terça-feira, 10 de agosto de 2010

A Máquina do Tempo


Por um lado, o típico livro do séc. XIX, por outro, um livro tão deslocado da época em que foi escrito que até arrepia.

É que neste livro temos a típica escrita cuidada e quase formal, personagens ingénuas, e um protagonista absolutamente brilhante, que disserta a bom dissertar sobre vários assuntos, dissertações essas inspiradas por elementos simples e por vezes algo vagos, aparentemente desconexos da dissertação em si.

E por outro lado, viagens no tempo. Seres do futuro, descendentes da raça humana, os Eloi e os Morlock, sendo os primeiros pequenos e frágeis, de ar acriançado, e os segundos autênticas bestas de aspecto disforme.

O protagonista, surpreendentemente chamado de Viajante do Tempo, viaja umas centenas de milhares de anos no futuro, para encontrar um Terra tranquila e repleta de prados verdejantes, aparentemente dominada por uma raça frágil e preguiça, os Eloi, raça descendente da nossa. O mundo parece ter-se tornado num sítio feliz e livre de preocupações. O Viajante do Tempo nunca vê os Eloi a executar qualquer tipo de trabalho, no entanto têm sempre tudo o que precisam, ainda que não sejam culturalmente mais avançados que nós.

Só quando o Viajante do Tempo descobre a segunda raça a povoar a Terra, no subsolo, os Morlock, é que se apercebe que o futuro não é um lugar assim tão bom...

É, no fundo, como bom livro do séc. XIX que é, uma crítica à sociedade, e à acentuada estratificação social da altura (hoje também a há, mas está mais disfarçada...), e tirando os exagerados laivos de brilhantismo e ingenuidade, está muito bem escrito. É sem dúvida um autor a reler...

2 comentários:

djamb disse...

H. G. Wells é genial! :)

Alice Matou-se disse...

:O tenho de ler isto