Sem dúvida, um dos livros mais imprevisiveis que já me passou pelas mãos desde Alice no País das Maravilhas. Porém, na minha opinião, Luna Clara & Apolo Onze, de Adriana Falcão já best-seller no Brasil não lhe fica nada atrás.
A história é sobre duas vidas paralelas. De um lado, em Desatino do Norte, vive Luna Clara, uma menina de doze anos que mora com a mãe e que nunca conheceu o pai, devido ao angustioso desencontro dos seus pais logo após o casamento e nunca mais se encontraram. Luna passa os seus dias esperando à beira da estrada, o tão esperado regresso do seu pai, que traria de novo a chuva a Desatino do Norte.
Em contra-partida, do outro lado, em Desatino do Sul, está Apolo Onze, filho de Apolo Dez. A cidade de Apolo Onze está em festa há treze anos, desde o dia do seu nascimento. Todos na cidade se revezam entre o trabalho (afinal não é nada fácil organizar uma festa dessas), o descanso e as brincadeiras da festa. Apolo tem desejos de desejos, nunca descobriu nada no mundo que desejasse, mas quer descobrir.
Ao longo da história, ao cabo de inúmeras coincidências, as vidas dessas duas cidades e tal como as de Luna Clara e Apolo Onze vão-se cruzando e gerando inúmeros desencadeamentos acontecimentos.
Luna Clara e Apolo Onze, um livro inteligente, interessante, cheio de vida, de sonhos. Adriana Falcão reinventa a forma de contar uma história, reinventa a linguagem, reinventa a realidade. Este é um bom exemplo do tipo de livros que nos surpreendem, emocionam. Numa única palavra se descreve esta obra: “encontro”, uma vez que Luna Clara e Apolo Onze nos levam ao interior de nós mesmos, ou melhor, nos leva a um lugar de nós mesmos que ainda não conhecíamos. Um livro para o público juvenil, mas capaz de tocar qualquer pessoa. Uma boa escolha para quem procura uma leitura diferente e sensível.
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