segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A Conquista do Acaso

Título: A Conquista do Acaso
Autores: Fernando Corbalán e Gerardo Sanz

Sinopse: A domesticação do acaso - a sua redução a números - é um dos maiores êxitos do intelecto humano. Onde antes só havia o branco da certeza absoluta e o preto da dúvida radical, abre-se-nos agora uma paisagem de infinitos tons de cinzento, de probabilidades mais ou menos favoráveis, cujo estudo e análise constitui um dos ramos mais fascinantes da matemática moderna.

Opinião: Este é o 24º livro que leio desta minha colecção de matemática, uma colecção que já considero como um dos melhores investimentos literários mais portentosos que já fiz. Só de olhar para o título fiquei com a sensação que ia ser um livro com o qual ia ter dificuldade em lidar. É que probabilidades não é a minha coisa.

Alguns de vocês podem-se perguntar, "Mas como é isso possível?! O futuro engenheiro, que anda a apanhar tanta matemática dolorosa na faculdade, e que está sempre a dizer que a adora, a queixar-se disto?". Pois é. A verdade é que eu sou fã de matemática pela sua exactidão. 2 é 2. Se A + B = C agora, também o foi ontem e também o será amanhã. E o meu problema com probabilidades é exactamente o factor aleatório.

Não conseguia ficar agradado com algo deste estilo, "Este acontecimento tem 84% de probabilidades de acontecer.", pelo simples facto de que isto não me ajuda muito a prever os resultados futuros. Aquele acontecimento é bastante provável, mas não é certo. Num dado bem balançado, todas as faces têm 1/6 de probabilidade de saírem, mas pode acontecer que lancemos um dado 1 milhão de vezes, e nunca saia um 4. Ou saiam só 5s. São acontecimentos deveras improváveis, mas não impossíveis.

No entanto este livro mostrou-me que esta ligeira aversão era afinal um ligeiro preconceito. O estudo matemático das probabilidades é precisamente um ramo que tenta tornar o aleatório mais exacto. Não no sentindo de prever o futuro, mas de domar o acaso. De saber que algo é mais provável que outra coisa, com uma precisão abismal, por exemplo.

E para não variar, a contextualização histórica está excelente, e a explicação dos conceitos envolvidos está muito bem feita. O que, no fim, torna este livro como mais um dos aconselhados nesta colecção, até mesmo a quem não é fã de matemática.

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