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sábado, 23 de novembro de 2013

Livros de quando era puto

Antes de começar a dizer o que quer que seja, preciso que tenham em consideração o facto de eu ter sido puto há pouco mais de meia dúzia de anos. Portanto não esperam livros do tempo em que não havia telemóveis, lamento desapontar-vos...

No fundo podem encarar esta situação como quem encara aquelas biografias "escritas" pelas "celebridades" de vinte e poucos anos. Descrença, uma risada e "oh, you amuse me, fool". Ainda mal tenho idade para me considerar adulto, e já estou a fazer uma coisa destas!

Eu cá concordo com vocês. Mas a verdade é que há uma série de livros que me parecem ter sido comprados quando ainda andava de fraldas (exagero do ano), e aos quais tenho sentido vontade de regressar.

Como podem comprovar pelas minhas temporadas de Harry Potter e das Crónicas de Allaryia. Os da autora britânica estão muito na moda, é certo, e são os preferidos de muita gente, mas eu nem me lembro bem de quando recebi o primeiro. Mas lembro-me de o ler em duas tardes, no infantário, o que significa que estava na primária!

Sabem há quanto tempo estive na primária? Entrei para o primeiro ano em 1999. No milénio passado! Ou seja, podemos contar pelo menos 10 anos desde que li Harry Potter e a Pedra Filosofal pela primeira vez. Mal sabia eu, na altura, que ia ser uma saga que me iria acompanhar durante tanto tempo, e que ainda me ia encantar quando já tivesse idade para ter juízo.

Acho que foi uma boa escolha de leitura. Provavelmente um dos primeiros "livros grandes" que li, e quase de certeza o primeiro livro de Fantástico em que agarrei. Introduziu-me logo em dois mundos diferentes. Três, se contarmos com Hogwarts e companhia. E a re-leitura mostrou-me uma saga não tão juvenil quanto isso, mais na recta final, e com uma qualidade excepcional.

Defeitos, também, é claro, e encontrei muitos mais da última vez que li os livros, mas consegui facilmente passar por cima deles. Alguns são bastante estranhos, e há mesmo defeitos a nível da história (sim, estou a falar do facto de o feiticeiro mais poderoso de sempre ter que confiar no feiticeiro mais inútil de sempre para derrotar o feiticeiro mais maléfico de sempre), mas são coisas que se superam. Ou que eu, pelo menos, superei, mas possivelmente por estar semi-hipnotizado a reconhecer palavras lidas há anos e anos.

Depois existem As Crónicas de Allaryia, de Filipe Faria. Uma monstruosa saga de high fantasy portuguesa escrita por Filipe Faria. O segundo livro, Os Filhos do Flagelo, foi-me oferecido, não sei quando, mas era novo. E deixei-o estacionado nas estantes quase dois anos antes de lhe pegar, e só depois de ter encontrado e lido o primeiro, A Manopla de Karasthan.

Pensam que estes livros são bons? A saga em geral é boa, e tem alguns livros que achei bastante bons, mas em sete, num total de quase 3000 páginas, há muito por onde falhar. Basta olhar para o primeiro livro. Se quando o li pela primeira vez fiquei absolutamente deliciado, a re-leitura disse-me que eu em puto era parvo. É um livro mau! Terrível! Pouco mais do que uma adaptação de um guião de Dungeons & Dragons!

Mas algumas das personagens ficaram-me para sempre na memória (como esquecer Worick?!) e o vilão, Seltor, é dos melhores vilões que já vi na vida. E mesmo após alguns anos, com centenas e centenas de outros livros lidos pelo meio, ainda me ri com as peripécias e fiquei interessado no que se ia passar. Chamem-lhe nostalgia precoce ou cegueira selectiva, o que quiserem, mas que aconteceu, aconteceu. Li o primeiro a um ritmo lento, depois despachei o segundo, o terceiro e por aí fora, até um final GLORIO... Não, o final foi fraquito. Os últimos livros são bem porreiros, mas o final nem por isso.

Não interessa! É uma saga que acarinho e que defendo com unhas e dentes. Sou o primeiro a reconhecer-lhe os defeitos, mas acho que é preciso dar-lhe uma oportunidade. O autor mostra claramente algum potencial, e tenho boas perspectivas para os seus livros mais recentes O Perraultimato e O Andersenal. Só sei que o primeiro tinha ar de livro infantil, abri ao calhas e li umas linhas sobre alguém a puxar as tripas de outro alguém para fora.

De qualquer forma é uma saga que conta como pertencendo à minha infância. E se estão espantados por ainda só ter falado de sagas, a explicação é fácil: cá por casa sempre houve muitas colecções, que os meus pais faziam quase todas as que apareciam nos jornais e revistas e sei lá. Sempre foi uma coisa muito natural para mim, ter vários volumes. Tenho para mim que é por isso que encaro sagas e colecções com tão bons olhos.


Nunca me restringi foi a tipos de livros. Pronto, tudo bem, nunca confiei grande coisa na poesia. E li pouco teatro, mas não foi por querer, tenho muito interesse. Não me julguem! O que eu queria dizer é que não lia só prosa, também me metia nas BD's. Nomeadamente nos do costume: Tio Patinhas, Pato Donald, Mickey (embora sempre tenha sido mais fã dos patos), Pateta, Professor Pardal e por aí fora.


Isto inclui uma descoberta que fiz de forma quase acidental e que acabei por ler tanta vez que, coitado, está num estado desgraçado: A Saga do Tio Patinhas. Parte de uma colecção (que acho que tenho toda), este é dos melhores livros de banda desenhada que já li. E isso inclui leituras mais recentes, como Watchmen, V for Vendetta, Sandman... Eu nem sabia que a personagem do Tio Patinhas podia ser tão interessante, mas as histórias recolhidas neste livro dão-lhe um passado interessante e que justificam claramente o pato avarento mas de coração mole que todos conhecemos.

Muito, mas muito bom mesmo, e se já não o leio há uns bons tempos, tal acontecimento não há-de estar muito longe. Tal como no caso dos próximos livros que vou mencionar e que fazem parte do meu tesouro literário pessoal.

Falo de Dragonball. Toda a gente sabe o que é. Algumas pessoas talvez lhe chamem Son Goku, ou pensem que todas as personagens se chamam Dragonball ou, ainda, que isso é uma série de televisão. Mas os livros existem e são fantásticos. Vi no outro dia que fiz a colecção há uns doze anos, ou coisa que o valha. Tendo em conta que tenho vinte, isso é muito tempo.

E mal posso esperar para os reler! São absolutamente fantásticos! Super palermas, super dramáticos, com altos e baixos mas sempre hilariantes e emocionantes. E nada pode ser melhor do que lembrar-me de um Vegeta a chamar CACHALOOOTE ao Son Goku, na versão portuguesa, por razões que me escapam. A minha teoria até hoje é que era o mais parecido com Kakarot (o nome certo) que encontraram, mas a série estava recheada de momentos desses, autênticas pérolas de tradução.

Enfim, é uma saga inocente, brincalhona, muito bem feita e que no fim do dia conta uma história como deve ser, muito bem contada, algumas partes melhores que outra, mas sem nunca desapontar. Já para não falar das inúmeras personagens e momentos absolutamente memoráveis!

Regressando a livros-livros, mas sem deixar o meu tesouro pessoal, apresento-vos a colecção que mais me orgulho de ter, de um autor que me maravilhou e cujos livros esperei ansiosamente que me chegassem ao correio.


Júlio Verne. Edições de luxo. Cinquenta e um livros, com as ilustrações originais, capas fantásticas e edições fabulosas. Eu não me canso de elogiar estes livros. Babo-me um pouco sempre que olho para eles.

Sei que na altura, há uma catrefada de anos, li os primeiros dez seguidos, ou lá o que foi, e que nesse entretanto me fartei, ou eles começaram a chegar mais depressa do que eu os conseguia ler, nem sei, mas estive sem pegar neles durante alguns anos, até que decidi voltar a ler e li mais uns poucos, intercalados com outras coisas. E agora já há muito tempo que não o faço.

Vocês nem imaginam as ânsias com que ando de ler Júlio Verne. Não há muito tempo até li dois livros dele, mas lê-lo nesta colecção... Lembro-me tão bem de pousar sempre A Volta ao Mundo em Oitenta Dias como se fosse a coisa mais preciosa e frágil do mundo, e de me deitar na cama e mergulhar no As Vinte Mil Léguas Submarinas, de ir aos correios e ter um caixote para mim, com LIVROS lá dentro...

Isto qualquer dia vai ter que ser, é ordená-los todos por ordem cronológica e toca a ir agarrando num de vez em quando. Vai ser lindo, compreendem, lindo!

E por hoje é tudo. Há mais livros, mas nem me lembro assim de repente de muito mais coisas sem ir espreitar as minhas estantes, e isso dá trabalho. Fiquemos por aqui, e da próxima vez há mais.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O Vulcão de Ouro

Título: O Vulcão de Ouro
Autor: Jules Verne
Tradutor: Irene Fialho e Luísa Mellid-Franco

Sinopse: É o tempo heróico da febre do ouro. Mineiros e bandidos percorrem as paisagens agrestes da região norte do Canadá à procura da utopia dourada. Dois primos oriundos de Montreal atravessam montanhas, lagos e rios unidos pela mesma vontade de conquista e pela miragem de uma riqueza sem limites. Romance de acção vertiginosa e espectaculares surpresas, O Vulcão de Ouro surgiu já depois da morte do autor num versão do seu filho, Michel Verne, que adulterava gravemente o original. Na sequência da descoberta do manuscrito pela Sociedade Júlio Verne, temos agora a possibilidade de o conhecer em todo o seu fulgor e imaginação.

Opinião: Juro que já me tinha esquecido de como me é fácil ler Jules Verne. Por alguma razão tenho ali na estante 51 livros dele, dos quais já li mais de metade, ao longo dos anos. Para além de uma profunda admiração por este escritor, tenho a maior parte da sua obra.

Portanto foi com espanto que vi alguém a emprestar-me não 1, mas 2 livros que não fazem parte da minha colecção. E ambos livros dos quais eu nunca tinha ouvido falar. O que descobri é que tanto este como o outro são livros especiais: Um padre em 1839 é um romance da juventude do autor, inacabado e ainda sem o seu estilo característico completamente assente; O Vulcão de Ouro é um romance póstumo que sofreu profundas alterações por parte do filho, Michel Verne.

Mas esta edição é exactamente uma edição publicada a partir do manuscrito original, muito cuidadosa e certamente bastante fiel. Tem uma breve introdução ao assunto e uma explicação e contextualização da obra e da temática que ela apresenta. Para além disso, ao longo de todo o livro são assinalados os pormenores que o autor foi modificando, os que se esqueceu, e espaços que deixou em branco, para serem preenchidos aquando de uma revisão que nunca chegou a acontecer.

E tal como a grande maioria dos seus livros, este insere-se nas suas Viagens Extraordinárias, neste caso a de 2 primos, Summy Skin e Ben Raddle, que viajam até ao Klondike na altura da febre do ouro por causa de um pedaço de terreno que lhes é deixado pelo tio, Josias Lacoste. O objectivo é avaliá-lo para o venderem ao melhor preço, ou para o trabalharem de forma a maximizarem o lucro, mais por vontade de Ben do que por de Summy. O primeiro é inevitavelmente atingido pela perigosa febre do ouro, e os primos nunca mais têm descanso.

Aquilo que é explicado na introdução ao livro é bastante claro quanto à mensagem principal do livro, embora não precisasse, pois ela passa perfeitamente através da narrativa. Verne usa esta história para condenar a corrida ao ouro, da qual raras eram as pessoas que saíam mais ricas do que entravam. O problema é exposto de forma mais óbvia pelo dilema entre os dois primos: Ben, engenheiro, audacioso e ambicioso, anseia por explorar e fazer parte dos prospectores, enquanto que Summy, mais comedido e conformado, opõe-se sempre fortemente a todas as ideias do género.

Verne queria demonstrar como os que enriqueciam no Klondike e em sítios semelhantes, faziam-no apenas por sorte, e que quem se deixava envolver por esses trabalhos, dificilmente conseguia deixar de o fazer, tal era a ambição e a ganância que o ouro despertava, mas que quando o faziam, normalmente faziam-no entregues a misérias e a prejuízos elevados.

Só posso afirmar a qualidade do livro e do escritor, que muito admiro. O seu conhecimento quase enciclopédico da região onde se passa a história faz com que seja muito complicado acreditar que nunca a visitou, e que a maior parte da informação geográfica, histórica e social é proveniente das suas leituras e investigações. É bastante comum isto acontecer nos seus livros, quem os ler facilmente acredita que Verne foi um viajante inveterado, quando na realidade pouco saiu da sua cidade, quanto mais do seu país. Assim se vê o génio do autor.

Imagino que não seja fácil encontrar este livro, mas aconselho vivamente a quem o fizer, que o leia. Se não conseguirem, há dezenas de obras sempre à mão de semear, e não hesito em aconselhar qualquer uma delas.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Um padre em 1839

Título: Um padre em 1839
Autor: Jules Verne
Tradutor: Luisa Mellid-Franco e Irene Fialho

Sinopse: Uma bruxa, um assassino e um padre maldito são, aqui, os peões do Mal face à inocência de uma jovem ajudada por um improvisado detective, Jules Deguay, cuja grande missão é descobrir assassinos impunes, vingar a morte das suas vítimas e agitar os hábitos cúmplices de um polícia e da Justiça. Como geralmente acontece com os primeiros romances, também este regista uma importante componente autobiográfica.

Opinião: Este livro foi-me emprestado, o que faz dele a chamada improbabilidade estatística, já que [gabar] eu sou o orgulhoso dono de 51 livros deste autor, todos em edições lindas, e incluindo praticamente todos os livros mais famosos [/gabar]. Ou seja, a probabilidade de alguém me emprestar um livro de Verne, por eu não o ter, é baixa. E no entanto, cá aparece este, ainda por cima um de que eu nunca tinha ouvido falar.

Escrito aos 19 anos, "Um Padre em 1839" é o primeiro romance escrito por Verne, ou pelo menos iniciado, já que não está acabado. E nota-se claramente. A escrita ainda não é nada comparada com o que ainda chegou a ser, e até o próprio estilo, mais próximo dos romances ingleses da altura, está bastante longe das célebres "Viagens Extraordinárias".

No entanto é um bom livro. Nada que chegue aos calcanhares de livros como "20.000 léguas submarinas", ou "Miguel Strogoff" e outros mais reconhecidos, mas é na mesma um bom livro. Semi-livro, vá, que isto de não estar acabado deixa praticamente tudo em aberto. Eu pessoalmente não aprecio estas brincadeiras de livros a meio, nem de histórias que ficam pelo caminho, mas este está desculpado por ser a primeira tentativa de um jovem Verne...

O livro em si é um bocado mais fantasioso e dark do que aquilo que eu esperava. Foi mesmo uma pequena surpresa, embora eu já soubesse que Verne escreveu uns livros deste estilo, nunca tinha de facto lido um... O resultado é agradável, embora, como é óbvio, não dê para analisar assim tão bem quanto isso, com este livro, fruto da mente de um Verne de 19 anos, ainda com muito para amadurecer, tanto em termos de ideias como em termos de escrita.

Só é pena é estar inacabado. Fiquei bastante curioso para saber o desenvolvimento da história. Mas pronto, não há-de ser nada, dá sempre para imaginar o meu próprio fim, suponho. Enfim, leiam, que Jules Verne é sempre agradável.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Jules Verne


Jules Verne (ou, como é, na minha opinião, erradamente chamado por cá, Júlio Verne) nasce em Nantes, a 8 de Fevereiro de 1828, e morre em Amiens, a 24 de Março, de 1905. Um dos mais famosos escritores de todos os tempos, Verne é o autor mais traduzido em todo o mundo, segundo estatísticas da UNESCO, tendo escrito mais de 80 livros, que foram traduzidos para 148 línguas.

Verne é tido como um dos primeiros e principais precursores da ficção científica, tendo descrito nos seus livros, muito detalhadamente, coisas como o submarino, as botijas de oxigénio para o mergulho, uma Paris do séc. XX, uma viagem espacial, entre muitas outras coisas, várias delas, antes mesmo de serem inventadas, ou de acontecerem.

Embora seja um dos "pais" da ficção científica, o género que mais escrevia, e que misturava com a ficção científica, era a aventura. Quase todos os seus livros são sobre viagens, ou sobre destinos longínquos para a maior parte das pessoas. Há quem diga que a sua infância vivida perto do porto e das docas, o terá influenciado para esse género literário.

O seu livro mais conhecido, é "A Volta ao Mundo em 80 Dias", a par com "As 20.000 Léguas Submarinas", e "Viagem ao Centro da Terra", mas o primeiro foi "5 Semanas em Balão", publicado em 1862, depois de Verne dar início à sua carreira literária, ao associar-se ao experiente editor, Hetzel, que trabalhava com nomes como Alfred de Brehat, Victor Hugo, George Sand e Erckmann-Chatrian.

Há vários livros editados depois da sua morte, por seu filho, Michel, que chegou mesmo a escrever alguns capítulos que faltavam. Além disto, existem inúmeras adaptações cinematográficas e televisivas das suas obras, que também servem de inspiração para muitas outras coisas.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Robur o Conquistador


Mais um livro de Júlio Verne. A escrita é boa, como sempre, mas a história deste livro deixa muito a desejar, pelo menos na minha opinião. A história começa no Weldon Institute em Filadélfia, com Uncle Prudent como seu presidente e Phil Evans como seu secretário, onde os dias são passados em acesas discussões entre os seus membros. Discussões essas sobre aviação. Hélice à frente, hélice atrás, planador, de hélice, enfim, discussão de pequenos pormenores que não interessam a ninguém, com balonistas de todos os lados da discussão.

Um dia, entra de rompante um homem pela sala adentro do Weldon Institute. Esse homem é Robur, que afirma que o futuro da aviação passa pelos aparelhos mais pesados que ar, afirmação rapidamente posta em causa por todos os membros do instituto. Por entre uma discussão acesa, e alguns tiros de revólver, Robur desaparece, tão depressa como tinha aparecido.

Mais tarde, terminada a sessão no instituto, Uncle Prudent, Phil Evans, e seu criado Fricollin, passeiam pelo parque, e são raptados. Por quem? Por Robur, claro está, que os mantém prisioneiros no Albatroz, a sua máquina voadora mais pesada que o ar. A história descrita daqui para a frente, pouco interesse tem, basicamente uma viagem pelos ares, passando por vários sítios, uma caixa de rapé deixada cair com uma mensagem de socorro dos prisioneiros, uma paragem numa ilha no meio do oceano, que permite aos prisioneiros fugir, e explodir com o Albatroz.

Uncle Prudent e Phil Evans, sãos e salvos já no Weldon Institute, avançam com os trabalhos do seu balão gigante, o Go Ahead, aparelho para provar que o futuro está nos mais leves que o ar. Durante a demonstração de voo do aparelho, aparece quem? O Albatroz, obviamente, comandado por Robur, que o presidente e o secretário do Weldon Institute julgavam morto. Robur tinha reconstruído o Albatroz, e lutava agora com o Go Ahead. Este rebenta, e cai, os seus tripulantes são salvos por Robur, que os deixa em terra, e depois desaparece.

Uma história no mínimo desinteressante, digo eu.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Índias Negras


A história não se passa na Índia, por estranho que pareça, mas sim na Escócia! Ou mais propriamente no subsolo escocês. Sim, o livro conta a história de uma hulheira, sítio de onde se extrai o carvão, chamada Aberfoyle. Primeiro descreve-se o último dia dessa hulheira, quando se extraiu o último pedaço de carvão.


Depois passados uns anos, o responsável da mina, Jaime Starr, recebe uma carta de um dos seus capatazes, Simão Ford, a pedir-lhe para voltar à mina, para uma causa urgente. E no dia a seguir, recebe outra carta anónima a dizer para não voltar à hulheira. Jaime Starr, claro, vai a correr para lá, e encontra Simão Ford, a sua mulher Madge, e o seu filho Harry, ainda a viver na hulheira. Sim uma família a viver numa mina.

Depois há uma série de acontecimentos estranhos, descobrem todos um novo filão de carvão e Aberfoyle rejubila. Mais acontecimentos misteriosos, salva-se uma menina do fundo de um poço, e no final mesmo no final, descobre-se que a rapariga é neta de Silfax, que basicamente é um velho maluco que vive na mina desde sempre, na escuridão e que tenta explodir com aquilo tudo.

Mas para variar, tudo acaba bem, Harry e a rapariga, Nell, casam-se. Acaba por ser um livro interessante, pequeno mas interessante, e com reviravoltas esquisitas, o que apenas o torna mais interessante.

sábado, 11 de abril de 2009

Dois Anos de Férias


Um livro de Júlio Verne, um dos mais brilhantes escritores de todos os tempos. Desde prever o futuro, a fazer com que coisas que dificilmente aconteceriam na vida real, pareçam verdadeiras. Neste caso, um grupo de crianças entre os nove e os catorze anos, perde-se em alto-mar. Sem mais ninguém a bordo. Encalham numa ilha deserta, e passam lá dois anos sem qualquer contacto com a civilização, ou sem saberem muito bem onde estão. Mas caçam, pescam, organizam aulas, cozinham, têm festa de Natal, uma capoeira, arranjam uns animais parecidos com cavalos, e tudo aquilo que precisam, arranjam. Chá, comida, água doce, uma maneira de substituir o sal, enfim, montes de coisas.


Até elegem um chefe! E durante aquela curta estadia, têm dois, um para cada ano. Um dia descobrem que aquela ilha já tinha sido habitada por alguém, um náufrago francês. Descobrem o seu diário, o que os mete a pensar. Este náufrago encalhou nesta ilha também, e esteve cá uma data de anos e acabou por morrer sem conseguir sair da ilha. Como é que um grupo de crianças vai conseguir?

Pois é, um grande dilema. É então que há uma ruptura e um pequeno grupo deles decide separar-se do resto do grupo e ir viver para a outra ponta da ilha. Esse grupo revoltado descobre que chegaram mais pessoas à ilha, e decide voltar para ao pé dos outros. Enquanto isso, o grupo principal encontra uma mulher, uma das pessoas que chegou de novo à ilha. E... não vou continuar. Já contei a história quase toda, se quiserem saber mais leiam o livro.