quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O Estrangeiro


Leitura influenciada pela Beky, que disse "o tipo parece um psicopata, vais adorar!". Aqui se vê a fama que eu tenho... Mas bem, adiante.

A Beky tinha razão. O tipo, Mersault, é um autêntico psicopata! O livro começa com a morte da mãe dele, e Mersault a ir ao funeral. E nota-se logo a quase total ausência de qualquer tipo de sentimento. Mersault parece completamente alheio ao facto de que a sua mãe morreu.

A personagem é completamente desprovida de sentimentos, e guia-se pelas sensações. As coisas acontecem, à sua volta, até com ele, e ele pouco faz além de as comentar, ou de ficar indiferente. Perguntam-lhe se quer casar, e que diz ele? "Tanto faz."

É isto que Camus explora no livro, uma personagem que leva a racionalidade ao extremo, deixando os sentimentos de lado. E a forma como o faz é sinceramente arrepiante...

Mersault vive a vida completamente indiferente àquilo que o rodeia, de tal maneira que é levado a cometer um crime, e não sente qualquer tipo de remorso. Nem sei bem como vos explicar isto, mas Mersault tem de facto traços de psicopata, excelentemente retratados pelo autor, e fez-me confusão a calma e abstracção com que a personagem descreve e comenta aquilo que acontece. Situações capazes de levar ao desespero uma pessoa normal, não lhe dizem nada. Passa por eles como quem lê o jornal. E é essa visão, tão diferente do habitual, que faz deste livro uma tão boa leitura.

E a Beky teve mesmo razão. Adorei!

2 comentários:

Beky disse...

ooh, acreditas que só agora é que li isto? ou se calhar não me lembro de ter lido, hahaha!
Ainda bem que gostaste. :)

Rui Bastos disse...

És mesmo tola.