domingo, 6 de junho de 2010

Os Homens que Odeiam as Mulheres


Depois de muito namorar esta saga, comprei-a duma assentada (na realidade, duas visitas à Feira do Livro), e depois de ler uns mais pequenitos e rápidos, embrenhei-me nela, começando, obviamente, por este livro, o primeiro da trilogia.

E só o larguei depois de o acabar. Todas aquelas críticas que já leram ou ouviram, a dizer que este livro é de leitura compulsiva? Isso é ser simpático! Este livro é completamente viciante! Eu sempre que podia lia um bocadinho, que se transformava sempre em 30 ou 40 páginas.

A tramóia principal está centrada num jornalista financeiro, Mikael Blomkvist, que denuncia um mafioso, mas que é acusado por difamação, e tem que passar 3 meses na cadeia. Sendo co-director da revista Millennium, decide tirar uma espécie de ano sabático, para não a prejudicar demasiado. É então que é contratado por Henrik Vanger para investigar o desaparecimento da sua sobrinha-neta, Harriet Vanger, usando como fachada, a história de que está a escrever a crónica da família Vanger.

Como incentivo, Henrik diz a Mikael que sabe coisas sobre o mafioso que o tramou, e Mikael, ainda que relutante, e sem muitas esperanças, aceita o trabalho.

Mas o grande interesse da história, para mim, não está aqui, mas sim na outra personagem principal: Lisbeth Salander. Lisbeth é apresentada como uma rapariga socialmente estranha e um prodígio da informática, ainda que, legalmente, seja declarada incapaz. Lisbeth trabalha, de tempos a tempos, como investigadora independente, numa empresa de segurança.

O caminho das duas personagens cruza-se, e trabalham em conjunto, chegando mesmo a desenvolver uma amizade, nos termos de Lisbeth.

A escrita não é complicada por aí além (embora a tradução deva ter sido tramada, o sueco é uma língua lixada), mas o enredo é, bem como as personagens. Reviravoltas atrás de reviravoltas, escondidas em reviravoltas que sofrem reviravoltas. É completamente alucinante! E as personagens, pelo menos as principais, e algumas das secundárias, têm toda uma profundidade que arrepia. Destaco, claro, Lisbeth. É, muito provavelmente, a melhor personagem que alguma vez vi na minha vida!

Dito isto, leiam! Não se assustem com o número de páginas, lê-se num instante. É um livro completamente impossível de largar, digo-vos.

9 comentários:

Jacqueline' disse...

Na verdade, este livro não me tinha chamado a atenção, pois pensei que era um caso mais de mediatismo que de qualidade. Mas, enfim, tenho de reconsiderar essa opinião, conseguiste despertar-me alguma curiosidade.

Rui Bastos disse...

Nada disso! É dos melhores livros que já li. Toda a qualidade que se diz que tem, tem mesmo =D

Anónimo disse...

Só um comentário: referiste a dificuldade da tradução, mas este livro, na verdade, foi traduzido do inglês, ou seja, é a tradução de uma tradução.

Rui Bastos disse...

Hum, nesse caso a tradução não terá sido tão tramada quanto isso , vá lá.

Anónimo disse...

De facto este livro já me despertara uma certa curiosidade há uns tempos; agora mais do que nuca desejo ler este romance.

sombrasesombreados.blogspot.com

Rui Bastos disse...

E fazes tu muito bem =D

Paula disse...

Já li vários comentários desta saga e todos eles excelentes!!
Tenho estes livrinhos na estante, mas o volume de cada um deles anda a afastar-me da leitura. Embora ache que proporcionem uma leitura compulsiva e por conseguinte rápida, mas o facto é que ainda não lhes peguei.
Abraço

Rui Bastos disse...

O volume destes livros é a última coisa com a qual tens que te preocupar :p

djamb disse...

Comecei a lê-lo há umas semanas mas ainda não me cativou, por isso tenho-o de lado para outra ocasião :)