domingo, 14 de junho de 2009

Drácula


Um verdadeiro clássico, a história do Conde Drácula, é-nos contada através de um conjunto de diários: o de Jonathan Harker, o de Mina (e mais tarde Mina Harker), o de Lucy Westenra e o do Dr. Seward, bem como um memorando ocasional de Van Helsing.

A história começa com Jonathan Harker de visita ao castelo do Conde, na Transilvânia, para tratar dos assuntos relativos à casa em Londres que Drácula quer comprar. Acaba por ser sequestrado, recebendo uma visita das 3 noivas de Drácula, e quase enlouquecendo ao se aperceber do que lhe estava a acontecer. Mas consegue escapar, embora fique muito doente.

Depois são-nos apresentadas um conjunto de cartas, trocadas entre Mina e Lucy, até que decidem encontrar-se. Durante a estadia juntas, Lucy é mordida pelo Conde (embora essa só lá cheguemos indirectamente, pois nunca se diz mesmo isso no livro). Ora, Lucy tinha 3 pretendentes, o Dr. Seward, dirigente de um manicómio (e 1 daqueles cujo diário lemos), Quincey Morris, o americano imperturbável, e Arthur Godalming, o filho de um Lorde. Lucy decide-se por Arthur, e os outros dois ficam a ver navios, embora lhe jurem amizade. O mais interessante? Os 3 conhecem-se e são bons amigos. Ora, quando Lucy é mordida, e uma qualquer doença estranha se abate sobre ela, o Dr. Seward chama o seu antigo professor e amigo, Van Helsing, uma mente brilhante em vários campos da ciência.

Como eu fiquei feliz quando li o nome de Van Helsing. Sempre ouvira falar deste poderoso caçador de vampiros e demónios na generalidade, e sempre o admirara enquanto personagem. Como eu fiquei desiludido quando o seu cabelo e bigode brancos, que repousavam na sua cara já sulcada de algumas rugas, são descritos. O tenebroso caçador de vampiros holandês... é velho. Enfim, adiante: Van Helsing chega à conclusão que Lucy foi mordida por um vampiro, mas não a consegue salvar da morte, e então, com a ajuda dos 3 pretendentes de Lucy, mata a "falsa-Lucy" como lhe chamam no livro, devolvendo a alma da pobre Lucy ao descanso.

Mais tarde, quando tudo parecia já bem, descobre-se que o Conde pretende fazer de Londres a sua nova residência, e a partir daí criar uma nova hoste de mortos-vivos. Por isso, todos juntos, iniciam o trabalho de purificar os esconderijos do Conde, para que ele não possa lá voltar, usando o manicómio do Dr. Seward como base de operações. Azar dos azares, nesse mesmo manicómio está instalado um louco chamado Renfield, que é uma espécie de servo de Drácula, e que a certa altura o convida para entrar no manicómio. Uma vez lá dentro, o Conde tem liberdade de movimentos, e por isso morde Mina, e infecta-a com o seu sangue. Ou seja, quando Mina morrer, irá tornar-se um vampiro, e mesmo antes de morrer, os traços do vampirismo irão começar a surgir nela.

Decididos a impedir que isso aconteça, o grupo parte todo para a Transilvânia, para matar de vez o Conde, e depois de matarem também as suas 3 noivas, conseguem reduzir o Conde a pó. Durante a batalha com os ciganos que transportavam o Conde, Quincey é ferido, acabando mesmo por morrer. Uns anos mais tarde, já com Arthur e o Dr. Seward casados, e Mina e Jonathan já com um filho, vemos que embora esse filho reúna os nomes do pequeno grupo, todos lhe chamam Quincey. E assim acaba o livro, com Van Helsing a dizer que não precisam de provas para dizer que aquilo tudo aconteceu, apenas precisavam de o saber, e que o mundo estava livre daquele mal.

Um livro brilhante, enciclopédico, onde aprendemos muito sobre os vampiros em geral, e que está escrito à boa maneira antiga inglesa, de uma maneira muito formal, com todos os contactos entre personagens muito formais. É um livro um bocado... chato às vezes, pois como está escrito sobre a forma de diários, às vezes há pouca acção, e muito quotidiano, mas no geral, está muito bom.

2 comentários:

Pedro disse...

Este é, provavelmente, o próximo livro da Leitura Conjunta no fórum Estante de Livros, e estou já ansioso!

Confesso que sempre me pareceu muito chato... Até ler "O Historiador", de Elizabeth Kostova, que foi excelente. E já estou em pulgas por começar, depois de opiniões como a tua!

Rui Bastos disse...

Obrigado^^ É realmente muito bom, e embora seja um clássico mais do que clássico, com tudo o que isso acarreta (palavreado formal, diálogos que nos parecem completamente idiotas, e ingenuidade das personagens) é mais do que excelente!