terça-feira, 4 de dezembro de 2012

The Catcher in the Rye

Título: The Catcher in the Rye
Autore: J.D.Salinger

Sinopse: A 16-year old American boy relates in his own words the experiences he goes through at school and after, and reveals with unusual candour the workings of his own mind. What does a boy in his teens think and feel about his teachers, parents, friends and acquaintances?

Opinião: Uma coisa tenho que dizer acerca deste livro: acho que nunca antes tinha visto um livro a salvar-se tão bem nas últimas 10 páginas.

Mas começando pelo princípio, comprei este livro por ser um livro tão polémico. Não sabia bem a história, sabia apenas que era essencialmente sobre a revolta adolescente e que chegou a ser, ao mesmo tempo, o livro mais proibido e o segundo mais ensinado nas escolas americanas. Fascinante.

Comprei-o, portanto, e li-o, e não achei grande piada. E desenganem-se a história não é essencialmente sobre revolta adolescente, isso soa a Morangos com Açúcar e este livro está bem longe disso. A personagem principal, Holden Caufield, filho de pais ricos, está doente e decide contar a sua história, ou parte dela, a parte que culminou na sua doença.

Ao longo de 3 dias acompanhamos Holden, nas suas próprias palavras e na sua própria visão, desde o momento em que é expulso de mais uma escola, até ao momento em que fica doente. Este Holden, de 16 anos, é um rapaz bastante atípico. Vem de uma família rica, embora não o pareça, é bastante letrado e inteligente, mas completamente irresponsável no que toca à escola. Pensando melhor, não diria irresponsável, diria desinteressado. Holden é desinteressado, de uma forma geral.

E Holden não é simplesmente um adolescente. Holden é um adolescente em pleno processo de amadurecimento. Não acabou de se tornar um adolescente, está antes a meio caminho da idade adulta. Com a cabeça que tem, talvez esteja já bastante próximo. Holden sente-se perdido, confuso, revoltado, frustrado... É complicado, é muito complicado. E acima de tudo, está desinteressado. Tudo e todos lhe parecem hipócritas (phony e os seus derivados devem ser as palavras mais usadas), e acaba por ficar revoltado com tudo e todos. Admira a inocência e a pureza que vê nas crianças e gostava de as salvar de se tornarem naquilo que ele vê à sua volta e no qual tem medo de se tornar ele próprio: adulto.

Mas a verdade é que ao longo de praticamente todo o livro, a história não em conseguiu fascinar por aí além. Não vi ali nada de tão extremamente polémico e passível de ser punido com censura. A Bíblia tem coisas infinitamente mais violentas, há livros escritos de propósito para adolescentes com mais asneiras, e a revolta não me pareceu nada de especial. Quer dizer, não é nada de "Ah, o que é isto que estou a ler? Tenho que ir ali matar alguém!". É um sentimento de revolta bem descrito e bem explorado, mas não é propriamente incitador de nada.

Ou se calhar sou eu que estou mal habituado... Não sei. Só sei que o livro todo me pareceu bastante mediano até chegar às 10 últimas páginas. De repente ficou tudo tão bonito, tão redentor, tão feliz, tão maravilhosamente bem escrito... E depois mesmo no fim... Não sei se deva contar. Digo pelo menos que se não fossem estas últimas páginas, tinha descartado este livro como bastante mediano, e bastaram essas 10 páginas para mudar a minha ideia do livro. Fascinante.

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