A sequela de 'O Lobo Branco', 'As Espadas da Noite e do Dia', é um livro tão espectacular como o anterior. Mais uma vez se vê a extraordinária capacidade de David Gemmel de criar personagens. Todas elas têm uma profundidade e uma complexidade fora do comum, especialmente num livro repleto de porrada como são os livros de High Fantasy. Notei também uma coisa que não tinha notado no anterior, mas que agora, pensado bem, também lá estava. As atmosferas criadas são de uma espectacularidade espectacular (desculpem-me a repetição). Uma pessoa embrenha-se mesmo na história e no livro, e às vezes ficamos à espera que um qualquer guerreiro salte detrás de alguma coisa.
A história, em si, é também espectacular. 1000 anos depois da sua morte, Skilgannon o Maldito é trazido de volta à vida por Landis Khan, que acreditava numa antiga profecia, que dizia que Skilgannon seria o salvador do mundo. Mas a causadora disto tudo, é a Eterna, uma Renascida, assim como Skilgannon. Só mais tarde na história é que Skilgannon descobre que a Eterna é Jianna, a mulher que ele amou na sua primeira vida, há 1000 anos atrás. Landis Khan descobriu o seu túmulo, e usando os seus ossos, conseguiu ressuscitá-la. Durante os 500 anos seguintes, a Eterna, através de múltiplos e sucessivos renascimentos, foi dominando o mundo, entrando em guerra com várias nações.
Skilgannon, aceita que tem de salvar o mundo da Eterna, e no caminho encontra Harad, Renascido dos ossos de Druss, a Lenda, mas sem a sua alma. Skilgannon dá-lhe Snaga, o machado de Druss, e juntos partem. A eles juntam-se também Askari, uma das Renascidas da Eterna, mas também sem a sua alma (como que um receptáculo para que quando a Eterna morresse, tivesse outro corpo para transferir a sua alma), e ainda Stavut, um antigo mercador, que se torna líder de uma matilha de Ambígenos, agora chamados de Jiamads. O grupo junta-se às Lendas, um pequeno exército formado pelos últimos drenai, e juntos lutam contra as tropas da Eterna. Durante o combate, Skilgannon e Askari vão para o templo escondido dos Ressurrecionistas, para destruirem o cristal que originava toda a magia no mundo. Após uma batalha com Decado, descendente de Skilgannon, o cristal é destruído, a Eterna morre, e o mundo fica a salvo. Pelo menos por enquanto.
Resumindo, um grande livro, uma grande sequela, aconselho vivamente.
4 comentários:
Confesso que nem este nem "Lobo Branco" me fascinavam...
Até começar a ler meia dúzia de opiniões que os referiam como obras-primas! =O
Ficou, portanto, apontado.
Obras-primas? Completamente. As cenas de acção são curtas e rápidas, incisivas e brutais. Há uma cena de uma batalha qualquer, em que em 2 parágrafos, o Skilgannon mata uns 15 soldados :O
David Gemmell era de facto um escritor notável. Pena ter partido deste Mundo sem escrever o terceiro livro sobre Skilgannon (acredito piamente que existiria um terceiro livro).
Tal como o autor disse no post sobre o livro antecessor, o mercado português infelizmente é deficiente em termos de traduções de high fantasy.
Tive o prazer de ler o primeiro livro da Saga Drenai onde se conta a vida de Druss, a Lenda. O livro segue a generalidade da vida de Druss (personagem completamente apaixonante, assim como a maior parte das de David Gemmell) assim como os seguintes seguem partes mais concretas, como a sua morte na batalha que é relatada no final de Lobo Branco (apesar de nos livros da saga drenai, mais antigos, não vir descrito este aparecimento d'O Maldito na tenda do Khan).
No geral, David Gemmell cria uma narrativa rápida mas que preenche plenamente. Apesar de os combates serem rapidamente descritos, sente-se o poder das espadas da Noite e do Dia assim como de Snaga a varrer filas de oponentes.
Um universo complexo que ficou, infelizmente, com bastante por aprofundar.
(Ah, e a besta que Garianne utiliza no livro Lobo Branco pertenceu a Waylander, um outro personagem mítico do escritor que tem um livro - ou mais - sobre si mesmo, como Druss)
Só lhe li estes dois livros, e já foi há algum tempo, e fiquei fascinado. História incrível!
Vou procurar o resto da Saga Drenai, sem dúvida... Ainda bem que vieste aqui comentar, lembrou-me disto!
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