terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O velho que lia romances de amor

Título: O velho que lia romances de amor
Autor: Luis Sepúlveda
Tradutor: Pedro Tamen

Sinopse: António José Bolívar Proaño vive em El Idilio, um lugar remoto na região amazónica dos índios shuar, com quem aprendeu a conhecer a selva e as suas leis, a respeitar os animais que a povoam, mas também a caçar e descobrir os trilhos mais indecifráveis. Um certo dia resolve começar a ler, com paixão, os romances de amor que, duas vezes por ano, lhe leva o dentista Rubicundo Loachamín, para ocupar as solitárias noites equatoriais da sua velhice anunciada. Com eles, procura alhear-se da fanfarronice estúpida desses "gringos" e garimpeiros que julgam dominar a selva porquem chegam armados até aos dentes, mas que não sabem enfrentar uma fera a quem mataram as crias.

Opinião: É o meu primeiro livro de Sepúlveda, e só o li porque o encontrei à venda a 95 cêntimos. Nunca me senti particularmente atraído ou curioso pelos seus livros, mas como estava ao preço da chuva, também não perdia nada em experimentar.

E pronto, experimentei e não achei nada de especial. Está bem escrito e a história consegue ser minimamente interessante, mas pareceu-me bastante banal. Tem uns pormenores engraçados e algumas das personagens estão até relativamente bem construídas e desenvolvidas, mas é um livro tão pequenino e tão simples, que perde logo a maior parte do interesse.

Olhando a uma certa distância, a história até que acaba por ser irrelevante, Sepúlveda parece mais focado em retratar a Amazónia, os índios shuar, a curiosa figura do Velho (o que lia romances de amor, sim), e o perigo que os homens ditos civilizados são para a Natureza, graças à sua incapacidade de a admirarem e de a perceberem.

Essa parte até saiu bem, a escrita sem grandes artifícios permite passar a mensagem sem espinhas, através do enredo que é afinal secundário mas que serve bem o seu propósito. E pelos vistos o próprio autor esteve a viver com os índios durante uns tempos, e conheceu de facto um homem como este Velho. O que não percebi muito bem, mas que deduzi e penso estar certo, é que esta personagem é uma mistura do próprio autor com um homem que conheceu realmente, mais uma pitada de ficção para embelezar as coisas.

O resultado, como já disse, não é de todo desinteressante, mas não me aqueceu nem me arrefeceu. Pode ser que outros livros do autor sejam mais fascinante, mas não fiquei propriamente ansioso para ir à procura deles... Se me aparecerem à frente, logo trato de os ler.

2 comentários:

Tiago M. Franco disse...

Concordo com o comentário.
Já li cinco livros de Sepúlveda e quando para mim este é o melhor. Não digo que não irei ler mais nenhum, mas acho difícil.

Rui Bastos disse...

Lá está, é porreiro, mas não fico com ânsias de agarrar noutro para ler.