sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O Livro da Consciência

Título: O Livro da Consciência
Autor: António Damásio
Tradutor: Luís Oliveira Santos


Sinopse: Como é que o cérebro constrói uma mente? E como é que o cérebro torna essa mente consciente? Qual a estrutura necessária ao cérebro humano e qual a forma como tem de funcionar para que surjam mentes conscientes?
Há mais de trinta anos que o neurocientista António Damásio estuda a mente e o cérebro humanos e é autor de vasta obra publicada em livros e artigos científicos. No entanto, formulou o presente livro como um recomeço, quando a reflexão sobre descobertas importantes da investigação, recentes e antigas, alterou profundamente o seu ponto de vista em duas questões particulares: a origem e a natureza dos sentimentos, e os mecanismos por detrás do eu. 
O Livro da Consciência constitui assim uma tentativa de debater as noções actuais nestes domínios. Uma obra magistral que nos deixa entrever aquilo que ainda não sabemos sobre o cérebro e a consciência, mas gostaríamos muito de saber.


Opinião: Tenho que começar por ser muito honesto: não percebi a maior parte daquilo que vem explicado no livro. Digamos que fiquei com uma ideia geral do assunto, e que aprendi montes de palavras novas.

A ideia com que fiquei foi a de que o cérebro é algo realmente muito complexo, com um funcionamento que escapa por completo ao comum dos mortais.

Mas, no entanto, graças à escrita de Damásio, que tem o ocasional dom de simplificar o demasiado complicado, consegui apanhar alguns dos detalhes e perceber, de forma superficial, o tema principal do livro, a consciência.

Na perspectiva de Damásio, que estuda o tema há uns anos largos e que conta com o apoio de uma equipa de investigação dedicada, a consciência não é uma criação recente na história da evolução, nem é nada de transcendente, apesar de ainda não se ter muito conhecimento sobre ela.

O autor defende que ao contrário do que normalmente se pensa, a consciência não é necessariamente o produto das partes mais complexas e "humanas" do cérebro, mas sim do modesto tronco cerebral, presente em muitas outras espécies, normalmente tidas como mais primitiva, sem que essas espécies desenvolvem uma consciência como nós desenvolvemos, o que permite concluir que o tronco cerebral, apesar de essencial, não trabalha sozinho.

Aspectos técnicos à parte, é um livro interessante, no geral, em grande medida graças à escrita, que não é muito complicada (apenas o parece, por causa da imensidão de termos técnicos), e que usa comparações e analogias que explicam muita coisa, bem como exemplos vindos de todo o lado, da pintura à literatura. Conta ainda com o ocasional piscar de olho ao humor.

Mas, não aconselho, de todo (!), a qualquer pessoa...

Sem comentários: