sexta-feira, 29 de julho de 2011

A Verdade Está no Limite

Título:  A Verdade Está no Limite
Autor: Antonio J. Durán

Sinopse: É difícil subestimar a importância do cálculo infinitesimal e de conceitos como "derivada" e "integral", tendo-se mesmo chegado a afirmar que, sem eles, a revolução científica teria sido impossível. Embora a sua génese remonte à Antiguidade, o seu avanço definitivo ficou a dever-se ao trabalho simultâneo de dois gigantes do pensamento ocidental: Leibniz e Newton. A disputa que se estabeleceu entre ambos pela prioridade da descoberta abalou toda a Europa científica do século XVII.

Opinião: Mais uma capa em espanhol, peço desculpa, mas encontrar as capas destes livros em português é mais complicado do que parece. E claro, mais uma vez, a preguiça de tirar uma foto é demasiado grande. Mas também não morre ninguém.

Adiante. Estes livros são quase sempre interessantes, uns mais que outros, já se sabe, e este faz parte daqueles mesmo interessantes, apesar de o ser menos em termos matemáticos e mais em termos históricos. Até fofoqueiros. Este livro é quase a TV Guia da colecção, se a referida revista tivesse o mínimo de interesse, conteúdo de qualquer espécie, fosse extremamente culta e soubesse calcular o integral ou a derivada de uma função.

É que o tema central deste livro é a disputa (já se questionaram sobre a origem desta palavra? Eu tenho uma teoria, que envolve trocar o "s" por "z", meter um espaço a seguir, e imaginar que era isso que se dizia nas primeiras discussões, quando queriam discutir alguma coisa, e então a coisa juntou-se e pegou) entre Newton e Leibniz, dois verdadeiros génios do seu tempo, sobre a paternidade do cálculo infinitesimal.

O cálculo infinitesimal integra (passe a redundância matemática), duas operações, inversas uma da outra: a derivação e a integração. No fundo trata-se sempre de realizar cálculos utilizando infinitésimos, uma classe especial de números suficientemente próxima de zero para se poderem aproximar a zero, mas diferentes de zero de forma a poderem aparecer em denominadores de fracções. Ou seja, consideram-se zero sem serem de facto zero. Este cálculo é extremamente importante em áreas como a física, a geometria e a matemática e muitas outras ciências em geral.

A quezília deriva (estou mesmo engraçadinho, hoje), por um lado, do carácter tramado de Newton, excessivamente tímido, de tal forma que chegava a publicar as suas descobertas e o seu trabalho décadas depois de ter tudo finalizado; por outro do carácter arrogante de Leibniz. A realidade é que ambos contribuíram de forma importantíssima para o desenvolvimento desta matéria, Newton efectivamente descobrindo-o primeiro e Leibniz ao criar uma notação simples e brilhante, que ainda se usa hoje em dia.

É engraçado ver as discussões que se geraram em volta deste assunto, com ambos os intervenientes a insultarem-se mutuamente e a arrastarem discípulos e amigos para a discussão, fosse de forma intencional ou não. E para aqueles que tiverem mais medo da matemática, a grande hidra de 580 cabeças, fiquem descansados, que em termos matemáticos fala-se de muito pouco, neste livro. O essencial é mesmo a desavença entre dois dos maiores génios da época, quiçá de sempre, que apesar de tudo, tiveram várias contribuições importantes para a Ciência em geral.

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