segunda-feira, 3 de agosto de 2009

The Picture of Dorian Gray


A mais conhecida obra de Oscar Wilde, "The Picture of Dorian Gray" é uma espectacular narrativa, de um homem que não envelhece. Dorian Gray é um jovem na altura em que Basil Hallward pinta o seu retrato, e é considerado por muitos como o mais belo jovem de todos. Numa tarde, em que Lord Henry Wotton se encontrava na casa de Basil, Dorian Gray aparece, para que o pintor acabe o seu retrato. É esta a primeira vez que Dorian e Lord Henry se encontram, e é o começo de uma amizade, cultivada pela personalidade de Lord Henry, com as suas teorias provocativas sobre tudo, e o fascínio deste por Dorian, como sujeito psicológico.

Nessa mesma tarde, Basil acaba o retrato, e Dorian, ao vê-lo, fica espantado pela obra-prima que o seu amigo pintou, e apercebe-se verdadeiramente, pela primeira vez, da sua beleza, e, num impulso, diz que daria a sua alma para que o quadro envelhecesse em vez dele, para que ele continuasse sempre jovem e belo, enquanto o quadro carregava as consequências dos seus pecados.

O desejo de Dorian torna-se realidade, embora só ele repare, através das mudanças que começam a aparecer no quadro. Ele fecha-o à chave num quarto, e tapa-o, só olhando para ele de tempos a tempos, para poder olhar para a sua alma, e ver o que os seus pecados lhe estão a fazer. E assim Dorian vive uma vida cheia de pecados, e tentações, numa constante busca de prazer, sem, no entanto, envelhecer um único dia, ou perder o mínimo traço da sua beleza.

Um livro que trata, muito aprofundadamente, sobre a moralidade e a imoralidade, a ética e falta dela. Acho que, acima de tudo, levanta a questão: "Se ninguém souber, se não houver qualquer vestígio, se nos mantivermos jovens e de inocência pura para todo o sempre, faremos aquilo que muito bem nos apetecer, viveremos uma vida 'pecaminosa'?". E além de levantar a questão, responde-lhe, ao mostrar-nos o que acontece com Dorian Gray, que não envelhece, e que é "envenenado" pelas teorias e a influência de Lord Henry. Podemos observar a lenta queda em decadência de Dorian, sem que nenhuma marca dessa decadência seja visível na sua figura, e as consequências que isso tem na sua mente.

Tendo lido o livro em inglês, tive que prestar o décuplo da atenção, e não perdi muitos pormenores, e posso por isso dizer, sem qualquer sombra de dúvida, que é um livro brilhante, através do qual podemos observar as consequências da "imunidade", que se ganha, quando se deixa de envelhecer, ou mudar fisicamente, independentemente do que façamos. Sem dúvida um grande livro, do grande escritor que é Oscar Wilde.

2 comentários:

Paula disse...

O Retrato de Dorian Gray é...uma leitura obrigatória :)
Cumprimentos

Rui Bastos disse...

Nem mais nem menos! Um daqueles livros que qualquer leitor se preze TEM que ler!