terça-feira, 6 de abril de 2010

Diário de Um Deus Criacionista

Uma leitura difícil, devo já avisar. Não pela complexidade da obra em si, mas pelo estilo do autor, que tem uma escrita demasiado densa e, por vezes, confusa.

É um estilo algo... peculiar, com frases que chegam a durar duas páginas, repetições exageradas, diálogos sem qualquer sinal que os indique e, o que mais me fez impressão, mudanças abruptas da pessoa do narrador.

São mudanças de uma primeira pessoa do singular para uma primeira pessoa do plural (por exemplo), sem mais nem menos, o que, como é óbvio, me confundiu um bocado.

Quanto à história propriamente dita, juro que não percebi exactamente o objectivo. Se era malhar no cristianismo, se era conciliar a religião com a ciência

É que por um lado temos um Deus que dita as leis da ciência, e que, de certa forma, complementa a evolução natural; mas por outro lado, é-nos apresentado um Deus longe de ser perfeito, que falha, que não é omnipresente, omnisciente e muito menos omnipotente.

Ou seja,  de certa forma tenta conjugar duas visões quase rivais, a religião e a ciência, ao mesmo tempo que mostra como é errada a visão dogmática da Igreja.

De destacar, ainda, o grafismo do livro, com cores, algumas imagens e brincadeiras com a formatação. Foi um aspecto do livro que por vezes me irritou solenemente (pareceu-me que o aspecto do livro tinha muito mais importância que o conteúdo, e se é verdade que me marcou, toda esta "inovação", pois é certamente diferente daquilo a que estou habituado a ver, também é verdade que não traz nada de novo à história, e às vezes é apenas desnecessário); mas que, por vezes, me agradou, pois consegue acrescentar outra dimensão às palavras.

Não o aconselho a toda a gente, pois é uma leitura algo penosa, mas que não deixa de ser divertida (concorde-se com o que lá vem ou não).

2 comentários:

Luis disse...

A edição da Guerra e Paz que possuo tem um número anormal de erros ortográficos e gramaticais. Chegam a ser 2, 3 ou 4 por frase (é certo que as frases são longas...).

Rui Bastos disse...

Sinceramente já não me lembro se a minha edição tinha muitos erros ou não, mas 4 erros por frase, neste livro, podem ser 4 erros a cada 2 páginas, nem é assim tanto :)