O primeiro romance de Yukio Mishima que leio, na verdade, o primeiro romance japonês que tenho o prazer de ler, numa espécie de lufada de ar fresco dos mangas, que me deixou totalmente rendida.
A história, de uma imensa simplicidade, transporta-nos para uma ilha remota do Japão, Utajima, de uma maneira tão perfeitamente descritiva que quase nos sentimos seus habitantes.
Shinji, um rapaz de dezoito anos, sem grandes objectivos na vida para além da de ser reconhecido como pescador, vê-se de repente deparado com algo de que o seu espírito simples e desprovido de conflito jamais esperaria: o repentino interesse por uma lindíssima jovem acabada de chegar à ilha.
De um momento para o outro, a rapariga, Hatsue, passa a invadir-lhe os pensamentos e as emoções.
Um tempo mais tarde, Shinji e Hatsue, amando-se mutuamente, vê-se obrigados a lutar contra a inveja e ao preconceito de alguns que fazem tudo para que os dois não vivam felizes.
Numa narrativa melodiosa, Mishima mostra-nos com uma história de carácter tão simples pode influenciar a nossa maneira de ver a natureza da mente humana.