quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O Assassinato de Roger Ackroyd


Um livro que me serviu para reavivar a memória, pois já há algum tempo que me tinha esquecido como a personagem de Poirot é fascinante.

Neste livro, é-nos apresentado um Poirot já aposentado, mas que mantém tudo o que lhe é característico, desde o excepcional uso das suas "celulazinhas cinzentas", a sua obsessiva mania de ter tudo impecavelmente arrumado e organizado, o cofiar do seu aprumado bigodinho, os pequenos entraves que enfrenta relativamente ao inglês, o manter as suas teorias secretas praticamente até ao fim... tudo aquilo que nos atrai, nesta personagem.

Quanto à história em si, é-nos relatada não por Hastings, o fiel companheiro de Poirot, mas por Dr. Sheppard, uma personagem interessante que nos revela uma surpresa no final, surpresa essa que eu, confesso, já esperava, em parte. Houve uma certa passagem, logo no início do livro, que me levantou algumas dúvidas, mas a verdade é que não deixa de ser absolutamente fantástico, a forma como a autora nos conduz, a todo o momento, para o assassino, através de pequenas pistas, que depois da revelação do assassino nos fazem pensar: "então era isso que aquilo significava!".

Roger Ackroyd morre, em circunstâncias estranhas, e toda a gente na casa, e alguns fora dela, são suspeitos. Praticamente todos tinham motivo, e oportunidade. Cria-se uma autêntica trama de intriga e de suspeitas, que parece não atar nem desatar. Tirando, claro, para Poirot, que desde o princípio, como é, aliás, seu hábito, parece saber toda a verdade. Nunca, ou pelo menos muito raramente, Poirot fica confuso, ou sem saber o que fazer ou pensar. Transmite sempre confiança, e até uma certa arrogância (se bem que merecida) quanto à sua pessoa, às suas capacidades, e ao seu conhecimento daquilo que se passa.

Este livro tem uma história, e uma apresentação fenomenal, quase ofuscando a personagem que é Poirot. Sim, o ponto de destaque neste livro não é o famoso detective belga (embora continue em boa-forma), mas sim a história em sim. Um livro de leitura quase obrigatória, para quem gosta de policiais!

4 comentários:

Jacqueline' disse...

Eu adorei este livro. Quanto ao assassino, confesso que sou um pouco despistada, mas nunca na vida adivinharia quem era :)

Rui Bastos disse...

Mas depois de descobrires, diz lá que não achaste que certas frases e pormenores faziam muito mais sentido? :P

Anónimo disse...

Olá.
Encontrei o teu blog agora mesmo e já estou convencido. Eu adoro os livros de Agatha Christie.
Já li este livro e o final foi simplesmente surpreendente.
E sim, tal como disseste, quando descobrimos quem é, da-mo-nos conta de que algumas frases já nos tinham dito quem era o assassino.
Continuação de boas leituras!

Rui Bastos disse...

Obrigado^^ E realmente as pistas estão lá, nós é que não damos por ela!

Boas leituras!