Título: O Despertar da Magia
Autor: George R.R. Martin
Tradutor: Jorge Candeias
Opinião: Com a leitura deste livro, tenho oficialmente dois volumes (em inglês) desta saga lidos.
O que tenho a dizer até agora é que não a acho tão estrondosa como dizem. Sim, os livros são bons, as personagens são boas, tem aspectos verdadeiramente fantásticos, um enredo cativante, pormenores deliciosos e tudo isso, mas está longe de ser perfeita.
Confesso, ainda assim, que é das melhores sagas que já li até agora. O próprio mundo em que se desenrola está bem construído, e os acontecimentos algo imprevisíveis são uma constante, o que implica mudanças na direcção do enredo a cada vinte páginas, se for preciso. Isso mantém a curiosidade e o empenho, sem nunca cansar.
Há alguns momentos mais previsíveis, e algumas personagens execráveis, mas pronto, tirando isso, a coisa vai bem.
Achei este livro em particular algo confuso. Parece-me que embora já tenha umas 2000 páginas lidas, a história ainda mal está a começar. E o autor esforça-se por ir introduzindo novas personagens e novos lugares, o que volta e meia dá uma sensação de "começo", uma e outra vez.
Mas as histórias acabam todas por se cruzar, e o que me tem deixado mais curioso é a forma como as aventuras de Jon Snow se vão cruzar com as batalhas entre reis e o percurso de Daenerys. Isto algum dia há-de descambar...
Não que não ande já a descambar, porque anda! Tudo acaba mal para TODA a gente, é ridículo. No meio disto tudo, ainda é o Tyrion (uma personagem fenomenal) quem se vai safando como deve ser, e mesmo assim...
No entanto acho que o enredo se está a revelar demasiado lentamente. Se o ritmo fosse mais rápido, a leitura disto era pura e simplesmente demasiado viciante para largar, mas da forma como está não me afecta muito agora demorar um ou dois meses até pegar no próximo. Porque a sensação que tenho após estes quatro (ou dois, dependendo da língua) livros, é a de que falta qualquer coisa, não sei bem o quê, mas falta. Talvez mais mortes chocantes, que isto anda muito calminho para a ideia que tenho de Martin!
A forma como a magia e o sobrenatural estão a ser introduzidos também é bastante interessante. Não há feiticeiros e magia por dá cá aquela palha, essas coisas vão aparecendo, lentamente, de forma relativamente subtil, e isso dá um grande valor a esta saga, tornando-a de certa forma mais realista e imersiva.
Uma última nota para a mestria com que o autor saltita entre pontos de vista. Essa parte está muito bem conseguida, permitindo criar suspense e controlar o ritmo da história com uma precisão extraordinária. É pena que o Martin tenha decidido ir com calma, mas cheira-me que mais à frente isto acelera e antes de dar por ela já despachei mais 2000 páginas...
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