sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Falling Skies [T1]


Já há algum tempo que conheço esta série, mas nunca me tinha chamado a atenção. Parecia ser algo perfeitamente genérico, com uma história que eu conseguia adivinhar por inteiro só de ver os trailers, e que portanto não precisava propriamente de ser vista.

Foi preciso "obrigarem-me", através de um acordo que estou à espera de ver cumprido - alguém que tem de ver Doctor Who - para pegar na série e despachar a primeira temporada. E eu tinha razão: a série é risível.

Os primeiros dois episódios (colados num) são grandiosos e cheios de explosões e coisas a acontecerem, mas sem grande história nem explicações. São meras introduções que servem apenas esse propósito, e isso aborrece-me de morte.

A personagem principal é Tom, um ex-professor de História, como o argumento faz questão de me lembrar várias vezes por episódio em ridículos momentos de exposição, que se torna num dos líderes de um dos grupos de sobreviventes de uma guerra que acontece antes do primeiro episódio entre a raça Humana e os aliens, carinhosamente apelidados de skitters.


Estes aliens raptam crianças e espetam-lhes uma criatura repugnante nas costas, como se fosse um arnês, que lhes está constantemente a injectar uma série de drogas e a permitir que os skitters as controlem. Um dos três filhos de Tom passa metade da temporada como prisioneiro destes skitters.

Vou ser honesto e dizer que a série tem alguns bons momentos, que me deixam envolver na história, e ficar genuinamente interessado, mas a parvoíce é tanta que rapidamente me deixo disso. A título de exemplo, aqui ficam alguns problemas:

  • O procedimento para retirar o arnês alienígena das costas das crianças sem as matar envolve levantar um bocadinho o bicho e depois dar cabo das agulhas com uma pequena chama. Não é propriamente complicado, mas toda a gente insiste que só o cirurgião super antipático é que o sabe fazer.
  • Só no quinto episódio é que se lembram que a médica do grupo tinha um filho antes do ataque. Incluindo ela!
  • Existe uma personagem, meio rebelde, que é o criminoso moralmente muito dúbio que se torna lentamente numa espécie de anti-herói, e que sabe, basicamente, fazer tudo. É um cozinheiro profissional que por algum motivo se especializou em bombas e em sei lá mais o quê.
E isto para não falar de como os diálogos são terríveis, simplesmente terríveis. Também não quero falar daquele momento em particular em que uma personagem aparece do nada e sugere levar todas as crianças com ele enquanto os adultos ficam para trás a lutar. As únicas pessoas que não perceberam que algo de errado se passava assim que o tipo abriu a boca, foram TODAS as outras personagens.

Nível de inteligência colectivo: "Sim, claro, vamos entregar as nossas crianças todas a este tipo com uma história duvidosa."

Pior do que séries previsíveis só as séries demasiado óbvias - excepto para as personagens. Por amor de Gauss, isto topava-se a milhas, confirmou-se, e os protagonistas ainda demoraram um bocado.

Também me lembrei agora que logo num dos primeiros episódios se questionam: se eles parecem aranhas, porque é que os robots são vagamente humanóides? É tão óbvio que há mais uma raça, que nem sei...

Perto do final da temporada, aquilo começa a ganhar algum interesse, mas o storytelling é demasiado óbvio e demasiado script-driven. Quer dizer, a parte de "mostrar" é muito pouco eficiente, e recorrem demasiado ao "contar" para colmatar. Por exemplo, quando a médica se apercebe que os skitters têm um arnês dentro deles, ela conclui, alto e bom som, que os miúdos se vão tornar skitters, o que não é, de todo, a conclusão mais óbvia! Enfim.



Já o último episódio não é mau de todo, mas está cheio de más decisões. E depois, do nada, os aliens querem ficar com o Tom na nave? Mas que raio? E a Karen, uma miúda raptada no início da temporada de quem o argumento só se lembra neste momento, depois de ter desaparecido durante montes de tempo sem que ninguém quisesse saber.

É uma série banal, não é má, mas não é absolutamente nada de especial. Um bocadinho mais do mesmo. Distopia barata, com argumento mediano e diálogos frequentemente maus. Dá para entreter, mas não muito mais que isso.

Vou continuar a ver, porque agora tenho de saber o que vai acontecer, mas não tenho grandes esperanças. Talvez a coisa melhore um bocadinho, com revelações interessantes, mas pronto... Perdem demasiadas boas oportunidades, se querem que vos diga.

6 comentários:

Ana/Jorge/Rafa disse...

Vi as duas primeiras seasons, a segunda melhora substancialmente, mas ainda assim não me cativou o suficiente para continuar. Os diálogos são terríveis, a cena mais cliché de sempre (e o acting também deixa um bocado a desejar), o plot também não traz nada de novo, só achei os efeitos fixes, mas uma série só por isso não sobrevive.

Jorge

Rui Bastos disse...

A primeira é fraca, mesmo. Tem um grande orçamento, mas não passa disso. Há alguns momentos de interesse, mas demasiado esporádicos...

Storyteller disse...

Crap, era uma das que tinha para ver... Não é está que já vai na 4a ou 5a temporada?

Rui Bastos disse...

Confirma-se, vai agora para a quinta e última, parece-me. Epah, não perdes nada..

Marco Lopes disse...

Esta serie traz ao de cima o meu eu masoquista. Concordo com tudo o que dizes (quando não digo ainda pior), mas continua a ver ano após ano. E quando estrear este ano a 5.º temporada lá vou estar eu a perguntar-me porquê?

Quando series como Fringe ou Almost Human foram canceladas e esta continua eu pergunto-me porquê? A única razão que encontro é aparecer lá o nome do Steven Spielberg.

Espero sinceramente que esta seja a ultima temporada porque até o meu masoquismo tem limites

Um abraço

Rui Bastos disse...

Sei o que isso é... Embora não com esta série em particular :p E não tenhas dúvidas que é de ter Steven Spielberg acoplado... Depois do falhanço de Terra Nova fez algo impossível de falhar, apesar de ser fraco. É pena.

Mas eu não sou tão masoquista, deixa a segunda season ser a mesma brincadeira e vais-me ver a borrifar para isto!