Autora: Agatha Christie
Tradutora: Teresa Curvelo
Opinião: Excepcional. Eu sei que se torna repetitivo falar de Agatha Christie, já que os adjectivos raramente são diferentes: andam sempre à base de fantástico, impressionante e outras coisas que tais. Até se torna injusto para outros autores, mas a culpa é deles. Tivessem a capacidade que esta senhora tinha de contar uma história e não tinham razão de queixa.
Mas sim, também é verdade que não se pode medir a qualidade de Agatha Christie na mesma escala que se usa para os comuns mortais. Vou-vos falar desta história, em vez disso.
A verdade é que já há uns tempos que não lia algo da autora, e já há muito tempo que um livro não me deixava tão satisfeito com cada virar de página. Um assassino misterioso que mata por ordem alfabética e que envia cartas estranhas directamente a Poirot, a anunciar os próprios crimes? Isto é esperto de maneiras que vocês nem imaginam!
Os Crimes do ABC também é o primeiro livro da dupla Poirot e Hastings que me lembro de ver a misturar as passagens do ponto de vista de Hastings e passagens na terceira pessoa, de um ponto de vista impessoal e desligado de todas as personagens principais habituais. E funciona estranhamente bem.
Poirot parece estar mais à nora do que o habitual, especialmente por algo que ele chega mesmo a dizer: este crime não é o habitual crime pessoal, mas sim uma estranha série de crimes altamente impessoais. Ou pelo menos assim parece! Foge ao tipo de coisas que Poirot e Hastings estão habituados a resolver, assim como foge ao tipo de coisas que Agatha Christie costumava escrever!
A resolução final tem alguns pormenores um bocadinho estranhos, mas nada demasiado fora do normal, e tem uma conclusão que funciona. Não podia pedir mais. Foi mais do que suficiente para me deixar satisfeito com a qualidade habitual de Agatha Christie e uma história que me cativou ainda mais do que o costume!
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