segunda-feira, 13 de julho de 2015

The Bhagavad Gita


Tradutor: Juan Mascaró


Opinião: Na minha incessante busca por epopeias, deparei-me com esta, indiana e difícil de arranjar. Sem dúvida uma das mais antigas de sempre, intrigou-me desde o início por ser tão diferente daquilo a que estou habituado. Aficcionado por mitologia como sou, sei qualquer coisa sobre deuses e afins indianos, mas raramente me deparei com eles na literatura.

Este livro parecia ser o ideal para colmatar essa falha. Felizmente tenho uma namorada que me compreende e que me arranjou o livro, ainda por cima numa edição espectacular, de capa dura, igual à imagem lá em cima, encadernada a tecido, com zero notas de rodapé e uma introdução compreensiva.

A epopeia em si, infelizmente, deixa algo a desejar. Acho que gostei mais de ler a introdução. Acabei por gostar do livro todo, mas a epopeia propriamente dita é um livro religioso escrito em verso épico, que de certeza perde muito na tradução (sânscrito não é das coisas mais óbvias, de certeza), como tudo o que é escrito em verso, mais do que qualquer outro tipo de texto.

O pouco de história que há é uma conversa entre Arjuna, um herói, e Krishna, o deus supremo do hinduísmo durante uma batalha, com o primeiro a ter dúvidas, e o segundo a responder a essas dúvidas e muito mais.

No fim, e embora os ideais hindus sejam interessantes, este livro lê-se como um martelo a tentar enfiá-los dentro da nossa cabeça. Há ali muita coisa que até valia a pena conhecer melhor, mas também há ali muita coisa que está muito, mas muito fora do contexto, o que dificulta muito a compreensão.

E o tradutor, que escreveu a introdução, não tem razão numa coisa: por muito que ele tenha tentado, a musicalidade desapareceu completamente dos versos. Tenho a certeza que fez o seu melhor, e que esta tradução é de facto excelente, mas deve ser impossível manter a qualidade original quando a tradução é entre duas línguas mais comuns e parecidas entre si, quanto mais quando uma delas é sânscrito.

Isto para dizer que foi uma boa leitura, mas que ficou aquém, por motivos difíceis de combater, a tradução e o conteúdo. Para aquilo que é... está muito bom. Para mim... está razoável, mas não me ficará na memória como uma obra muito relevante.

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