O segundo livro da saga Millennium é tão viciante quanto o primeiro. E embora a primeira metade do livro, não seja, nem de perto nem de longe, tão interessante como o primeiro, a outra metade arrebatou-me por completo.
Sem querer entrar em muitos detalhes (é complicado, digo-vos), Lisbeth vê-se subitamente suspeita de três homicídios, e torna-se uma fugitiva. E quando o país inteiro está contra ela, Mikael Blomkvist apoia-a, contra tudo e contra todos, e inicia a sua própria investigação, para ilibar Lisbeth.
A perseguir Lisbeth, aparece um autêntico gigante loiro, aparentemente insensível à dor, e com uma força descomunal, que descobrimos, no final, ser... AH!, não vou dizer!
Como pano de fundo, temos o tráfico e exploração de mulheres, sob a forma de um jovem casal, um jornalista e uma criminologista, que procuram a Millennium para publicar um livro que denuncia grandes e importantes personalidades ligadas ao tráfico de mulheres. Tudo isto, está, obviamente, profundamente interligado, umas coisas com as outras.
É como no outro livro, um enredo denso, não no sentido de complexo, pois até se apanham os pormenores com relativa facilidade, graças à fantástica escrita do autor, mas no sentido de... denso, não arranjo outra palavra melhor. É um enredo com muitas voltas e reviravoltas, muitas ligações com enredos secundários, coisas desse género... É tudo menos linear, até.
E se há coisa complicada, é escrever um enredo destes, ocupando 600 páginas, e conseguir manter o leitor agarrado ao livro. Stieg Larsson faz isso tudo, com aparente facilidade, e com uma mestria sem igual. Personagens a roçar o inverosímil, mas que nunca duvidamos que talvez existam e sejam o vizinho do lado; capítulos relativamente curtos, que mesmo sendo grandes não damos por ela; suspense na dose certa, quase até à última página; e, claro, momentos absolutamente hilariantes.
Tudo isto se combina para que este livro seja mais uma obra-prima. A segunda seguida do autor... Mal posso esperar pelo terceiro livro!
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