quarta-feira, 22 de julho de 2009

Frankenstein


Escrito por Mary Shelley com apenas 19 anos, Frankenstein é um livro incontornável, um clássico de leitura obrigatória.

É, antes demais, a história de um homem, Victor Frankenstein, o criador, consumido pelo remorso, que o leva a entregar-se ao ódio e à vingança, e a da sua criação, o monstro como é por vezes referido, que tem um percurso muito mais complexo. A escritora conseguiu conjugar as histórias destas duas personagens, de uma maneira brilhante, apresentando uma clara luta criador/criação. Tanto nos compadecemos da situação de Victor, que vê todos os que lhe são queridos serem mortos, ficando ele cada vez mais sozinho; como sentimos a profunda angústia do monstro, uma criatura criada a partir de corpos mortos, a quem foi dada vida, e que embora tenha um cérebro completamente desenvolvido, dá-me a ideia que não o sabia usar.

Os próprios sentidos do monstro foram-se desenvolvendo a pouco e pouco, ajudando à impressão de criatura imperfeita que ele era, especialmente ao juntarmos todas estas deficiências cognitivas, ao seu aspecto deformado e monstruoso, acho que temos sentimentos contraditórios. Pelas descrições do seu aspecto, vemos um monstro, um horror, um rejeitado pela sociedade. Por outro lado, a total falta de conhecimento do que quer que seja, e o fraco desenvolvimento dos sentidos, causa-nos pena.

Embora a personagem principal seja Frankenstein, o criador, eu tenho que realçar o ponto de vista do monstro, através do qual percebemos que ele não era um assassino. Era um inadaptado social, mantido à margem pelo preconceito, preconceito esse que ele não percebia totalmente ao início. Acho que a escrita da autora, nos deixa ter a perfeita noção que embora as acções do monstro sejam erradas, para ele têm uma justificação, uma justificação que, bem vista, não deixa de ter algum sentido.

Acho que acima de tudo, o ponto principal do livro, é o interessante duelo de sentimentos de ambas as personagens, em especial do monstro, que, só a título de curiosidade, NÃO se chama Frankenstein. Esse é o nome da família de Victor, o criador. A criação nunca é chamada outra coisa além de monstro, ou criatura.

2 comentários:

Jacqueline' disse...

Depois deste comentário, fiquei com imensa vontade de o ler :P

Parabéns pelo blog!

Rui Bastos disse...

É realmente um livro que merece ser lido, e que aliás, devia ser lido por toda a gente que gostar de ler! E obrigado^^