"O Talentoso Mr. Ripley", é o livro que dá início à Riplíada, como lhe chama a autora, e, apesar das suas poucas 200 páginas, demorei o que me pareceu uma pequena eternidade a lê-lo, não porque não tenha gostado, mas porque não tive tempo.
O livro contra a história de Tom Ripley, um jovem que ganha a vida com pequenos actos de vigarice, e que é contactado pelo Sr. Greenleaf, um respeitável milionário, cujo filho, Dickie Greenleaf, fugiu às suas responsabilidades para com a empresa da família, e foi viver para Itália, onde persegue o sonho de ser pintor.
O Sr. Greenleaf pede a Tom, que era amigo de Dickie, para ir ter com ele a Itália, e o convencer a voltar. Tom vê neste pedido uma oportunidade para viver à grande e à francesa, e aceita, planeando nunca convencer Dickie a voltar.
Com o passar do tempo, Dickie e Tom tornam-se grandes amigos, e Tom está a conseguir cumprir o seu objectivo. Está a viver à custa dos Greenleaf, sem fazer absolutamente nada de especial. Tudo corre na perfeição.
Até que surgem problemas, na consequência dos quais, Tom acaba por matar Dickie, num acto impulsivo. A partir desse dia, faz-se passar por Dickie, como forma de encobrir o seu crime, e também para poder usar o seu dinheiro e estatuto. Como se torna evidente ao longo de todo o livro, o fim não é o fim habitual de um criminoso.
Achei simplesmente magistral a forma como a autora, Patricia Highsmith, combina a mente do criminoso semi-acidental, semi-destinado, que é Tom Ripley, com tudo aquilo que se passa à sua volta. Os medos de Tom, quer o de ser descoberto, como o simples medo de não aguentar manter a farsa por muito tempo. A autora tem um tipo de escrita que varia entre uma certa leveza na história, e uma forte componente psicológica, o que parece uma estranha mistura, que está muito bem conseguida neste livro!