autor, incluindo o seu romance O Retrato de Dorian Gray, em inglês, e O Crime de Lord Arthur Saville e outros contos, e nenhuma dessas obras me deixou com a ideia que Oscar Wilde era capaz do tipo de humor presente neste livro!

Quer dizer, não me expliquei bem... Capaz havia de ser, um escritor deste calibre é capaz de escrever quase tudo. Não sabia era que o fazia.

Em tudo o resto que li dele, podia haver uma pequena pontada de humor, mas não era o principal da história, diga-se de passagem. E nesta colectânea, humor é a palavra de ordem!

Logo no primeiro conto O Fantasma de Canterville, fiquei completamente estarrecido. Comecei a ler, à espera de uma história de terror, com o toque pessoal de Oscar Wilde, e que tenho? Uma história engraçadíssima sobre um fantasma que não consegue aterrorizar a família que lhe habita a mansão. E chega mesmo a ser gozado por eles!

Acho que foi das reviravoltas mais inesperadas que já li, quando o dono da casa ouve as correntes do fantasma, e em vez de ter qualquer tipo de medo, vai ter com ele, e dá-lhe um frasco de óleo, para as correntes fazerem menos barulho!

Mas no meio de tanto humor, também o seu quê de tragédia. O final deste primeiro conto é absolutamente dramático, bem como um conto ou outro, que são autênticos dramas, do princípio ao fim, ainda que contados num tom leviano e cómico.

Além de que, claro, a escrita é irrepreensível, não fosse Oscar Wilde.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O Estrangeiro


Leitura influenciada pela Beky, que disse "o tipo parece um psicopata, vais adorar!". Aqui se vê a fama que eu tenho... Mas bem, adiante.

A Beky tinha razão. O tipo, Mersault, é um autêntico psicopata! O livro começa com a morte da mãe dele, e Mersault a ir ao funeral. E nota-se logo a quase total ausência de qualquer tipo de sentimento. Mersault parece completamente alheio ao facto de que a sua mãe morreu.

A personagem é completamente desprovida de sentimentos, e guia-se pelas sensações. As coisas acontecem, à sua volta, até com ele, e ele pouco faz além de as comentar, ou de ficar indiferente. Perguntam-lhe se quer casar, e que diz ele? "Tanto faz."

É isto que Camus explora no livro, uma personagem que leva a racionalidade ao extremo, deixando os sentimentos de lado. E a forma como o faz é sinceramente arrepiante...

Mersault vive a vida completamente indiferente àquilo que o rodeia, de tal maneira que é levado a cometer um crime, e não sente qualquer tipo de remorso. Nem sei bem como vos explicar isto, mas Mersault tem de facto traços de psicopata, excelentemente retratados pelo autor, e fez-me confusão a calma e abstracção com que a personagem descreve e comenta aquilo que acontece. Situações capazes de levar ao desespero uma pessoa normal, não lhe dizem nada. Passa por eles como quem lê o jornal. E é essa visão, tão diferente do habitual, que faz deste livro uma tão boa leitura.

E a Beky teve mesmo razão. Adorei!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Skins: The Novel


O que posso dizer? No Verão tenho sempre tendência para leituras mais leves, que de certa forma, me descontraíam, e sem dúvida que Skins se enquadra perfeitamente nesta categoria.

Inspirado numa das mais célebres séries de culto da E4, Skins: The Novel, faz a ligação entre a temporada três e a temporada quatro, tempo correspondente às férias de Verão dos protagonistas.

O enredo foca-se na vida de nove adolescentes que todos os dias lutam contra os seus próprios medos e incertezas na louca e conturbada cidade de Bristol.

A enigmática Effy parte para Veneza com a mãe, numa tentativa de deixar todos os seus problemas em Inglaterra e reflectir sobre quem realmente quer deixar amá-la.
As gémeas Emily e Katie, mais distantes que nunca, vão com a família passar férias a França, mas Emily mal pode aguentar as saudades da namorada, Naomi e as tentativas para chamar a atenção da irmã.
Freddie e Cook embarcam numa disparatada e contínua competição em que tudo vale, e JJ não se mostra muito feliz por se ver posto de lado. Como sempre.
Por fim, Pandora e Thomas continuam lovey dovey.

Refrescante, uma delícia de livro, e curiosamente, mais gráfico que a própria série.
No entanto Skins está longe de ser uma história cliché sobre jovens rebeldes. Ao virar de cada página entramos tão profundamente dentro da pele de cada uma das personagens, que ficamos a entender a escolha do título. Na verdade, cada capítulo está tão carregado de emoções que quase precisamos de ir ao psicólogo no final do livro.
Está longe de ser uma obra-prima, mas Ali Cronin fez sem dúvida um óptimo trabalho de adaptação ao trazer a imagem ao papel.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

A Máquina do Tempo


Por um lado, o típico livro do séc. XIX, por outro, um livro tão deslocado da época em que foi escrito que até arrepia.

É que neste livro temos a típica escrita cuidada e quase formal, personagens ingénuas, e um protagonista absolutamente brilhante, que disserta a bom dissertar sobre vários assuntos, dissertações essas inspiradas por elementos simples e por vezes algo vagos, aparentemente desconexos da dissertação em si.

E por outro lado, viagens no tempo. Seres do futuro, descendentes da raça humana, os Eloi e os Morlock, sendo os primeiros pequenos e frágeis, de ar acriançado, e os segundos autênticas bestas de aspecto disforme.

O protagonista, surpreendentemente chamado de Viajante do Tempo, viaja umas centenas de milhares de anos no futuro, para encontrar um Terra tranquila e repleta de prados verdejantes, aparentemente dominada por uma raça frágil e preguiça, os Eloi, raça descendente da nossa. O mundo parece ter-se tornado num sítio feliz e livre de preocupações. O Viajante do Tempo nunca vê os Eloi a executar qualquer tipo de trabalho, no entanto têm sempre tudo o que precisam, ainda que não sejam culturalmente mais avançados que nós.

Só quando o Viajante do Tempo descobre a segunda raça a povoar a Terra, no subsolo, os Morlock, é que se apercebe que o futuro não é um lugar assim tão bom...

É, no fundo, como bom livro do séc. XIX que é, uma crítica à sociedade, e à acentuada estratificação social da altura (hoje também a há, mas está mais disfarçada...), e tirando os exagerados laivos de brilhantismo e ingenuidade, está muito bem escrito. É sem dúvida um autor a reler...

sábado, 7 de agosto de 2010

A Corte dos Traidores


Outro livro da Robin Hobb lido num instante (apesar da demora em publicar a crítica...), tal como tinha prometido. Correspondente à segunda metade do segundo livro na versão original, "A Corte dos Traidores" surpreende, mantendo o mesmo nível de quase excelência.

A vida de FitzCavalaria continua uma intrincada trama de intrigas e problemas da corte (onde há, adivinham, traidores) emaranhada com uma igualmente intrincada trama de dilemas pessoais.

Desde a defesa do reino, à defesa da rapariga que ama, Fitz sofre de tudo, e tudo tem que resolver. É que Fitz é aquela personagem que parece não ter importância nenhuma, e acaba por ser extremamente importante para uma data de coisas.

Afinal, quão importante pode ser o bastardo de um príncipe herdeiro que abdicou dos seus direitos ao trono? Importante o suficiente que o Rei Sagaz, seu avô, se encarregue do seu bem-estar, e o faça aprendiz de Breu, o assassino real; para ser um dos confidentes e principal ajuda do rei expectante Veracidade; para ser o principal conselheiro da rainha expectante Kettricken; para ser enviado nas mais variadas missões, que ajudam à defesa do reino; e até para ser o alvo do ódio do príncipe Majestoso, sedento de poder.

Acho que é essa uma das principais características destes livros, e que se nota perfeitamente neste: o facto de Fitz ser tantas vezes desprezado pelas outras personagens, e parecer que não tem importância absolutamente nenhuma, ao mesmo tempo que chega a ser odiado por várias personagens, mas ser, no entanto, uma das mais importantes pessoas para o reino.

E Robin Hobb consegue fazer isso com uma boa escrita, de descrições simples. Tudo o resto já o disse em anteriores críticas, e não me quero repetir muito, por isso fico por isto: aconselho, mais do que vivamente, que comprem e leiam este(s) livro(s) e que o(s) leiam rapidamente!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Arundhati Roy


Arundhati Roy - nascida a 24 de Novembro de 1961 - é uma autora indiana, activista e cidadã do mundo. Em 1997 ganhou o Booker Prize pelo seu primeiro romance O Deus das Pequenas Coisas.

Nascida e criada em Aymanam na cidade de Kerala, deixou a sua terra-natal aos dezasseis anos para ir viver para Deli, onde embarcou num precário estilo de vida, morando numa pequena cabana de telhado de estanho e ganhando a vida vendendo garrafas vazias.
Mais tarde, decidiu prosseguir estudos e tirou uma licenciatura em arquitectura na Delhi School of Achitecture, onde conheceu o seu primeiro marido - o também arquitecto Gerard da Cunha.

O Deus das Pequenas Coisas é, no entanto, o único romance de Arundhati Roy, que desde o Booker Prize tem concentrado a sua escrita em questões políticas, sendo uma das figuras mais marcantes do movimento anti-globalização/pós-globalização e uma crítica veemente ao neo-imperialismo.

Como resposta aos testes de armas nucleares levados a cabo na Índia, Roy escreveu The End of Imagination, um ensaio sobre as políticas nucleares do governo indiano.

Desde então, Roy tem-se dedicado ao movimento e à critica política, trabalhando por causas sociais em simultâneo, tendo ganho em 2004 o Sydney Peace Prize pelo seu trabalho em campanhas de solidariedade e em 2006 o prémio Sahitya Akademi pela sua colecção de ensaios, prémio esse que declinou.