quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Better Call Saul [T1]



O que fazer depois do fim de uma das melhores séries de sempre? Como lidar com o fim de Breaking Bad? A resposta foi criar Better Call Saul, um spin-off/prequela/sequela/interquela desse grande programa, e do qual ninguém estava à espera. Saul Goodman, a personagem, era sem dúvida uma das melhores. e das que mais gozo dava de ver no ecrã, mas daí a torná-lo o protagonista de uma série inteira ainda vai muito.

Mas foi isso que aconteceu, e se fosse outra série qualquer tenho a certeza que o coro de fãs seria negativo: para quê voltar a pegar nisto, é só para dar dinheiro, não faz sentido, vão estragar a história, vão estragar as personagens, bla bla bla. No entanto os fãs sempre apoiaram esta decisão!

É mais uma prova da popularidade e qualidade da série original. Eu próprio sempre achei que fazia todo o sentido, Saul era uma boa personagem, e o formato prometido não corria demasiado o risco de se meter na história que já conhecemos. Ia contar a história do Saul, de como se tornou no Saul que vemos em Breaking Bad.

Vista a curta série, tenho a dizer que correu bem. Estrondosamente bem, até. Foi bom revisitar algumas personagens, como Mike, que devia ter a sua própria série, e Tuco, tão louco como sempre. Mas é Saul, perdão, Jimmy McGill, que rouba o espectáculo.

A representação está bastante honesta e credível, e deixa-nos conhecer um lado da personagem que nem sequer imaginávamos que existisse. Tem um irmão, que é alérgico a radiação electromagnética, uma mulher por quem está embeiçado, inimigos, e uma notável presença de escrúpulos.

Os episódios são do mesmo estilo dos de Breaking Bad, calmos, com pouca música de fundo, até pouco ruído de fundo tirando os banais, como carros a passar e pássaros a cantarolar, e uma vivacidade subtil que me espantava a cada episódio, assim como a série original.

O ritmo é excelente, o enredo é excelente, a forma de contar as histórias é excelente, os desvios narrativos para acompanhar outras personagens são excelentes, é tudo excelente. Até a quantidade de episódios, que me pareciam poucos ao início, se revelaram mais do que suficiente para contar uma boa história e ainda despertar a curiosidade quanto ao futuro/passado de Saul. Uma aposta ganha, sem sombra de dúvida.


Sem comentários: