domingo, 5 de dezembro de 2010

Os Números Primos - Um longo caminho para o infinito

Alguns podem pensar que é tortura, ter que levar com matemática, química e física (todas envolvem muitas contas e muitos números), e ainda ler sobre matemática, mas para mim é algo natural. Eu que não gostava nada de matemática, tive que aceitar que ela faz parte da minha vida como estudante, e que há-de fazer para o resto da minha vida, estando eu na área em que estou, e tendo as ambições que tenho. Comecei a prestar-lhe mais atenção, a gostar, e descobri-lhe a beleza.

"Beleza?!", exclamaram, de certeza alguns de vocês. Mas acreditem em mim, se há ciência que consegue ser elegante, bela, prática e espectacular, é a matemática.

Os livros desta colecção, "O Mundo é Matemático", são a prova disso mesmo. Neste "Os Números Primos", o autor (que é provavelmente o que melhor escreve, dos autores desta colecção) fala sobre os números primos, uma autêntica pedra no sapato para os matemáticos por todo o mundo. É preciso executar cálculos para meter um satélite em órbita? Tudo bem. É preciso resolver equações que ocupam uma página A4? Também se arranja. É preciso arranjar uma fórmula que nos permite calcular todos os números primos? Se alguém conseguir, é só dizer, pois já lá vão 3000 anos que os matemáticos e estudiosos andam a tentar.

É claro que isto pode não parecer nada de especial... Afinal, qual é que é a verdadeira importância dos números primos? Bem, para vos dar uma ideia, podem pesquisar sobre matemáticos famosos. Estou capaz de apostar que na biografia de 90% deles aparece uma referência aos números primos. Gauss, Euler, Euclides, Rienman, os irmãos Bernoulli, Eratóstenes, Mersenne, Fermat, Goldbach, Napier e o espantoso Ramanujan, só para mencionar alguns.

Os números primos são de extrema importância. São usados na codificação de mensagens, foi através dos estudos sobre eles que se descobriram importantes propriedades dos números, e que se desenvolveram numerosas ferramentas de cálculo, e ainda ajudaram (e ajudam) a desenvolver computadores cada vez mais potentes.

O autor, Enrique Garcián, fala sobre todos estes assuntos com uma clareza surpreendente, dando uma grande importância à contextualização histórico-social, muito mais relevante do que nos livros precedentes.

Tal como os outros livros desta colecção, aconselho a toda a gente, goste ou não goste de matemática.

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