sábado, 20 de março de 2010

A Máquina de Xadrez

A maior parte das pessoas olha para este livro e diz "Xadrez? Eu não percebo nada disso, é melhor não pegar neste!", e quando eu ouvi falar dele pela primeira vez, também pensei que era capaz de assustar quem não sabe jogar xadrez, mas como sei, fiquei interessado. Depois, variadas opiniões disseram-me exactamente o contrário, e agora depois de o ler, vejo isso. Embora fale de xadrez, não é, de maneira nenhuma, um livro técnico, incompreensível para quem não saiba jogar.

Aliás, o xadrez neste livro não é um mero jogo, é um ponto fulcral da história, que envolve um Autómato Xadrezista, uma máquina que joga xadrez, que, afinal, não é bem um Autómato, mas sim um embuste, manobrado por dentro por um anão, génio do xadrez.. A parte interessante é que toda esta história é baseada em factos verídicos (ainda que com alguma ficção à mistura). Existiu mesmo um Autómato Xadrezista, que não passava de um embuste, e grande parte das personagens presentes no livro  são também reais.

Quanto ao livro em si, queria começar por dizer que custou um bocado a deixar-me preso. O livro 300 e poucas páginas, e passadas umas 150, eu ainda não estava agarrado ao livro. A certa altura, perto do final, ganhou um novo ritmo, as coisas evoluiram todas muito depressa, com o culminar das várias coisas que se tinham vindo a desenvolver, e tive pena que o livro não tivesse sido todo assim. Mas é um bom livro, no geral, com personagens ricamente trabalhadas, um enredo minuciosamente tratado, e um ambiente perfeitamente capturado.

Não lhe chamaria uma obra-prima, longe disso, mas não acho que tenha sido essa a ideia do autor. Acho que o objectivo era mesmo retratar a época, e esta história em particular, e isso foi muito bem conseguido, sendo, aliás, o principal objectivo (e ponto de interesse) num romance histórico. Como livro, no geral, há muito melhor, sem dúvida, e só o recomendaria a alguns, mas como romance histórico, é dos melhores que por aí anda.

2 comentários:

Pedro disse...

Eu adorei o livro, do princípio ao fim. Foi das melhores leituras de 2009, e dos livros que mais gostei de ler. Quanto mais me lembro dele mais gosto.

Excelente romance histórico, principalmente excelente caracterizações. Agarrou-me logo de início. Para mim, uma "pequena" obra-prima que passa despercebida. Mas alguém que gostou tanto do livro como eu é sempre suspeito =P

Rui Bastos disse...

Concordo com tudo o que dizes, uma verdadeira obra-prima que passa despercebida!

Mas pronto, somos suspeitos =D