Título: The Gods of Pegãna
Autor: Lord Dunsany
Opinião: Quando oiço falar de um livro com contornos mitológicos, arrebito de imediato as minhas metafóricas orelhas pontiagudas.
Se o autor for Lord Dunsany, alguém que escrevia coisas conotadas com a fantasia antes de a fantasia ser propriamente reconhecida como o que quer que fosse, e que me tem andado a despertar uma curiosidade assustadora, podem imaginar o meu estado.
Ora, tendo encontrado isto disponível em e-book, ficou obviamente marcado para uma leitura próxima. As expectativas eram altas, a ansiedade também.
Infelizmente, o livro não se revelou tão bom como eu esperava. Para quem já leu o The Silmarillion, é difícil não encontrar semelhanças entre este pequeno livro e o conto de criação da Terra Média de Tolkien, o Ainulindäle. Mas notem que Dunsany precede Tolkien, tendo-lhe servido de inspiração, assim como dúzias e dúzias de outros autores.
Porque é isso mesmo que isto é. Um mito de criação do mundo inserido numa mitologia criada por Dunsany. Essa descrição, só por si, já faz com que eu tenha ficado fã. Mas confesso que ainda que a escrita seja boa, e o texto devidamente épico, grandioso e a assumir contornos mitológicos de forma perfeita, o livro nunca atinge níveis de qualidade extraordinários.
Há ideias interessantes, como o homenzinho da capa, Skarl, The Drummer, o deus que toca constantemente nos seus tambores, mas a execução sai demasiado seca e sem capacidade para reunir interesse o suficiente da minha parte para ficar completamente maravilhado.
Fiquei, mesmo assim, bastante curioso com o resto da obra de Lord Dunsany, de tal forma que já acrescentei o The Book of Wonder no meu e-reader, uma vez que foi o livro com que originalmente fiquei a conhecer o autor, e que sempre me deixou extremamente curioso, mas que ainda não tive a oportunidade de ler.
Resumindo, mesmo não sendo um livro extraordinário, nem um pedaço absolutamente brilhante de literatura, The Gods of Pegaña é um livro interessante, mais que não seja por ter sido escrito no início do século XX.
Além de que inclui momentos que dão um brilho inesperado à narrativa, como o que se segue:
"Lastly the gods said: 'We have made worlds and suns, and one to seek and another to regard, let Us now make one to wonder.'
And They made Earth to wonder, each god by the uplifting of his hand according to his sign.
And Earth was."
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