Este livro chamou-me a atenção por retratar a mesma altura, a mesma história, e as mesmas personagens que os grandes livros (nos dois sentidos): Orgulho Asteca/Sangue Asteca.
A grande diferença, é que a personagem principal, Malinalli, é retratada de duas maneiras completamente diferentes. Nos livros Asteca, é descrita como uma traidora do seu povo, alguém com mau carácter, que alterava as traduções que tinha que fazer, a seu bel-prazer, para satisfazer os seus propósitos, e que tudo o que queria era poder.
Já neste, é retratada como uma criança que é abandonada, se sente traída pela própria mãe, e que nunca gostou dos sacrifícios que o seu povo praticava. Daí ter-se juntado aos espanhóis, tudo o que queria era ajudar o seu povo. Vemos também como era uma mulher bondosa, embora perturbada pelo seu passado.
Ou seja, "A Malinche" é uma versão mais romanceada da história de Malinalli. Isso tirou-me logo algum prazer à leitura, pois esta Malinalli não corresponde em nada, à Malinalli dos livros Asteca, que simplesmente adorei. Mas tenho que admitir que o livro tem os seus méritos.
A autora tem uma escrita muito lírica, e nota-se, por alguns pormenores, que fez um bocado de investigação antes de escrever. A história é uma nova perspectiva a esta situação. Há aquela que todos conhecemos, que é a versão dos espanhóis, a versão dos Mexíca, através do livro de Gary Jennings, e agora, a versão de Malinalli, aquela "uniu" os dois povos, ao servir de tradutora, e ao ter tido filhos com espanhóis, e que ao mesmo tempo se manteve à parte de ambas.
Um pequeno e bom livro, aconselhado àqueles que tenham o seu interesse pela cultura Asteca!
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