Argumento: Kieron Gillen
Arte: Jamie McKelvie, Matt Wilson, Clayton Cowles
Opinião: É fácil esquecermo-nos que existem editoras americanas de BD para lá da Marvel e da DC. Quais colossos açambarcadores, ficam com tudo, inundam o meio de publicidade, e torna-se complicado divulgar outras coisas, por muita qualidade que tenham.
E no entanto é exactamente duma terceira editora (que tem um tamanho considerável, tendo em conta o sufoco da BD por aqueles lados), a Image, que surgem alguns dos títulos que mais me atraem. De Saga a Tony Chu, passando por Fatale e Walking Dead, bem como alguns dos títulos que mais curiosidade me despertam, como The Mice Templar, The Manhattan Projects, Spawn e mais uns poucos.
De tal forma que basta o selo de qualidade desta editora para eu dar uma hipótese. Este livro não foi excepção e, pouco depois de me vir parar às mãos, devorei-o, como se deve fazer com BD. Fiquei impressionado, mas tenho algumas coisa a apontar.
Para começar a arte é boa. Faz lembrar Saga, embora vários degraus abaixo (todos a fazer vénias à Fiona Staples, se faz favor), e a história é certamente interessante e conta com personagens fascinantes, mas falta qualquer coisa. A premissa é, sem ponta de dúvida, o tipo de coisa bizarra que gosto de ler: a cada noventa anos há doze deuses (de um enorme panteão) que surgem no mundo, no corpo de adolescentes, e que graças aos seus poderes rapidamente se tornam autênticas celebridades. A contra partida é que morrem após dois anos.
Fixe? Fixe. Depois claro que há intrigas e porrada entre deuses, para isto ser interessante, e o ritmo é completamente alucinante... Mas no meio de tanta coisa é fácil perder o rumo da leitura. As coisas acontecem em catadupa, e há sempre tanta coisa diferente a acontecer que é mesmo difícil de acompanhar. Fica a sensação de que mesmo com atenção, não se apanha tudo, e que apanhar tudo é essencial para apreciar verdadeiramente o livro.
Mas fiquei impressionado o suficiente para que esse pormenor não me assuste. Vou sem dúvida acompanhar!
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